sábado, 24 de fevereiro de 2018

Considerações sobre o plano do economista Paulo Guedes para o candidato Bolsonaro - 3ª parte – “Previdência”

Martim Berto Fuchs

3 - Previdência
“Realização/ampliação da reforma do atual sistema previdenciário e criação de sistema de capitalização, com contas individuais, para novos participantes.”

Considerações sobre a proposta de Paulo Guedes
“Realização/ampliação da reforma do atual sistema previdenciário ...”
Um tanto genérica esta primeira parte. Propõe que se realize a reforma do atual sistema, sem entrar em detalhes. Fazer tem que fazer, mas a questão é justamente como fazer.
Todos querem o fim dos privilégios. Dos outros. Os seus são direitos adquiridos. Dessa forma, não reformarão nada, nunca. É isto que tem que ser enfrentado, claramente, doa a quem doer. O que não pode mais, é descarregar o ônus sobre os contribuintes celetistas-CLT, única conta superavitária.

Senão vejamos:
1.Quando havia dinheiro, no início de todo esse programa da Previdência, o governo gastou boa parte dos recursos com obras públicas, e este dinheiro nunca retornou. Construção de Brasília, p.ex.. 
2.Da mesma forma usou o dinheiro para atender os idosos do campo, sem que esses contribuíssem. Este é o segundo maior furo nas contas da Previdência.
3. O primeiro furo são as aposentadorias do funcionalismo público. O que está emperrando a reforma é a atuação orquestrada dos sindicatos ligados a eles, e, não menos, a atuação individual de muitos deles, em postos chaves, como foi o caso do já esquecido Rodrigo Janot.

Não adianta, p.ex., culpar empresários pelo não recolhimento das contribuições, de uns anos para cá, alegando que é isto que faliu a Previdência. Se estes empresários que deixaram de contribuir - para fazer caixa e enfrentar as crises geradas pela “administração” pública -  continuassem contribuindo, apenas teríamos a CLT superavitária encobrindo os déficits gerados pela aposentadoria rural e do funcionalismo. O que tem que ser enfrentado são esses déficits e estes até agora os nossos políticos não tem coragem de encarar. Em parte, porque toda sua grande família (cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos) está encostada nas folhas de pagamento do funcionalismo. Por outro, tem medo de perderem votos, pois estes funcionários e suas famílias se voltariam contra eles. E o receio, quase certeza, de serem patrulhados e sacaneados pelos funcionários no seu dia a dia de trabalho, pois dependem deles para suas demandas internas.

“Ampliação ... da reforma com a criação de sistema de capitalização, com contas individuais, para novos participantes.”
Esta capitalização se daria através dos bancos particulares, como toda e qualquer proposta Liberal. Os trabalhadores teriam descontados do seu rendimento, em primeiro lugar, o lucro distribuído aos acionistas.  Em segundo lugar, os pró-labores exorbitantes que os banqueiros se auto-concedem. O que sobrasse seria do investidor. Se o gerenciador não falisse antes.
Segundo. a).Esta capitalização seria paga pelo empregador, b).ou ficaria a critério e por conta do trabalhador ? Na segunda hipótese, já sabemos de antemão que poucos iriam capitalizar regularmente, ou quase nunca, pois não sobra dinheiro para tanto. Logo, é uma proposta que pouco vai resolver, sem contar o fato de que não é a CLT que é deficitária.

Proposta Capitalismo Social-MBF:
Tenho comigo que toda e qualquer reforma ou remendo que se faça no atual sistema de Previdência, manterá as duas classes existentes no Brasil. Os trabalhadores da iniciativa privada de um lado, abaixo, e o funcionalismo público do outro, acima. Isto tem nome: chama-se castas.
A proposta de Capitalismo Social é a passagem já a partir do próximo ano para um sistema único de capitalização: FIPS – Fundo de Investimento e Previdência Social, para todos brasileiros, onde todo resultado seja canalizado para o contribuinte.
Detalhes no link abaixo.


Observação: primeiro vamos definir a proposta, como sendo de todas a melhor; depois se discute como implementá-la. Se ela não servir para a maioria, não adianta discutir sua implementação.
E analisem o outro importante aspecto: - Além da aposentadoria, o investimento nas empresas nacionais, ou seja, desenvolvimento sem dívida, sustentável.

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