terça-feira, 4 de abril de 2017

Conselho da OEA ignora chefe e realiza sessão sobre Venezuela

Cláudia Trevisan
(*)

Em uma decisão sem precedentes, o embaixador da Bolívia na instituição, Diego Pary, cancelou o encontro que havia sido convocado por solicitação de 20 países, entre os quais o Brasil

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu ignorar a decisão de seu presidente e realizar sessão para analisar proposta de resolução que condena o rompimento da “ordem constitucional” na Venezuela e levanta a possibilidade de aplicação da Carta Democrática Interamericana ao país. Em uma decisão sem precedentes, o embaixador da Bolívia na instituição, Diego Pary, cancelou o encontro que havia sido convocado por solicitação de 20 países, entre os quais o Brasil.

Um dos principais aliados da Venezuela na OEA, Pary assumiu a presidência do Conselho Permanente na manhã desta segunda-feira, 3, e cancelou a sessão sob o argumento de que precisaria de tempo para analisar o assunto. Os 20 países protestaram e exigiram que ele voltasse atrás em sua decisão, o que não ocorreu.

A partir das 14h, horário em que a reunião deveria começar, os embaixadores desse grupo de países começaram a entrar no Salão Simon Bolívar, onde ocorrem as sessões do Conselho Permanente. Também estavam no local o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, que viajou a Washington para participar da reunião.

Seu objetivo era  apresentar o resultado do encontro de chanceleres do Mercosul, que no sábado pediram a imediata restauração da ordem democrática na Venezuela, no que foi visto como o primeiro passo para eventual expulsão do país da organização regional.

Além da Bolívia, estavam ausentes do Salão Simon Bolívar os representantes dos demais países bolivarianos (Nicarágua, Venezuela, Equador e El Salvador) e alguns caribenhos beneficiados pelo Petrocaribe, programa venezuelano de venda de petróleo a preços subsidiados.

Diante da ausência de Pary e do vice-presidente do conselho, que também é aliado de Caracas, a presidência foi assumida pelo embaixador de Honduras, Leonidas Rosa Bautista, o mais antigo dos representantes na instituição. O fato de que 20 dos 34 integrantes da OEA apoiaram a realização da sessão reflete o crescente isolamento da Venezuela na organização. Até o fim de 2015, Caracas tinha a maioria dos votos na instituição e conseguiu bloquear sucessivas tentativas de discutir a situação do país.

O Estado de S. Paulo

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  a diferença entre regimes autoritários de direita e esquerda está, principalmente, na questão econômica:
- Autoritarismo de esquerda encaminha o país e todo seu povo à pobreza, menos, logicamente, os chefões.
- Autoritarismo de direita eleva o nível de vida dos que trabalham, menos, logicamente, dos que defendem estoicamente o socialismo e a parasitagem estatal, burocrática e inepta em todo mundo.
Estes são fatos históricos e não chavão de militante.

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