Alexandre
Borges
Mauricio Macri não apenas derrotou o bolivarianismo, tudo indica
que é um liberal de verdade.
Vencer as forças das trevas do continente com social-democratas,
como se tenta no Brasil, é no máximo uma meia vitória. É como apoiar a Al Qaeda
para derrotar o ISIS.
Macri, 56 anos, é filho do imigrante italiano Franco Macri, que
chegou pobre à Argentina, trabalhou na construção civil e hoje é um dos mais
importantes e prósperos empresários do país. Mauricio foi presidente do Boca
Juniors e é o atual prefeito de Buenos Aires.
Detestado pela imprensa, que trata o novo presidente como um
“neoliberal que vai acabar com as conquistas sociais”, Mauricio Macri oferece
uma chance real de mudança para a Argentina, enquanto o Brasil ainda engatinha
na construção de uma única alternativa política de direita. Ele é o primeiro
presidente civil eleito em 100 anos que não se identifica com os
social-democratas e com o peronismo.
Se ele será ou não um liberal
na presidência, o tempo dirá. A decepção com Juan Manuel Santos na Colômbia não
nos permite colocar a mão no fogo por ninguém antecipadamente. Se ele vai
conseguir se manter no poder, mesmo com a violenta oposição dos peronistas, não
há como prever. Se fará um governo liberal como de Sebastián Piñera no Chile,
cabe a ele decidir.
Esta página sempre repete que o Brasil não precisa
apenas de novos políticos, o país precisa de uma nova elite. Onde está o
Maurício Macri brasileiro? Qual bilionário do Bananão apoiaria um candidato
realmente liberal?
Os controladores do Bradesco e do Itaú são a favor do impeachment
ou financiariam uma opção liberal para o Brasil? E os principais dirigentes da
Fiesp? Os herdeiros da Rede Globo estão de que lado?
Como pensam os principais empreiteiros? Você sabe a resposta.
Um Mauricio Macri brasileiro
seria tratado com desdém pela imprensa, não conseguiria captar recursos e a
GloboNews passaria o dia convocando obscuros professores universitários para
dizer que ele seria um fascista de extrema-direita neoliberal contra o povo.
Já o Mauricio Macri argentino é rico o suficiente para bancar a
própria campanha e conquistar seu espaço. Ele não teve pressa: foi presidente
de clube de futebol, prefeito da capital e só depois chegou à presidência. Sem
as urnas venezuelanas apurando o resultado, o povo falou e o bolivarismo
portenho foi para a lata de lixo da história.
Franco Macri, 85 anos, começou do zero, trabalhou duro e
construiu um império. Como retribuição, deu seu filho para servir ao país e
ajudar a fazer da pátria que adotou uma nação mais livre, moderna, justa e
desenvolvida. Já os nossos bilionários, como Jorge Paulo Lemann e Abílio Diniz,
querem resolver a atual crise colocando FHC e Lula para baterem um papo com
uísque e charutos numa sala fechada, é tudo uma questão de lotear melhor o
poder e o país.
Com clareza de propósitos, estratégia, paciência e dinheiro
suficiente, não há o que temer. Macri é o representante de uma elite patriota,
que pensa no país e quer prosperidade para todos, não só para ela. Falem o que
quiserem dos argentinos, mas a elite deles é muito, mas muito melhor que a
nossa.
Instituto
Liberal
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