Hardy Graupner
Pesquisa
revela que, para 43% dos executivos alemães, práticas de suborno e corrupção
são comuns no país. Resultado representa um salto em relação a 2015, quando o
percentual verificado foi de 26%.
Um
estudo publicado nesta quarta-feira (05/04) aponta que 43% dos executivos
alemães entrevistados pela empresa de auditoria e consultoria EY (Ernst &
Young) dizem acreditar que o suborno e a corrupção são bastante comuns no país.
O
resultado representa um grande salto em relação aos apenas 26% registrados em
2015, mas ainda fica abaixo da média de 51% registrada entre os cerca de 4,1
mil executivos entrevistados em 41 países de Europa, África, Oriente Médio e
Índia.
Quase um
quarto (23%) dos gerentes admitiram que agiriam de maneira
"antiética" para subir na carreira ou obter salários mais altos.
Aproximadamente 10% dos executivos alemães consultados não descartaram fornecer
deliberativamente informações falsas a outras pessoas para impulsionar suas
próprias carreiras e enriquecer.
"A
fraude de emissões da Volkswagen, o escândalo de manipulação de tarifas da
Libor e o conluio [ilegal] entre empresas, assim como uma série de violações de
compliance têm estampado as manchetes com bastante frequência ultimamente",
disse o diretor do departamento de Investigação de Fraude e Disputa de Serviços
da EY, Stefan Heissner.
Ele
acrescentou que regras de compliance mais rígidas, que surgiram depois de
alguns dos grandes escândalos corporativos, não mudaram realmente a percepção
de corrupção generalizada na Alemanha.
Falta de ética na geração Y
O estudo
da EY revelou outro fator preocupante: internacionalmente – com base nos
números da pesquisa global – as pessoas que são membros da "Geração
Y" (idades entre 25 e 34 anos) parecem ter menos problemas em agir
"antieticamente", isto é, subornar outros ou ser subornado.
Um em
cada quatro dos executivos entrevistados nesta faixa etária afirmou que
oferecer suborno é justificável para garantir um novo contrato lucrativo ou
estender um já existente.
Entre os
países avaliados, a percepção de que procedimentos controversos são um
comportamento normal é maior na Ucrânia, onde 88% dos entrevistados afirmaram
que a corrupção entre gerentes e diretores é generalizada. Resultados semelhantes
foram atingidos no Chipre (82%), na Grécia e na Eslováquia (ambas com 81%).
No lado
oposto do espectro estão os países escandinavos e a Suíça. A Dinamarca lidera a
lista – apenas 6% dos executivos dinamarqueses entrevistados identificaram
a corrupção como fenômeno comum no ambiente empresarial.
DW – Deutsche Welle
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