segunda-feira, 30 de julho de 2018

O Deep State no Brasil

Charles Gomes

Em artigos anteriores havia traçado sobre a ganância daqueles que se opõem à ganância capitalista: os socialistas. A tática de fazer barulho sobre a ganância do setor privado enquanto quietamente expandem a ganância do setor público sobre nossas vidas tem funcionado maravilhosamente. Um empresário não tem como esconder que objetiva o lucro ao etiquetar seus serviços ou produtos, mas o socialista com facilidade adquirirá espaço no governo ofertando como gratuito o que cobra dobrado.

No Brasil o contribuinte sob regime cltista tem sido sustento do funcionário público que possui promessas de regalias e vitaliciedade monárquica. Como há um sistema estruturalmente ganancioso à postos ele não é compatível com as crenças daqueles que tornariam o fardo mais leve. Pergunte a si mesmo: “Se eu fosse ganancioso no Brasil, desejaria servir o setor público ou privado?”. Se um liberal prega contra a ganância no setor público sendo ele beneficiado por essa ganância, ele é atacado como hipócrita e condenado a viver no cinismo. Se cabe algum consolo ao liberal, ser funcionário público é a única maneira legítima de sonegar impostos, já que o dinheiro que lhe é eventualmente tirado em impostos é devolvido a cada pagamento de salário.

Assim os únicos que tem a chave para adentrar ao Estado sem perder o sono são os socialistas, e com isso podem modelar nossas instituições de dentro, passando a sintonizarem o regime de governo com suas crenças leviatânicas.

A estabilidade é um agravante dessa situação, na verdade ela é o fundamento dessa situação. Fazem parecer a idéia razoável, mas se trata da criação de uma casta. O político poderá ficar quatro anos no poder enquanto a classe ficará uma geração. Não é nesse percalço necessário aderir conscientemente ao socialismo para contribuir aos progressivos mecanismos de pressão sobre o pagador de impostos, basta desejar proteger sua função fundada pelo projeto socialista.

Sem fuga do labirinto, o único caminho avante é aumentá-lo. O funcionalismo segue na direção de expansionismo estatal sobre uma economia consequentemente cada vez mais decrépita, gerando até mesmo efeitos colaterais como a explosão de cursos de Direito com objetivo de pertencer à ele. Procure observar o entusiasmo (e fortunas feitas em cima desse entusiasmo) revelado quando o governo abre novas vagas para concurso.

Nos Estados Unidos os funcionários federais doam em massa para o partido democrata e doaram exclusivamente para Hillary, o bias é visível quando nas eleições, o distrito de Columbia vota massivamente em democratas, como Gore (85.16%), Kerry (89.2%) Obama em 2008 (92.46%) e 2012 (92.8%) e 2016 em Clinton (90.5%), depois de Califórnia (que fez história ao não ter republicanos a disputar o senado) a capital burocrata dos Estados Unidos, onde fica a Casa Branca, é o ambiente mais democrata. O que esses eleitores querem que só a esquerda possui? A sobrevivência e expansão de seus cargos e poderes para manterem a pilharia do livre mercado.

A vitória de Trump e sua promessa de cortes deixou a classe nervosa com prováveis demissões. Um dos inimigos de Trump na sua jornada como presidente é ter de enfrentar o Deep State, que é a classe de empregados federais que faz pressão sobre suas decisões, vaza informações e cria impedimentos ao seu governo.

No Brasil também temos um deep state marchante contra a austeridade, graças à estabilidade podemos contar com professores de esquerda ensinando até o fim de suas vidas adolescentes a ficarem contra as tradições familiares e culturais para serem massa de manobra de suas causas progressistas e bucha de canhão em greves e protestos contra qualquer coisa que ameace seus empregos e privilégios legais.

Diferentemente dos americanos, o nosso Deep State tem uma face violenta.
Os funcionários públicos são os únicos membros da sociedade beneficiados pelo sistema econômico criado pela esquerda, sendo a casta privilegiada que no comunismo e fascismo eram os militares. Essa casta irá com certeza influenciar todas as eleições em que apareçam candidatos visando dominar os apetites do Estado.

Podemos discutir adiante se o reaganomics é o melhor dos dois mundos, onde conviveriam um Estado forte e um mercado forte onde teríamos de discutir apenas as funções do governo, mas mesmo sob esse modelo o Estado só é rico pois a sociedade é mais rica do que ele, não o contrário como é o modelo brasileiro.

A esquerda avança livre no país pois mesmo que o capitalismo funcione ele não é defendido no campo da moral econômica, debate que liberais perderam ao defenderem algo tão venenoso à natureza humana como a ganância, deixando o caminho livre para socialistas se apresentarem como discípulos de Jesus Cristo. Os conservadores não tem essa deficiência liberal e por não sermos revolucionários podemos buscar exemplo de uma sociedade que prospere pelo único caminho justo preparado por Deus: trabalho duro.

Reaçonaria

http://reaconaria.org/colunas/charlesgomes/o-deep-state-no-brasil/
Revisado por Maíra Pires @mairamacpires


Nenhum comentário: