Martim Berto Fuchs
O momento para a Intervenção por
parte das FFAA é chegado, ou,
transforme-se as mesmas em apenas
mais um grupo de policiais, e pior, sem recursos para atuar.
A função
das mesmas esta prevista na própria Constituição para que não mais seja
considerada golpe militar. Assim sendo, está na hora de agir, antes que a
paralisação da economia leve o país a guerra civil; ou pensam que o trabalhador
desempregado vai aceitar bovina e eternamente o desemprego e suas
conseqüências, quando o próprio Estado está falindo sem que uma providência séria
seja tomada ?
A grande
questão que eu vejo, é a encruzilhada em que se encontrarão os encarregados
pela Intervenção para definir os rumos futuros, pois temos nada mais que cinco
grupos propondo alternativas para o país, sem contar que nas FFAA temos também
uma divisão, qual seja, de um lado os nacionalistas ortodoxos (equilíbrio
fiscal) e de outro os nacionalistas “desenvolvimentistas” (gastar o que tem e o
que não tem, e quando faltar, imprimir).
E mais esta
proposta que faço de um novo Contrato Social, dentro de um novo paradigma, que
denominei já há 40 anos de Capitalismo Social.
Senão
vejamos:
Ditadura pura e simples
Os
radicais de direita propõem que as FFAA assumam o Poder e acabem de vez com as
nossas vãs tentativas de democracia, eternizando-se na administração pública.
Monarquia
De
acordo com números apresentados pelos próprios, de que no referendum levado a
efeito em 1993, mesmo não lhes sendo autorizada a propaganda ostensiva,
alcançaram expressivos 10% de aceitação. Dos 67 milhões de votantes na época,
6.8 milhões optaram pela monarquia. Eles querem a volta dos Orleans e Bragança
ao trono, acabando com o revezamento de hoje que se dá entre os cortesãos,
desde os “nobres”, passando pelos burgueses até os “plebeus”.
Conservadores
Difícil definir
exatamente a idéia dos conservadores, pois suas propostas se fundem entre
monarquistas e liberais, parlamentaristas e presidencialistas.
Como os
monarquistas, afirmam que são os únicos a ter o conhecimento necessário para fazer
um bom governo, mesmo sendo o Presidente eleito pelo Congresso.
Liberais
Também
aí o ponteiro vai de 8 a 80. São várias as correntes dentro do liberalismo,
desde as mais radicais, como Ludwig von Mises e Murray N.Rothbard, passando por
Von Hayek e Mills, até Milton Friedmann. Variam os graus de atuação do governo
na economia, da própria economia ( produtiva ou especulativa), até o grau atendimento
por parte do Estado para os “descartáveis”, aqueles que pouco contribuem com o
intelecto, mais com a capacidade física e por isto, após o “equipamento” vencer, torna-se custo sem retorno.
Descartável, na filosofia liberal.
Socialdemocratas
Não
obstante o Estado de bem-estar social – forte atuação do capitalismo de estado
e farta distribuição de benefícios - esteja se desintegrando na Europa, aqui no
Brasil, como sempre, as notícias demoram a chegar. Prova está que ainda temos
comunistas agitando suas bandeiras e crentes que estamos em meados do século
XX. Mesmo não tendo mais um norte para se guiar – URSS -, tomam carona em
qualquer bolivarianismo que aparece.
Capitalismo Social
Considero
a mais avançada de todas as propostas democráticas. Se causa espanto e
incompreensão é pelo inusitado da mesma, que ousa desafiar e modificar os
preceitos básicos de Montesquieu: a divisão dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário.
Ousa
acabar com as corporações que medeiam nossa democracia – sindicatos patronais e
laborais como apêndices dos tentáculos do Estado.
Ousa
acabar com os partidos políticos, que também não passam de corporações, e
também dominados por agentes inescrupulosos. Nossa democracia, se assim podemos
qualificá-la, é refém destas corporações e que completam seu total e nefasto
domínio, indicando todos Ministros dos Tribunais Superiores de justiça, que
comprovadamente atuam de forma seletiva. Em qualquer julgamento, levantam um
lado da venda que lhes cobre os olhos, e primeiro conferem quem
está sentado no banco dos réus. Só aí começa o “julgamento”.
Ousa
propor um sistema eleitoral que passa a escolha dos candidatos aos cargos
eletivos ao eleitor (aproximando a democracia representativa da direta), este
sim o soberano em uma República
Democrática.
Ousa
distribuir o lucro na fonte, 50% para o capital e 50% para os trabalhadores,
deixando, pela primeira vez, o governo de fora.
Ousa
propor uma previdência única para todos – FIPS-Fundo
de Investimento e Previdência Social - que funcione objetivamente e passe
também a alavancar o desenvolvimento do país.
