Aristóteles
Drummond
No
Brasil, defender o liberalismo econômico é atividade quase que clandestina
entre os políticos. Até os que fizeram o país avançar na diminuição do Estado e
na abertura da economia não gostam de tratar do assunto em público.
O
resultado do Estado controlador e do empresário assistencialista, que não
respeita compromissos de controle das contas públicas, é essa crise econômica
monumental, que vai se arrastando, convivendo com a crise política e agora a
social. Inflação, mais recessão, clima hostil ao empreendedor, impostos
exorbitantes e desemprego agravam as dificuldades dos menos favorecidos, esmaga
a classe média e provoca a fuga do dinheiro para portos mais seguros,
provocando o desinvestimento.
O
simples olhar para as economias que estão crescendo na América Latina, como
Peru, Colômbia e México, mostra o caminho a seguir. E temos economistas e
centros de estudos econômicos damelhor qualidade intelectual, embora nem sempre
política. Exemplos são os institutos Von Mises, Millenium e Liberal, que reúnem
o melhor do pensamento moderno, cultuando os grandes economistas do Brasil
recente, desde Eugênio Gudin a Roberto Campos.
Nada
fazemos para atrair investidores estrangeiros, recebemos parcela mínima do
capital disponível no mundo, mesmo com um mercado com a dimensão do nosso e a
natural influência em todo o continente. E muito menos estimula-se o brasileiro
a poupar e a investir, com a exorbitância tributária, o risco trabalhista, o
custo da energia e dos transportes.
São
temas que passam ao largo da pauta dos governos e do Congresso Nacional. A
sociedade está perplexa, sitiada por entidades que pressionam justamente no
sentido contrário, com a cultura do preconceito contra o empresário e a
iniciativa privada. A nova tragédia que pode se abater sobre Mariana, em Minas,
será o fechamento da Samarco, satanizada por essas forças, que ignoram ser ela
vítima do trágico acidente, mesmo que tenha ocorrido em ato de imprudência
quanto à segurança da barragem rompida.
Com
esse tipo de pensamento, muito ao gosto bolivariano, só podemos prever para os
próximos anos o destino da Venezuela. Pena!
Aristóteles
Drummond
Jornalista
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