Janaína Figueiredo
(*)
Protestos em áreas de apoio ao
governo indicam aumento da insatisfação
Com a
Venezuela mergulhada numa onda de protestos que já deixou 20 mortos e centenas
de feridos e detidos, dirigentes políticos, representantes de ONGs e analistas
se perguntam até quando a Força Armada Nacional Bolivariana (FABN) continuará
sustentando um governo altamente impopular — na madrugada de ontem os protestos
mais intensos foram em bairros humildes de Caracas — e que nas últimas duas
semanas ordenou a violenta repressão de seus opositores. A preocupação
internacional é grande e ontem os governos de Argentina, Brasil, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai
condenaram energicamente a violência desencadeada no país.
Somente
na madrugada de ontem, 11 pessoas morreram, das quais oito foram eletrocutadas
enquanto participavam do saque a um comércio do bairro de El Valle, cenário de
manifestações civis que foram reprimidas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB)
e, também, pelos chamados coletivos chavistas (grupos armados que defendem o
governo). Além disso, um manifestante morreu em Petare.
— Os
militares têm muito peso na Venezuela, por isso somente se surgir um racha
poderiam ocorrer mudanças imediatas — disse Rafael Uzcátegui, do Programa
Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea).
Para ele,
a implementação do Plano Zamora (anunciado esta semana pelo presidente Nicolás
Maduro) é “uma verdadeira declaração de guerra”.
— O
governo institucionalizou a atuação dos grupos paramilitares em nome do combate
a um suposto golpe de Estado. A questão é quem resistirá por mais tempo —
afirmou.
Na
opinião da analista Argelia Rios, uma mudança ou não de posição dos militares é
a grande questão neste momento:
— Não se
sabe nada, o hermetismo é total. O que todos queremos saber é justamente isso,
até quando os militares reprimirão em nome deste governo.
Em meio
aos protestos de ontem em bairros populares de Caracas como El Valle, Petare
(considerada a maior favela da América Latina) e 23 de Janeiro, manifestantes
roubaram até mesmo pneus de carros que pertencem a militares.
Os
confrontos obrigaram a evacuação de um hospital infantil em El Valle, onde
estavam internadas 54 crianças. De acordo com o governo, o hospital foi atacado
por grupos armados financiados pela oposição — acusação desmentida pelas
lideranças opositoras.
No
passado, os bairros que foram cenário da violência representavam importantes
bases de apoio ao chavismo. Hoje, segundo afirmou Argelia, os setores populares
estão cada vez mais insatisfeitos com o governo. “Desmoronou-se o mito de que
os bairros (favelas) são territórios revolucionários”, escreveu a analista, no
Twitter.
O
presidente da Assembleia Nacional (AN), Julio Borges, assegurou que o governo é
“o único responsável”.
— A
violência se chama Maduro. Um governo que violenta o país, impede que o povo se
expresse através do voto. Convoque eleições e deixe que o venezuelano decida o
futuro — declarou.
O Globo
(*) Comentário do editor do
blog-MBF: na França, o PS diz que
precisa se reinventar; na Venezuela, os bolivariasnos esquerdistas estão
conseguindo a proeza de acabar com as finanças do país, não obstante ser um dos
maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo.
Coréia do Norte e Cuba dispensam
comentários, pois já os houve aos milhares.
O que mais precisa acontecer para
que as viúvas do marxismo se aposentem de vez ? Economicamente o
marxismo/comunismo/socialismo comprovou-se um fracasso, e se não tem dinheiro, o
social padece.
Até os esquerdistas brasileiros,
agora apavorados com o desenlace da operação Lava Jato, se calaram sobre os
desmandos na Venezuela.
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