Martim Berto Fuchs
Em 07
de setembro p.p. já me reportei sobre este tema, que afinal faz parte da
proposta de Capitalismo Social: TODOS candidatos serão independentes, tendo
como idéia central o desenvolvimento do país como um todo, isto tanto econômica
como socialmente.
Nunca é demais lembrar, que o socialismo trouxe à tona o
aspecto imoral da desigualdade social, mesmo entre aqueles que trabalham e
portanto ajudam no desenvolvimento, mas que por contribuírem mais com o físico
do que com cérebro, vivem quase à margem da sociedade.
Desde Marx que as propostas de esquerda se enquadram num
diagnóstico correto, mas numa receita desastrosa, e não apenas no aspecto
econômico.
O liberal costuma argumentar à seu favor, que a Europa,
desde o século XVI, teria entrado em convulsão se não fosse por eles.
Convenientemente esquecem a forma como o ser humano foi por eles tratado quase
até o século XX. Se formos analisar desta forma, então o liberalismo confessa
que sem escravidão nada floresce, pois que outro nome pode ser dado ao fato de
as pessoas trabalharem até 16 horas por dia, e quando incapacitadas para o
serviço, serem dispensadas e entregues à própria sorte ?
Depois da queda da principal Monarquia européia, a
francesa, em 1789, os liberais tiveram ainda que esperar o término da traição
de Napoleão, que resolveu, ao ser convocado para por ordem na bagunça do período
do Terror, colocar uma Coroa em sua própria cabeça e se declarar Imperador. Só
depois disto, no vácuo formado pelo desmoronamento do sistema absolutista de
governo, é que, surgindo as desavenças de opinião, grupos com idéias diferentes
começaram a se juntar e formar partidos políticos. Mas fica claro, desde seu
início, que esses partidos tinham donos. A disputa pelo mando, pois afinal
significa poder, nunca foi democrática, sempre foi uma briga de rua, suja, e
entre outros, de foice e martelo.
Há 40 anos defendo o fim dos partidos políticos como
intermediários e representantes dos eleitores junto ao Poder, pois passei a entender
que isto é uma farsa democrática, uma vez que não votávamos – livre escolha - e
sim apenas referendávamos nomes impostos pelos donos dos partidos. Hoje então,
cada vez mais, os ungidos pelos “capos”, tem por base seu prontuário e não seu
currículo. Ou, eles impõem um(a) marionete, que se resolver andar com os próprios
passos, torna a emenda pior que o soneto.
Voltei ao assunto em função da eleição nos EUA, cujo
artigo escrito por Gerald F.Seib no The Wall Street Journal trata justamente da
questão do candidato
independente.
A pergunta chave é: caso ganhe o candidato independente,
ele conseguirá governar eficazmente ?
Gerald F.Seib deixa a pergunta no ar. Da minha parte, no
que tange ao Brasil, antecipo a resposta: NÃO conseguirá governar eficazmente.
Se pertencendo a um partido, ele não consegue governar à contento, por diversos
motivos, mas todos ligados ao sistema político, calcado nos partidos, se ele
for independente, das duas uma: ou se vende claramente a um dos partidos que
mais se afinam com seu pensamento político, ou acaba antes de começar. Todos
Presidentes eleitos, desde Getúlio (1950), passando por Jânio Quadros(1960) e
Fernando Collor(1989), que tentaram ser independentes do Congresso, foram
derrotados pelos políticos e seus partidos.
Então voltamos ao ponto que já abordei no artigo anterior,
que candidatos independentes num sistema dominado por partidos, é um contra
censo. Simplesmente não funciona. Não adianta, no nosso sistema político atual, aceitar candidatos independentes. Se, reforço o se, ganharem a
eleição, NÃO governam.
Empresas é que geram trabalho e criam empregos. Emprego
com trabalho. Mas não podem e não devem investir em ativos, sejam materiais ou
humanos, enquanto o país estiver sendo “governado” por partidos políticos e
seus “capos”, cuja única ideologia é o dinheiro fácil para eles.
Quatro anos “governado” pelos partidos de esquerda e suas
idéias do século XIX afunda qualquer país. Em seguida, quatro anos “governado”
pelos partidos de direita com seu viés financeiro, que deixa pelo caminho, de
toda forma, os que não conseguem acompanhar seus passos, impede empresários
conscientes de investir. Pior, se investirem, perdem todo investimento e mais o
que já tem. FATO.
Está mais do que na hora de acabar com essa dicotomia de
socialistas x liberalistas e isto só se conseguirá quando tivermos UMA ideologia,
UMA idéia básica para o país, e isto não se alcançará pelo embate entre essas
duas correntes ideológicas adversas e irreconciliáveis.
Primeiro vamos definir que Brasil queremos. Depois
escolhemos pelo sufrágio universal, pelo voto livre, quem, entre os eleitores
alfabetizados, cuidará de governar de acordo com as regras instituídas.
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