Martim Berto Fuchs
Ao ir
votar domingo a tarde nas dependências da Univali, escutei os anseios de alguns
jovens pela sua primeira participação em eleições. Fiquei triste ao lembrar que
há 42 anos eu também pensava que o ato de votar resolvia alguma coisa.
Naquele
ano, 1974, conheci pessoalmente algumas pessoas que foram eleitas para cargos
federais. Esperava-se muito delas. Não sei se pela ditadura vigente, ou porque
o sistema político não permitia - como até hoje não permite -, mas continuo esperando
que aconteçam as soluções propostas então.
Quase
todos os políticos eleitos naquele ano já desencarnaram, novos personagens subiram
ao palco, novas propostas foram apresentadas, e ... continuamos aumentando a
dívida, seja em dinheiro para com os emprestadores, ou moralmente para com a
sociedade, que afinal é quem paga tudo, desde a sustentação da inútil máquina
pública, até o tanto que se devolve, com juros, para os rentistas.
Estes
tem retorno do dinheiro aplicado; mas do dinheiro que lhe foi extorquido sob
pena de prisão, a sociedade só tem como retorno a propaganda enganosa, da qual os
últimos que ocuparam o trono em Brasília, se especializaram.
Não sei quantas
gerações ainda serão iludidas pelos políticos, que mesmo sabendo que o sistema
não funciona, se negam modificá-lo.
5.568
prefeituras falidas, ou tem alguma que não esteja ? O maior vencedor desta
farsa de domingo foi o Sr. João Dória, São Paulo capital, mas que se não tomar providências sérias, acabará seu mandato como acabou o do Haddad: pintor de faixa de ônibus. A arrecadação
não cobre mais nem as despesas já previstas, que dirá novas.
O único
candidato que até agora enfrentou abertamente o status quo, mas que ainda não está eleito, pois terá que enfrentar
o 2º turno, é o atual Dep.Fed. Nelson Marchesan Jr., e que está disputando a
Prefeitura de Porto Alegre.
Sua
tarefa é duplamente perigosa, pois está enfrentando a máquina socialista que
domina a região metropolitana há muitas décadas e que sem guerra não abrirá mão dos
privilégios, e do próprio sistema político apodrecido, mas que seus
colegas, de todos partidos, defendem com unhas e dentes.
Se Nelson
Marchesan Jr. vencer o segundo turno, o que não será fácil, pois agora terá
contra si não apenas a máquina do PMDB, mas também a do PDT e de todos
partidos de esquerda, PT, PSOL e outros, que na grande Porto
Alegre ainda são fortes, ele, para por em prática suas promessas de campanha,
correrá, inclusive, risco de vida. Uma coisa foi prometer acabar
com os privilégios do setor público. Outra, será conseguir implementar esta e
outras reformas propostas.
Se
conseguir, mudará a história do Brasil, pois mudanças de tal magnitude
repercutirão em todo país e também no exterior. Ou, lá se vão mais 4 anos nos
quais a máquina pública continuará desfrutando das regalias de sua casta, com o
dinheiro extorquido dos cidadãos de “segunda classe” que a sustentam, nós.
Se conseguir, se qualificará
para a disputadíssima e única vaga do partido (PSDB) para as eleições presidenciais
de 2018. Enfrentará Aécio, Serra e Alckmin e os vencerá, pois é muito mais
difícil, indigesta e perigosa a parada em Porto Alegre, enfrentando os
comunistas Pont, Rossetto, Tarso, Olívio, Maria do Rosário, Luciana Genro e outros
mais, além das viúvas do socialista Brizola, sem falar do sindicalismo
pelego que manda e desmanda nos governos municipal e estadual, do que enfrentar a máquina café com leite do tucanato.
Desejo-lhe
sorte, muita sorte. E muita coragem. Vai precisar.
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