Perito.Med
A manchete e capa do Jornal O Globo de ontem (01/07) mostrou que a
Dataprev virou propriedade do Deputado André Moura, líder do Governo no
Congresso Nacional. Para quem lê este blog, nada de novo, pois já havíamos
denunciado que não apenas a Dataprev, mas o INSS, a ABDI, a Funai, a Embratur e
até mesmo o Ministério do Trabalho viraram protetorados de Moura no Governo.
Moura adotou o princípio das capitanias hereditárias para controlar
suas posses. Como no modelo Português, membros da baixa (baixíssima)
realeza eram nomeados donatários para controlar faixas de posses e criar
internamente as chamadas sesmarias, locais específicos onde os colonos nomeados
posseiros trabalhariam para tornar a "terra" produtiva e pagar
impostos ao donatário, que repassava parte à autoridade superior, no caso, o
próprio Moura.
Relativo ao setor previdenciário, Moura nomeou um donatário: André
Leandro Magalhães, funcionário do TRT da 10ª Região, especialista em sistemas
de TI e segurança, que passou a controlar as capitanias hereditárias da
Dataprev e do INSS. Magalhães já havia trabalhado no passado em vários outros
Ministérios e empresas, conforme publicamos em primeira mão aqui.
Não podendo oficialmente comandar duas capitanias ao mesmo tempo,
André Leandro passou a fazer uso de sua equipe pessoal para comandar o vasto
território inssano, que ficou livre após a queda de Leonardo Gadelha, o bobo da
corte.
É André Leandro Magalhães que manda no INSS.
Magalhães, sob ordens de Moura, nomeou Francisco Lopes, conhecido como
"o Lawrence do Cerrado", seu assessor direto na Dataprev e velho
conhecido do mundo de negócios de empresas de TI e adesões de atas de fábricas
de software. Porém Lopes foi pego colhendo as uvas antes de estarem maduras e
pagando R$ 4 milhões em tonéis de vinhos vazios e foi exonerado antes que
comprometesse a safra do ano.
Magalhães também dividiu as sesmarias da DIRAT, DIRBEN, AUDIGER, CGTIC
e DGP entre seus colegas de profissão da área de TI e da Polícia Civil do DF,
de onde Magalhães foi Subsecretário de Gestão da Informação e do Conselho
Superior de Informações e Operações Policiais do DF.
Ilton Fernandes, parceiro de André Magalhães na ANTT, é o posseiro da
sesmaria da DIRAT, e de lá ninguém tira ele pois transformou um solo árido em
terreno altamente produtivo, colhendo cana, café e cascalho além de produzir
vinhos e atas de adesão em grande quantidade.
Um policial civil aposentado foi recentemente nomeado posseiro da
sesmaria da DIRBEN, temos outro policial civil na Auditoria de Benefícios, o
auditor Rabello rapidamente se alinhou ao donatário, a CGTIC tinha como
posseiro de sesmaria o servidor Ornon, ligado ao grupo da TI, mas caiu junto
com Lopes e a DGP está nas mãos de outro aliado de Magalhães.
Um novo "donatário" do INSS foi indicado por Magalhães e
Moura: o comodoro Edison Garcia, que é especialista em embarcações como canoas,
caravelas e campeão de remadas e na modalidade "Remo de Cinco". Ele
tem enfrentado dificuldades em navegar nesse mar agitado pois o vento está
contra a maré e o Sol batendo muito forte em cima da cabeça dele, mas está
tentando.
Não para por ai. Segundo O GLOBO, mais de 60 aliados do Rei estão
espalhados na Dataprev em todo o Brasil. No INSS temos um Gari na DIRAT, uma
baliarina na DGP, recém-formados em diversas diretorias e diversos cargos
ocupados por pessoas sem a devida formação. Até um representante da umbanda
está na mira de comandar apenas a gestão de todos os 33 milhões de benefícios
mensais do INSS.
Recentemente a sesmaria da DIROFL caiu nas mãos do grupo, através de
uma articulação com o dono da pradaria dos bandeirantes, uma subdivisão da
capitania hereditária do INSS, o superintendente Oliveira, que controla os
posseiros paulistas e que emplacou seu contador pessoal na sesmaria de
orçamento da autarquia.
Sidney Cottet, o contador de Oliveira, é conhecido por sua agilidade
com números e pelo destemor em assinar os documentos mais complexos. Dono de um
vasto currículo, Cottet foi prejudicado tempos atrás quando parte da APS
Guarulhos, sede da Gerência local, foi destruída por um grande incêndio
ocorrido na noite de uma sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014.
Sem vítimas, o fogo atingiu precisamente apenas os
setores financeiro, logística, almoxarifado e APSDJ, transformando em pó vários
processos em que Sidney atuou com maestria. Os processos eram prova viva do
talento de Sidney Cottet em resolver o grave problema de orçamento do INSS,
porém agora em Brasília ele terá a chance de mostrar a todos o seu valor.
Quem manda no INSS é André Magalhães. Quem manda em André Magalhães é
André Moura. Criador e Criatura vem transformando o INSS numa mina de
exploração ao estilo Serra Pelada. A permanecer assim, o destino da autarquia
será afundar num grande buraco escavado pelos exploradores, do qual jamais
sairá.
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