Jorge Serrão
(*)
A euforia da bolsa e o
otimismo vendido pelo noticiário não se refletem na retomada do bom desempenho
econômico no Brasil. Milhões de desempregados, combinados com milhões de
cidadãos e milhares de empresas endividadas – todos cada vez mais encalacrados com
os juros extorsivos -, ainda travam o País. Não haverá mágica se não ocorrerem
mudanças efetivas na usura, nos 92 impostos e na insegurança jurídica. A
estrutura ineficiente, gastadora e corrupta da máquina estatal inviabiliza
investimentos realmente produtivos, e não meramente especulativos, como a
ideologia rentista prefere.
Quem deseja produzir
de verdade recebe tratamento vip de “Inimigo do Estado”. As revelações das
grandes investigações que estarrecem o país, como as operações Lava Jato,
Zelotes e tantas outras, trouxeram à luz como nomeações em certos setores do
governo foram feitas para viabilizar a corrupção e o aparelhamento do Estado. O
sistema criminoso foi impiedosamente usado para verdadeiras jagunçagens. A
máquina estatal persegue, forja “provas” e denuncia ao Ministério Público – que
completa o serviço. Quem não tiver milhões para torrar com advogados morre na
véspera...
O jogo sujo,
lentamente, começa a mudar... As delacões obtidas com a prisão e exoneração de
Marcelo Fiche, chefe de Gabinete do Ministério da Fazenda, e de outros
colaboradores, além de levarem a esperada prisão de Guido Mantega, revelaram
existir no âmbito do Ministério Fazenda o mesmo tipo de esquema descoberto na
Petrobras, Eletrobras, e outras bras. Operadores foram nomeados no Carf e na
CVM para arpoar as vítimas do achaque. Com sua vasta experiência no assunto de
“morder empresários”, Fiche deu contribuição decisiva para a escolha de
importantes cargos nomeados ou indicados pelo Ministério da Fazenda.
Desenvoltura para
"arrecadar" dinheiro e não fiscalizar a corrupção na Petrobras, as
pedaladas no Banco do Brasil, por exemplo, eram as contrapartidas exigidas para
a indicação. Com a desculpa de nomear quadros ideologicamente alinhados com as
esquerdas, foi indicado para a presidência da CVM alguém sem qualquer
experiência, nem relevância em assuntos do mercado de capitais, o que levou ao
sucateamento de uma instituição que primava, desde sua criação, pela
excelência. Também para a Procuradoria da Autarquia, outro importante cargo,
foi nomeada uma militante do PSOL, cujo marido é citado como tesoureiro do
partido político. Nas ações movidas nos EUA por investidores prejudicados com a
roubalheira da Petrobras, existem queixas contra tal esquema.
Para desviar a atenção
de sua prevaricação quanto a roubalheira da cumpanheirada nas estatais, os
indicados de Fiche e Mantega na CVM começaram a perseguir empresas e
empresários desalinhados do esquemão de corrupção do governo. Tinha que ser
forjado o alibi de que a Autarquia estava vigilante e diligente no cumprimento
de suas obrigações de fiscalizar o mercado de capitais.
O corpo técnico da
Autarquia tinha que ficar sobrecarregado, ocupado exclusivamente com a grande
quantidade de processos motivados pela "nova visão ideológica" que os
dirigentes politicamente indicados tinham do mercado, e especialmente para que
a contabilidade criativa martelada nos balanços de Petrobras, Eletrobras, Banco
do Brasil, etc, não fosse questionada.
Os escândalos que
abalaram o País envolvendo as empresas estatais e seus dirigentes não foram
percebidos pela CVM, justamente a agência governamental constitucionalmente
incumbida de percebê-los e evitá-los!
A estratégia de
atazanar os agentes do mercado de capitais, justificada como postura ideológica,
na realidade cortina de fumaça para encobrir as trambicagens da cumpanheirada,
gerou divergências na própria Autarquia, e inconformismo dos que não abrem mão
da postura técnica e apartidaria até então vigente na CVM.
Membros de seu
Colegiado disseram publicamente, através de jornais, que a CVM estava cometendo
muitos erros, e pessoas inocentes sendo injustamente processadas inclusive
criminalmente. Mas infelizmente tais manifestações não repercutiram, e o
resultado é que atualmente a CVM tem dificuldades de ocupar cargos de sua
diretoria e Colegiado, pois não está fácil encontrar gente qualificada e
ilibada que aceite alinhar sua imagem com a linha de condução imposta pela
petelândia e afins.
Vale repetir por 13 x
13 até cansar: Dilma Rousseff foi derrubada, o PT passa pelo purgatório, e o
PMDB e PSDB (próximos alvos da Lava Jato e afins) herdaram uma máquina que
continua funcionando mal, desperdiçando recursos públicos e corrompendo do
mesmo jeitinho brasileiro de sempre. A notícia boa é que os empresários começam
a se unir e se rebelar contra o sistema do crime institucionalizado.
Alerta Total – www.alertatotal.net
(*)Comentário do editor do blog-MBF:
"A notícia boa é que os
empresários começam a se unir e se rebelar contra o sistema do crime
institucionalizado."
Para que isto realmente aconteça,
tem que acabar com os sindicatos patronais - bem assim como os laborais -, onde
os dirigentes, seja nas Associações, nas Federações ou nas Confederações, fazem
parte do esquema podre que domina o Brasil. Não representam seus associados e
sim seus interesses.
Realmente, como já se tem comentado,
o país precisa de nova estrutura. A atual, baseada na Monarquia Republicana ou
República Monárquica, venceu, já era, para não dizer, FEDE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário