sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Corrupção, gastança e dívidas matam você!

Jorge Serrão
(*)

A euforia da bolsa e o otimismo vendido pelo noticiário não se refletem na retomada do bom desempenho econômico no Brasil. Milhões de desempregados, combinados com milhões de cidadãos e milhares de empresas endividadas – todos cada vez mais encalacrados com os juros extorsivos -, ainda travam o País. Não haverá mágica se não ocorrerem mudanças efetivas na usura, nos 92 impostos e na insegurança jurídica. A estrutura ineficiente, gastadora e corrupta da máquina estatal inviabiliza investimentos realmente produtivos, e não meramente especulativos, como a ideologia rentista prefere.

Quem deseja produzir de verdade recebe tratamento vip de “Inimigo do Estado”. As revelações das grandes investigações que estarrecem o país, como as operações Lava Jato, Zelotes e tantas outras, trouxeram à luz como nomeações em certos setores do governo foram feitas para viabilizar a corrupção e o aparelhamento do Estado. O sistema criminoso foi impiedosamente usado para verdadeiras jagunçagens. A máquina estatal persegue, forja “provas” e denuncia ao Ministério Público – que completa o serviço. Quem não tiver milhões para torrar com advogados morre na véspera...

O jogo sujo, lentamente, começa a mudar... As delacões obtidas com a prisão e exoneração de Marcelo Fiche, chefe de Gabinete do Ministério da Fazenda, e de outros colaboradores, além de levarem a esperada prisão de Guido Mantega, revelaram existir no âmbito do Ministério Fazenda o mesmo tipo de esquema descoberto na Petrobras, Eletrobras, e outras bras. Operadores foram nomeados no Carf e na CVM para arpoar as vítimas do achaque. Com sua vasta experiência no assunto de “morder empresários”, Fiche deu contribuição decisiva para a escolha de importantes cargos nomeados ou indicados pelo Ministério da Fazenda.

Desenvoltura para "arrecadar" dinheiro e não fiscalizar a corrupção na Petrobras, as pedaladas no Banco do Brasil, por exemplo, eram as contrapartidas exigidas para a indicação. Com a desculpa de nomear quadros ideologicamente alinhados com as esquerdas, foi indicado para a presidência da CVM alguém sem qualquer experiência, nem relevância em assuntos do mercado de capitais, o que levou ao sucateamento de uma instituição que primava, desde sua criação, pela excelência. Também para a Procuradoria da Autarquia, outro importante cargo, foi nomeada uma militante do PSOL, cujo marido é citado como tesoureiro do partido político. Nas ações movidas nos EUA por investidores prejudicados com a roubalheira da Petrobras, existem queixas contra tal esquema.

Para desviar a atenção de sua prevaricação quanto a roubalheira da cumpanheirada nas estatais, os indicados de Fiche e Mantega na CVM começaram a perseguir empresas e empresários desalinhados do esquemão de corrupção do governo. Tinha que ser forjado o alibi de que a Autarquia estava vigilante e diligente no cumprimento de suas obrigações de fiscalizar o mercado de capitais.

O corpo técnico da Autarquia tinha que ficar sobrecarregado, ocupado exclusivamente com a grande quantidade de processos motivados pela "nova visão ideológica" que os dirigentes politicamente indicados tinham do mercado, e especialmente para que a contabilidade criativa martelada nos balanços de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, etc, não fosse questionada.

Os escândalos que abalaram o País envolvendo as empresas estatais e seus dirigentes não foram percebidos pela CVM, justamente a agência governamental constitucionalmente incumbida de percebê-los e evitá-los!
A estratégia de atazanar os agentes do mercado de capitais, justificada como postura ideológica, na realidade cortina de fumaça para encobrir as trambicagens da cumpanheirada, gerou divergências na própria Autarquia, e inconformismo dos que não abrem mão da postura técnica e apartidaria até então vigente na CVM.

Membros de seu Colegiado disseram publicamente, através de jornais, que a CVM estava cometendo muitos erros, e pessoas inocentes sendo injustamente processadas inclusive criminalmente. Mas infelizmente tais manifestações não repercutiram, e o resultado é que atualmente a CVM tem dificuldades de ocupar cargos de sua diretoria e Colegiado, pois não está fácil encontrar gente qualificada e ilibada que aceite alinhar sua imagem com a linha de condução imposta pela petelândia e afins.

Vale repetir por 13 x 13 até cansar: Dilma Rousseff foi derrubada, o PT passa pelo purgatório, e o PMDB e PSDB (próximos alvos da Lava Jato e afins) herdaram uma máquina que continua funcionando mal, desperdiçando recursos públicos e corrompendo do mesmo jeitinho brasileiro de sempre. A notícia boa é que os empresários começam a se unir e se rebelar contra o sistema do crime institucionalizado.

Alerta Total – www.alertatotal.net

(*)Comentário do editor do blog-MBF: 

"A notícia boa é que os empresários começam a se unir e se rebelar contra o sistema do crime institucionalizado."

Para que isto realmente aconteça, tem que acabar com os sindicatos patronais - bem assim como os laborais -, onde os dirigentes, seja nas Associações, nas Federações ou nas Confederações, fazem parte do esquema podre que domina o Brasil. Não representam seus associados e sim seus interesses.
Realmente, como já se tem comentado, o país precisa de nova estrutura. A atual, baseada na Monarquia Republicana ou República Monárquica, venceu, já era, para não dizer, FEDE.

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