Renato Sant’Ana
Com a
morte do sargento Hudson Silva de Araújo, em 23/07, Durante patrulhamento na
Favela do Vidigal, o Rio de Janeiro contabilizou 91 policiais assassinados em
2017: um a cada 54 horas. É uma guerra, na qual bandidos estão em vantagem.
Será que
algum dos ditos (e falsos) ativistas de direitos humanos manifestou mínima
preocupação com a vida dos policiais e suas condições de trabalho, e
solidariedade com as famílias enlutadas? Não! O que se vê é rigorosamente outra
coisa: tratam o criminoso como "vítima social" e o policial como
algoz.
Mas não
é só aqui! Em 2016, durante os movimentos grevistas da França, a TV mostrou um
cartaz - ao que parece, colocado por sindicalistas -, em que se lia: "O
povo odeia a polícia!". Mentira! Artifício ideológico! Mera tentativa de
instilar, na população, ódio contra a polícia. No Brasil, cada vez que bandidos
levam a pior num enfrentamento, uma turminha bem identificada, antes mesmo de
conhecer as circunstâncias dos fatos, levanta a voz para acusar os policiais de
"excessos". Redes sociais e a própria imprensa servem a esse jogo
sujo.
Mas não
há improviso. Desqualificar a polícia é parte de um discurso legitimador de
crimes, o que, por sua vez, é parte da estratégia de degradar a sociedade para
o fim de instalar um regime totalitário. Antonio Gramsci, com um pé na psicose
e outro na psicopatia, concebeu tudo isso em pormenores. O mais perverso,
porém, é que a "revolução cultural" concebida por Gramsci é feita em
geral por gente que nunca sequer prestou atenção no nome dele, que desconhece a
teoria que está por trás do movimento, mas que segue fielmente os mandamentos
daquele profeta sórdido.
Atacar
"isto que está aí", que ele chama de "sociedade burguesa",
é a preparação do cenário para implantar o seu "paraíso
revolucionário", coisa que a maioria dos apóstolos faz sem o saber. E é da
lógica dessa práxis não corrigir, mas tirar proveito ideológico de eventuais
erros da instituição policial, já que, nessa etapa da "revolução", o
que importa é "desconstruir".
Mas não
se vai aqui tapar o sol com a peneira. Há muito a ser feito para corrigir
desvios da polícia, assim como para combater a criminalidade. Agora, nada de
bom e justo será possível sem desmascarar os ativistas ideológicos que, estrategicamente,
se empenham na destruição das instituições, na subversão dos valores mais caros
da democracia, na degradação moral da sociedade e no exercício populista de
manipular consciências.
O
discurso antipolícia visa, em última análise, a subordinar a corporação
policial aos desígnios da "revolução". Todavia, a desejável paz
social requer que a subordinação da polícia seja unicamente ao Estado de
Direito, jamais a esta ou àquela ideologia.
Por fim,
registre-se que, em regiões como o Rio Grande do Sul, em que o
"catecismo" de Gramsci causou mais estragos, a bandeira antipolícia
produziu resultados bem palpáveis: hoje há policiais com medo de agir, receando
ter de responder, dentro da corporação, a um inquérito policial militar, o qual
já foi, muitas vezes, conduzido na estreiteza do politicamente correto. Sem
mais comentários.
Renato Sant'Ana
Psicólogo
e Bacharel em Direito.
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