quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Candidatos independentes(2)

Martim Berto Fuchs

Em 07 de setembro p.p. já me reportei sobre este tema, que afinal faz parte da proposta de Capitalismo Social: TODOS candidatos serão independentes, tendo como idéia central o desenvolvimento do país como um todo, isto tanto econômica como socialmente.

Nunca é demais lembrar, que o socialismo trouxe à tona o aspecto imoral da desigualdade social, mesmo entre aqueles que trabalham e portanto ajudam no desenvolvimento, mas que por contribuírem mais com o físico do que com cérebro, vivem quase à margem da sociedade.
Desde Marx que as propostas de esquerda se enquadram num diagnóstico correto, mas numa receita desastrosa, e não apenas no aspecto econômico.

O liberal costuma argumentar à seu favor, que a Europa, desde o século XVI, teria entrado em convulsão se não fosse por eles. Convenientemente esquecem a forma como o ser humano foi por eles tratado quase até o século XX. Se formos analisar desta forma, então o liberalismo confessa que sem escravidão nada floresce, pois que outro nome pode ser dado ao fato de as pessoas trabalharem até 16 horas por dia, e quando incapacitadas para o serviço, serem dispensadas e entregues à própria sorte ?

Depois da queda da principal Monarquia européia, a francesa, em 1789, os liberais tiveram ainda que esperar o término da traição de Napoleão, que resolveu, ao ser convocado para por ordem na bagunça do período do Terror, colocar uma Coroa em sua própria cabeça e se declarar Imperador. Só depois disto, no vácuo formado pelo desmoronamento do sistema absolutista de governo, é que, surgindo as desavenças de opinião, grupos com idéias diferentes começaram a se juntar e formar partidos políticos. Mas fica claro, desde seu início, que esses partidos tinham donos. A disputa pelo mando, pois afinal significa poder, nunca foi democrática, sempre foi uma briga de rua, suja, e entre outros, de foice e martelo.

Há 40 anos defendo o fim dos partidos políticos como intermediários e representantes dos eleitores junto ao Poder, pois passei a entender que isto é uma farsa democrática, uma vez que não votávamos – livre escolha - e sim apenas referendávamos nomes impostos pelos donos dos partidos. Hoje então, cada vez mais, os ungidos pelos “capos”, tem por base seu prontuário e não seu currículo. Ou, eles impõem um(a) marionete, que se resolver andar com os próprios passos, torna a emenda pior que o soneto.

Voltei ao assunto em função da eleição nos EUA, cujo artigo escrito por Gerald F.Seib no The Wall Street Journal trata justamente da questão do candidato independente.
A pergunta chave é: caso ganhe o candidato independente, ele conseguirá governar eficazmente ?

Gerald F.Seib deixa a pergunta no ar. Da minha parte, no que tange ao Brasil, antecipo a resposta: NÃO conseguirá governar eficazmente. Se pertencendo a um partido, ele não consegue governar à contento, por diversos motivos, mas todos ligados ao sistema político, calcado nos partidos, se ele for independente, das duas uma: ou se vende claramente a um dos partidos que mais se afinam com seu pensamento político, ou acaba antes de começar. Todos Presidentes eleitos, desde Getúlio (1950), passando por Jânio Quadros(1960) e Fernando Collor(1989), que tentaram ser independentes do Congresso, foram derrotados pelos políticos e seus partidos.

Então voltamos ao ponto que já abordei no artigo anterior, que candidatos independentes num sistema dominado por partidos, é um contra censo. Simplesmente não funciona. Não adianta, no nosso sistema político atual, aceitar candidatos independentes. Se, reforço o se, ganharem a eleição, NÃO governam.

Empresas é que geram trabalho e criam empregos. Emprego com trabalho. Mas não podem e não devem investir em ativos, sejam materiais ou humanos, enquanto o país estiver sendo “governado” por partidos políticos e seus “capos”, cuja única ideologia é o dinheiro fácil para eles.
Quatro anos “governado” pelos partidos de esquerda e suas idéias do século XIX afunda qualquer país. Em seguida, quatro anos “governado” pelos partidos de direita com seu viés financeiro, que deixa pelo caminho, de toda forma, os que não conseguem acompanhar seus passos, impede empresários conscientes de investir. Pior, se investirem, perdem todo investimento e mais o que já tem. FATO.

Está mais do que na hora de acabar com essa dicotomia de socialistas x liberalistas e isto só se conseguirá quando tivermos UMA ideologia, UMA idéia básica para o país, e isto não se alcançará pelo embate entre essas duas correntes ideológicas adversas e irreconciliáveis.

Primeiro vamos definir que Brasil queremos. Depois escolhemos pelo sufrágio universal, pelo voto livre, quem, entre os eleitores alfabetizados, cuidará de governar de acordo com as regras instituídas.


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