Observador - Portugal
Depois dos preços do petróleo terem atingido recentemente os níveis
mais elevados desde 2014, os presidentes da Rússia e da Arábia Saudita
consideram um possível aumento da produção de petróleo.
A Arábia Saudita e a Rússia, que acordaram com outros produtores de
petróleo um limite na oferta em 2017, consideraram esta sexta-feira um possível
aumento da produção a partir do terceiro trimestre. Esta posição surge
após os preços terem atingido recentemente os níveis mais elevados desde 2014.
Citado pelas agências russas durante um fórum económico em São
Petersburgo, o ministro da Energia saudita, Khaled al-Faleh, considerou que os
países produtores terão “em breve a possibilidade de libertar a oferta”. “Como
dissemos anteriormente, o regresso do petróleo ao mercado deve ser feito
progressivamente. Não vamos fazê-lo de forma rápida e isso terá lugar
provavelmente no segundo semestre deste ano”, acrescentou.
“Se concordarmos que é indispensável aliviar os limites do nível de
produção, isso deve ser feito a partir do terceiro trimestre”, afirmou, por seu
lado, o ministro russo, Alexandre Novak. Após as declarações, os preços do
petróleo recuavam cerca de 2% nos mercados internacionais.
Os dois ministros reuniram-se na quinta-feira à noite para abordar
este assunto, numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) e 10 parceiros, um dos quais a Rússia, se preparam para uma
reunião no final de junho em Viena.
Os 14 membros da OPEP e 10 outros produtores de petróleo, liderados
pela Rússia, concluíram no fim de 2016 um acordo, que entrou em vigor no início
do ano seguinte, para baixar a produção em 1,8 milhões de barris por dia para
reduzir o excedente na oferta e fazer subir os preços. O acordo, que está em
vigor até ao fim de 2018, permitiu uma subida dos preços. O barril atingiu
recentemente os 80 dólares, quando em janeiro de 2016 estava em 30 dólares.
Em meados de maio, o barril de Brent (de referência na Europa)
ultrapassou os 80 dólares pela primeira vez desde novembro de 2014, devido à
incerteza em relação a países produtores como o Irão e a Venezuela. A Rússia é
um dos três mais importantes produtores de petróleo do mundo e o seu apoio é
crucial para que o acordo tenha resultados.
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