Martim Berto Fuchs
Desde a
primeira vez que surgiu no ar a proposta do Voto em Lista, que venho afirmando
que isto é uma excrescência.
Os donos
dos partidos políticos já mandam e desmandam neste país, através da imposição
dos seus candidatos, à revelia dos
eleitores, pelo menos dos eleitores alfabetizados. Digo daqueles que por gostarem
de política, acompanham o dia a dia da mesma.
Para quem
ainda não sabe, o Voto em Lista é o seguinte:
- Você
não vota mais em um candidato, você vota em um partido e na lista de candidatos
que ele apresenta. Por exemplo: num município com 11 vereadores, cada partido apresentará uma lista com 33 candidatos.
A grande
safadeza está na ordem dos nomes na lista, uma vez que se o partido conseguir
eleger, por exemplo, 3 vereadores, os eleitos serão pela ordem na lista.
Assim, para
as 33 vagas, como já acontece hoje, são sempre convidados para participar da
nominata um bom número de pessoas com prestígio na cidade, os ditos honestos.
Estes servem como moldura do quadro, nunca como personagens da foto.
Hoje,
alguns destes se elegem e à partir daí passam à ser assediados pelos donos dos partidos para
entrar nos esquemas, diga-se, sempre desonestos. Se aceitam, tudo bem. Se não,
passam à ser marginalizados, não mais participando das decisões do partido, ao
ponto de não conseguirem nem legenda para a próxima eleição.
Com a
proposta do Voto em Lista, o mesmo número de cidadãos com prestígio serão
convidados para compor a lista, apenas, que jamais se elegerão, pois constarão no fim da lista, e logicamente,
os donos dos partidos e aqueles que tiverem o prontuário mais extenso,
encabeçarão a nominata.
Por essa
e por outras mais, é que a proposta de Capitalismo Social para o sistema
eleitoral, é a de 100% de candidaturas independentes e a extinção das
organizações criminosas pomposamente chamadas de partidos políticos.
Financiamento das campanhas
O
principal argumento favorável ao Voto em Lista, é o do financiamento das
campanhas, que se tornaria mais barato. Sem dúvida é um bom argumento e sem
dúvida as campanhas poderiam ser bancadas apenas pelo poder público, com um
custo bem menor.
Por
outro lado, como o Lava-Jato está a demonstrar, o custo da campanha é o menor
dos males. O mal maior é permitir que bandidos dominem completamente as
Câmaras, as Assembléias e o Congresso. Digo completamente, pois dominar já as
dominam, apenas passariam à não mais ter alguns poucos gatos pingados, como
hoje, que se insurgem contra os desmandos das quadrilhas. Teríamos nestas
Casas, então, praticamente só ladrões fazendo Leis que lhes facilitassem a “administração”
do dinheiro extorquido da população.
Na
proposta que faço do novo sistema eleitoral, frisando sempre que faz parte de
um todo e não apenas uma reforma pontual, TODO financiamento de campanha seria
da alçada do poder público, uniformemente gasto entre os aprovados pela Justiça
Eleitoral numa Prova de Qualificação e que depois seriam selecionados pelos
eleitores alfabetizados.
Esta é a
mudança que a modernidade exige, democrática, por isso mesmo desaprovada pelos políticos de
todos matizes, que só pensam “naquilo”.
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