Que
ousa, enfim, alterar, para normas efetivamente democráticas, a forma de
administração pública e a atuação do Estado, propondo não um Estado inchado e
paquidérmico como este à que fomos levados e nem um Estado mínimo, e sim um
Estado que resulte em tamanho próximo do ideal, voltado para a fiscalização, auxílio logístico e
acompanhamento sobre o econômico e atuação equilibrada no social; de respeito às Leis,
partindo da visibilidade e publicidade obrigatória
dos seus atos, só conseguida em uma República Democrática à se formar.
A
escolha caberá, sem dúvida, aos comandantes da Intervenção Constitucional. Não
é uma tarefa fácil, pelo contrário, é mais complicada do que apenas fazer o uso
da força que a garantirá.
Defensor
que sou desta Intervenção, pois não
vejo outro caminho, uma vez que não se vislumbra a curto, médio ou longo prazo
qualquer atitude vigorosa para modificar o estado em que nos encontramos. Não
tem mais solução, pois pontifica a injustiça social para quem não está
garantido pelas Leis obscenas que protegem apenas aqueles que estão sob o
guarda-chuva estatal, e sendo injustamente a maioria excluída quem paga a
conta, venho, como contribuição, propor o que segue:
1.Militares da reserva, que possuem
homens cultos, patriotas e conhecedores dos nossos problemas, garantidos pelos
militares da ativa, assumem os Três Poderes, escolhendo entre si um líder, sem
interferência de civis, para Presidente da República.
2.Extinguem todos partidos políticos
formados e em formação. Sem volta.
3.Cassam o mandato de todos
políticos em atividade, em todo país, ficando as Casas Legislativas fechadas
até que a Justiça
Eleitoral organize a Assembléia Nacional
Instituinte Exclusiva. Trabalho com prazo determinado.
Enquanto isto:
3.1.Nomeiam os Ministros de Estado
do Poder Executivo, não mais de 14.
3.2.Nomeiam os governadores e seus
Secretários, não mais de 14.
3.3.Nomeiam os Prefeitos e seus
Secretários, não mais de 14, em não mais de 2.000 municípios, sendo que os
outros voltam à condição de distritos.
4.Todos Tribunais Superiores Civis
terão seus atuais membros aposentados, e novos titulares serão nomeados dentre
pessoas qualificadas e com reputação ilibada, para exercer as funções enquanto
durar a Intervenção.
§Único. Todos, nos Três Poderes,
atuarão exercendo ativamente suas funções, não obstante transitórios.
5.Dos políticos cassados, os com
ficha suja passam à ser julgados imediatamente pelos órgãos competentes, estritamente dentro das Leis vigentes,
apenas sem mais Foro Privilegiado, revogado por decreto.
6.Revisão imediata por empresas
qualificadas, dos organogramas dos atuais Três Poderes em seus diversos
departamentos, funções e necessidades reais, para operar com princípios de
eficiência e produtividade.
7.Promulgação da nova Constituição,
de um novo Contrato Social, baseado num novo paradigma, onde:
7.1.Para obter título de eleitor, o
cidadão tem que comprovar na Justiça Eleitoral que sabe ler e escrever.
7.2.Todos que tiverem a pretensão de
ser candidatos, tem que comprovar na Justiça Eleitoral que sabem ler, escrever
e interpretar textos.
7.3.Para ser oficializado como
candidato, tem que ser aprovado pela Justiça Eleitoral na Prova de Qualificação
à que estará sujeito.
7.4.Todos candidatos, o serão para
vereador pelo seu distrito eleitoral, sendo sua ascensão aos cargos superiores
determinada pelos eleitores em eleições sucessivas.
7.5.Os Três Poderes ficam assim
constituídos:
7.5.1.Poder Constituinte, eleito de
5 em 5 anos para revisão constitucional, e com prazo máximo de um ano para
concluir seu trabalho, não podendo concorrer à ele, pessoas com mandato no
Poder Parlecutivo.
7.5.2.Poder Parlecutivo, eleito de 5
em 5 anos, empossado um ano após o início dos trabalhos do Poder Constituinte,
não podendo concorrer quem está participando do Poder Constituinte.
7.5.3.Poder Judiciário.
8.Para as eleições do Poder
Parlecutivo dentro das regras da nova Constituição recém promulgada, serão
aceitos todos cidadãos com ficha limpa, mesmo os políticos que tiveram seus
mandatos cassados recentemente, apenas que todos como candidatos independentes
e aprovados na Prova
de Qualificação aplicada pela Justiça Eleitoral.
9.Uma vez apurados e confirmados os
resultados das urnas, os governos de transição à nível federal, estadual e
municipal, transmitirão para os novos eleitos seus cargos, e estes
providenciarão o preenchimento dos cargos dos Tribunais Superiores do Poder
Judiciário, dentro das novas regras, podendo os Ministros em exercício serem
reconduzidos aos cargos, individualmente, se assim for permitido.
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