Martim Berto Fuchs
Desde que os gregos desenvolveram o
sistema de governo conhecido por “demokracia” (demo=povo + kracia=governo), que
este peca pela incoerência
Quando
os gregos o colocaram em prática, a primeira medida foi deixar de fora das
decisões o “povo” compreendido pelas mulheres, pelos estrangeiros, e pelos não
proprietários. Quer dizer, desde o início, o sistema de governo que conhecemos
como governo do povo, separou o povo em duas categorias: o “povo” que podia decidir
e o “povo” que não podia, o povão.
No
Brasil de sempre, quem pode decidir é o “povo” que compõe a Corte da nossa
Monarquia Republicana. O outro “povo”, o povão, a maioria, apenas decide como arranjar dinheiro para pagar a conta.
Essa Corte, que já foi composta só de aristocratas, e que depois recebeu os
burgueses ricos, hoje é composta também pelos “sem culotte”, aquele pessoal das
bandeirinhas vermelhas escritas CUT, UNE, MST e afins, que adora emprego, desde
que sem trabalho.
Estes,
assim como aqueles, vivem às custas do dinheiro arrecadado do povão, e se
alguém tentar mudar esta desfaçatez, eles, se sentindo prejudicados nos seus direitos
“legitimamente” adquiridos, partem para a briga, para o quebra-quebra; zumbis
militontos e fantasiados de block bostas.
Mais uma
vez esta lógica perversa se faz sentir, pois como a atividade econômica vem
declinando por culpa única e exclusiva do setor público, e a arrecadação não é
mais suficiente para cobrir suas folhas de pagamento, eles novamente apelam
para aumentos daqui e dali dos impostos, para continuar vivendo à tripa gorda,
sem no entanto atacar a causa do problema. Aí, os integrantes dos três podres poderes fazem cara de paisagem.
O que
mantém esta ignomínia é, em primeiro lugar, o sistema eleitoral, onde os
candidatos são escolhidos entre o “povo” da Corte, e impostos ao outro “povo”,
o povão, para serem referendados.
O cúmulo
da safadeza vem depois, quando o “povo” ungido e eleito troca os pés pelas
mãos, e os analistas políticos bradam em alto e bom som que o povão não sabe
votar. É muito escárnio.
Para
termos um governo do povo no sentido
correto do termo, todos devem ter oportunidade de se candidatar, e não apenas
os escolhidos pelos donos dos partidos políticos e seus financiadores, como
acontece até hoje.
Regras tem
que haver, como em qualquer atividade, mas que não exclua pura e simplesmente
todos aqueles que não se enquadram nas “normas internas” das organizações
criminosas que no Brasil chamamos de partidos políticos.
É a
sociedade quem deve decidir, independente de raça, cor, religião, conta
bancária ou diplomas, quem pode ser candidato a cargos eletivos e depois
administrar a res pública, sendo esta
decisão levada a efeito e posta em prática pela Justiça Eleitoral, à quem
caberá então decidir quem pode ou não ser candidato.
A
esquerda adora falar em nome do povão, mas na verdade fala em nome do seu “povo”,
aquele que quando consegue chegar ao poder, cobra comissão até para intermediar
o destino do dinheiro arrecadado pelos impostos. Nos últimos anos, desde que
participam do butim na Corte, empregaram no setor público todo seu “povo”, ou,
todos que estavam filiados aos seus partidos; agora que foram chutados do
governo por incompetentes e desonestos, perderam o gosto por este modelo
de “democracia”, e querem virar a mesa.
Nem sei
porquê se admirar, pois a esquerda sempre foi claramente contra qualquer tipo
de democracia. Gostam de usar e ostentar o termo, mas apenas para definir suas
idiossincrasias junto ao seu eleitorado cativo: analfabetos, pobres e
estudantes doutrinados, três categorias que se deixarem de ser o que são, não os
acompanham mais.
Em algum
momento a sociedade brasileira terá que redefinir, ou definir corretamente, a
expressão governo do povo. Temos que ter consciência de que povo somos todos
nós, e que somos nós que devemos escolher os candidatos aos cargos eletivos,
bem assim como definir regras para uso da Justiça Eleitoral e quais serão os
cargos a serem disputados e para quê.
Governo
do povo não pode ser interpretado, como prega a esquerda, como governo dos
pobres, dos analfabetos e dos doutrinados ideologicamente, e conduzidos como
manada pela sua “nomenklatura”; e aqueles que não se enquadram, considerados
como inimigos.
A este tipo de governo dá-se o nome de comunista, socialista ou
bolivariano, que combina muito bem com manada, que é o "povo" que eles gostam; aquele
que só se manifesta mugindo, através de slogans, dogmas e palavras de ordem.
http://capitalismo-social.blogspot.com.br/2017/05/707-prova-de-qualificacao.html
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