quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Eleições na OAB: a cegueira das chapas em Santa Catarina e São Paulo

LEONARDO MAIA MOLL

Já li e analisei CUIDADOSAMENTE as propostas de todas as chapas às Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina e São Paulo e uma coisa me surpreende: é incrível o SILÊNCIO acerca da depauperada situação em que se encontra a nossa democracia e a nossa economia. SILÊNCIO esse que já dura 12 anos!

A única chapa que vi escrever algo a respeito foi a Chapa do Dr. Adriano Zanotto, que se propõe a restabelecer a atuação firme contra atos que comprometam a República.

A respeito da nossa economia, entretanto, não vi sequer um posicionamento: o que as chapas pretendem fazer contra os gastos excessivos dos governos em TODOS os níveis? O que as chapas propõem para acabar com a farra dos 3 Poderes, que se lambuzam a gastar dinheiro do contribuinte de forma vergonhosa? O que as chapas estão pensando para fazer valer a Lei de Responsabilidade Fiscal, visto que tivemos uma presidente da república que gastou como se não houvesse amanhã e jogou o país inteiro no atoleiro?

Por acaso alguma das chapas está se preocupando com o nível de intervenção econômica absurda a que estamos chegando em nosso País?

Alguma das chapas sabe que nosso país está na 118ª posição no ranking de liberdade econômica, enquanto vizinhos como Chile e Colombia, estão na 7ª e 28ª posições, respectivamente? O que se propõe para que tenhamos uma economia mais livre dos tentáculos sufocantes do Estado? O que se propõe para que os investidores possam enxergar em nosso país um porto seguro e próspero para seus investimentos? O que se propõe para que não tenhamos órgãos de Estado reféns de governos de turno? Efetivamente, o que se propõe para que tenhamos um estado pequeno e forte, e que enderece seus problemas de forma adequada, como assim o fazem todos os países de primeiro mundo, e não um estado grande e fraco, como sói ocorrer com todas as subeconomias?

Sinceramente, quanto mais leio as propostas das chapas mais tenho a impressão de que os advogados se tornaram seres anestesiados e que só se importam com campeonatos esportivos, bailes, privilégios segmentados para mulheres, jovens advogados e etc, esquecendo-se de que se não olharmos para o que realmente importa – nossa democracia e nossa economia, todo o resto será descartável.

Leonardo Maia Moll
Advogado em São Paulo.

Jornal Fato Jurídico


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