Fernão Lara Mesquita
Não comprar a “roubada” dessa guerra, entende-se. Seria inteligente
negar-lhes o que eles mais querem desde que ficasse claro que era disso que se
tratava. Mas Geraldo Alkmin, o candidato-custe-o-que-custar que não conduz, é
conduzido, fez muito mais que isso: atirou pedras no deus da educação pública
que os fariseus arrastavam pelo calvário; renegou um plano de indiscutível
melhoria da qualidade da educação e da gestão do dinheiro público para
ajoelhar-se diante do me-engana-que-eu-gosto dos estudantes de araque do
soviete da Apeoesp; reconfirmou a idéia de que neste país quem mete o pé na lei
vence ao enche-los de rapapés e salamaleques…
Herman Voorwald, diante desse ato oficial que veio
estabelecer que não só o interesse público como também a educação deixaram de
fazer parte do escopo da Secretaria de Educação, pediu, digno, as contas,
educador e servidor sem aspas que é. Seja quem for o cabo eleitoral que sua
excelência encontre para por no lugar dele é certo que não lhe renderá os votos
pela adulação dos quais está humilhando São Paulo. Aquela turminha de
gatos pingados que foi animada a cuspir nos direitos dos 12 milhões de
paulistanos nas últimas semanas ficou desolada com a perspectiva do fim da
farra e promete continuá-la indefinidamente para que fique mais uma vez bem claro
que nada disso tem qualquer coisa a ver com educação, com reorganização escolar
ou, muito menos ainda, com “diálogo“, é só mais um ensaio do que vem por aí quando o
Brasil pedir que o estado petista dê um passinho atras para que a economia
nacional consiga por o nariz um dedo acima do mar de lama.
Já aquela imprensa aliada dos opressores dos seus leitores
que “turbina”
cada ato do “Movimento dos Sem Crise” para vender traque por furacão e intimidar quem
venha querer tocar nos seus privilégios, esta colocou mais um tijolo no tumulo
no qual se vai emparedando. E os “publishers” desnorteados, incapazes de desviar o olho de
qualquer coisa mais que o próprio bolso na sua incúria omissa, descem mais um
degrau em direção ao Nono Círculo do Inferno, aquele mais baixo de todos que
Dante reserva aos traidores da pátria aos quais nega até o fogo; condena ao
gelo do opróbio eterno.
RECORDE OS DADOS DO PROBLEMA
SP tem 5.108 escolas, 1.443 de ciclo unico, 3.186
de dois ciclos, 479 de três.
É estrutura bastante para 6 milhões de alunos mas
hoje só ha 4 milhões matriculados (ha cada vez menos crianças nascendo e,
portanto, jovens em idade escolar).
Das 119.546 classes que estudam nessas escolas o
equivalente a 2.956 (2,5%) estão ociosas e poderiam ser redistribuídas.
A reorganização proposta queria instituir ciclo
único em todas as escolas: Fundamental I, Fundamental II ou Ensino Médio, com
os alunos, todos na mesma faixa de idade em cada escola, podendo escolher, fora
das obrigatórias, as matérias que preferem estudar como é do melhor receituário
curricular moderno. Luxo de país rico!
A redistribuição dos alunos seria feita num raio de
no máximo 1,5 km e as escolas desocupadas virariam creches que é o que mais
falta no estado.
A resposta foi a depredação do Palácio dos
Bandeirantes de sempre, a cargo dos insignes “educadores” indemissíveis
filiados à Apeoesp que dão aulas de ódio ao mérito à juventude brasileira que
terá de competir na arena universal.
VESPEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário