Célio Pezza
Após os atentados em Paris que mataram até o
momento 129 pessoas e deixaram centenas de feridos, o grupo radical islâmico EI
assumiu toda a responsabilidade e disse que esse ataque é só o início da
tempestade.
Esse grupo radical foi criado a partir de um braço
iraquiano da Al-Qaeda, passou a controlar áreas da Síria e do Iraque e
restaurou a formação de um califado, onde as regras de vida são rígidas e
baseadas na antiga lei islâmica chamada sharia. Em seguida, vários grupos
terroristas muçulmanos não aceitaram o califado e o próprio EI, se tornando
seus inimigos.
A principal receita do grupo vem da venda de
petróleo, com uma receita aproximada de US$ 3 milhões por dia. Outra fonte de
renda é a cobrança de impostos nas regiões em que controlam. Para os militantes
do EI, todos que não seguem sua doutrina, são seus inimigos, mesmo que sejam
muçulmanos.
Desde julho de 2014, o EI vem publicando a revista
Dabiq em várias línguas, onde mostra a guerra do estado islâmico como sendo a
continuação de uma batalha medieval sagrada entre cristãos e muçulmanos, onde
os “cruzados” modernos são os povos ocidentais.
Em uma das revistas, eles mostram a bandeira
islâmica hasteada no Vaticano e deixam claro que Roma é um dos grandes
inimigos. Dentro de sua teologia, existe o Final dos Tempos, da mesma forma que
o Apocalipse cristão e a batalha final entre o Bem e o Mal, a ser travada em
Dabiq, que é uma região ao norte da Síria, perto da fronteira com a Turquia.
De acordo com a crença islâmica, tudo vai se
concretizar a partir da invasão americana na Síria. Neste momento, de acordo
com suas profecias, grande parte dos muçulmanos que hoje estão divididos e não
apoiam o EI, irão se juntar em um só exército, para combater os “cruzados”.
Dentro dessa ótica, o EI espera e quer essa invasão,
pois aí terá a chance de se cumprir a profecia sobre a união dos muçulmanos ao
seu novo califado. Serão poucos anos de batalhas dentro da Síria como nunca se
viu e no final os muçulmanos sairão vitoriosos. Eles serão liderados por um
Mahdi, um líder religioso que irá aparecer no início do conflito. Interessante
que essa guerra santa do EI é contra o cristianismo ocidental e não contra
Jesus, a quem respeitam e acreditam que será um futuro aliado do islamismo.
O ex-presidente xiita do Irã, Ahmadinejad, é um dos
que acredita nessas profecias e está comprometido em preparar o caminho para
esse Mahdi e colocar em suas mãos tudo o que estiver disponível, inclusive
armamentos nucleares. O papa Francisco, após os atentados em Paris, disse com
muito conhecimento que, diante dos fatos, será inevitável uma terceira guerra
mundial e infelizmente, o motivo será religioso.
Verdade
Mundial
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