Em 1960, numa reunião da OEA realizada em Montevidéu, o então Ministro do Planejamento de Cuba, Che Guevara, disse que em uma década Cuba superaria a renda per capita dos EUA.
Cuba era, na época, o terceiro país mais rico da América
Latina. Hoje, é o terceiro mais pobre. Seus cidadãos são os que têm a pior
alimentação e são usados como itens de exportação, como agora se verifica no
Brasil com o chamado Programa Mais Médicos.
Sobre isso, recorde-se que em 1994, em Cuba, cerca de 75
mil pessoas contraíram a doença neurite ótica e
periférica, que é ocasionada por desnutrição
crônica.
Hoje, a Ilha produz menos açúcar do que em 1919 e os 11
milhões de cubanos que vivem na Ilha criam menos riqueza que o milhão de exilados
radicados em Miami. Em toda a história do continente nenhum país jamais
empobreceu de forma tão intensa e brutal como Cuba sob o socialismo.
Nunca o país dependeu mais da solidariedade de seus
vizinhos da América Latina e Caribe.
Embora as pessoas sejam impedidas de deixar o país, cerca
de 20% da população já vive nos EUA, enquanto centenas de milhares continuam
tentando emigrar para a Flórida de forma legal ou ilegal, em qualquer tipo de
transporte.
A maior fonte de receita do Estado cubano são as remessas
dos exilados – cerca de 800 milhões de dólares anuais -, bem como as doações de
medicamentos (cerca de 60 milhões) e o aluguel de médicos a outros países.
Sobre as famosas conquistas da Revolução é forçoso
reconhecer que os cubanos têm hoje uma instrução melhor do que em 1958, que não
existem analfabetos, porém com uma diferença importante: os técnicos e
profissionais vivem miseravelmente. Um médico recebe um salário equivalente a
20 dólares por mês e um engenheiro o equivalente a 15 dólares.
Em Cuba vivem, portanto, os únicos cidadãos do planeta
para os quais a instrução não abre caminho para uma vida melhor. Quanto mais se
instruem, pior vivem. São, portanto, os indigentes mais bem instruídos do
mundo. Essa é uma das principais conquistas da Revolução: a nivelação por
baixo.
Dizem que a assistência médica é muito ampla. Mas, de que
adianta um serviço de saúde pública sem medicamentos, com equipamentos
inutilizados por faltas de peças de reposição e com hospitais caindo aos
pedaços?
Não se diga que isso é culpa do embargo econômico, pois
nos hospitais onde os clientes – principalmente estrangeiros – podem pagar em
dólar ou aqueles utilizados pela burocracia que dirige o partido e o Estado são
encontrados medicamentos de última geração, norte-americanos, alemães e suíços.
Mas, disso tudo resta alguma coisa. Resta o discurso da
dignidade, da solidariedade e da especial categoria moral que a revolução impôs
aos cubanos. Só o discurso...
No entanto, será que poderá ser considerada digna uma
criatura que não pode ler o que deseja, que não pode exprimir suas idéias,
eleger seus governantes, escolher seus amigos ou viajar para onde deseja?
Tudo isso lembra a anedota do cachorro russo que apareceu
passeando nas ruas de Paris. Ele era muito bem tratado em Moscou, mas saiu do
país porque às vezes sentia vontade de latir.
Carlos I. S. Azambuja
Historiador
Alerta Total – www.alertatotal.net
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