Carlos Henrique Abrão
e Laércio Laurelli
Há um
desânimo generalizado pós-copa do mundo para com as eleições que serão
realizadas no mês de outubro. A fratura política é correlata à fartura de
candidatos e dizem que o povo não sabe votar. É verdade, acreditamos que há
duas situações distintas. O voto obrigatório é desnecessário e a propaganda
também, mas os chefes de partidos, caciques, nos colocam em delicadas
realidades que não correspondem ao aspecto da representatividade.
Precisamos
quebrar as amarras de políticos profissionais, velhos candidatos que se lançam
com mais de 70 anos de idade querendo fazer agora na terceira idade o que não
foram capazes de realizar outrora, e a simbiose pede espaço para que candidatos
se lancem debaixo para cima. Podemos explicar tal qual a democracia norte
americana e nos países europeus, no Brasil como em todo o cenário da América
Latina são exatamente os mesmos que se revezam e agora timbrados pelo viés da
reeleição, a qual deve ser definitivamente banida.
O
mandato presidencial seria de cinco anos e com veto à reeleição, portanto não
haveria desperdício de dinheiro público e arrefecimento do congresso na
aprovação de diretrizes e novas legislações. Ao lado disso poderemos perguntar
se o País está numa crise sem precedentes qual a razão de tantos candidatos, se
a política está completamente desmoralizada e corroída pela corrupção?
As
mordomias ainda permanecem tal qual ajudas, planos de saúde,correio, passagens
aéreas e a possibilidade de se contratar administrativamente por meio de
licitação, muitos que enriquecem na política sabem que não há terreno mais
fértil do que o caminho específico, já que as instituições não funcionam,e o
Supremo Tribunal Federal faz um mix desacertadamente de imunidade a confundir
com impunidade.
Já no
ocaso do mensalão percebemos essa circunstância que hoje está contaminando a
tudo e a todos e piores dias se aproximam para a
deflagração de um garantismo sem precedentes e mudança de paradigma favorável ao crime organizado e quadrilhas de empresários e grupos políticos os quais jamais abdicarão do poder para servir à sociedade civil e à população.
deflagração de um garantismo sem precedentes e mudança de paradigma favorável ao crime organizado e quadrilhas de empresários e grupos políticos os quais jamais abdicarão do poder para servir à sociedade civil e à população.
O que
acontece no Brasil é inacreditável inenarrável. Os estados quebrados, as
comunas sem recursos financeiros, a saúde mercantilizada, e a sociedade
depauperada, são mais de 60 milhões listados no cadastro negativo e tanto
quanto de empresas as quais não conseguem pagar suas contas e avançam no
refinanciamento da dívida tributária. O Brasil precisa ressurgir das cinzas,
não com tantos candidatos e uma política menor, franciscana, no máximo seriam 6
vestindo a camisa com as cores do Brasil e empurrados pelos debates teríamos
apenas 3 os quais já poderiam avançar rumo às eleições.
O modelo
político partidário é um monstrengo, aberração, o dinheiro público drenado para
as campanhas igualmente, essa famigerada dualidade se transforma no mais nocivo
elemento para os interesses da sociedade. Haverá um contingenciamento de votos
brancos, nulos e abstenções que poderão bater a casa da metade dos votos
validos e sem dúvida a grande questão, ou mudamos radicalmente o nosso modelo
político ou reconstruimos a democracia e papel,haja vista que a ditadura
econômica nos coloca no atraso e na pior posição possível em relação aos Países
de ponta.
Em todo
o momento se cogita de alianças espúrias e ambicionando cargos e rolagem de
dinheiro público,o cidadão é o último a saber e a participar tudo é tratado no
andar de cima na calada da noite e no dia seguinte a
mídia noticia que temos mais surpresas no processo eleitoral. A se manter essa miopia política com fratura de representatividade e fartura de candidatos continuaremos a remar contra a maré e não avançaremos nas principais metas de conter o gasto publico,reforma da previdência e tributária.
mídia noticia que temos mais surpresas no processo eleitoral. A se manter essa miopia política com fratura de representatividade e fartura de candidatos continuaremos a remar contra a maré e não avançaremos nas principais metas de conter o gasto publico,reforma da previdência e tributária.
O Brasil
está paralisado, com milhões de desempregados e um parque industrial sucateado,
nossos políticos não enxergam ou não querem ver o que sucede nas ruas e nas
casas,preferem o doce lar de Brasília, cuja linguagem mais conhecida é de se
levar vantagem,e é por tal deslize que ainda não teremos um futuro melhor, pois
que nossa classe política somente olha o próprio umbigo e se esquece de
enfrentar a guerra da crise que provocou a fuga de milhares de brasileiros e
empobreceu milhões de cidadãos.
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Alerta Total
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