Fernão Lara Mesquita
A reportagem de Leandra Peres no
Valor Econômico de hoje – “A história oculta das pedaladas fiscais” (aqui)
– recompõe passo a passo a história do que se pode chamar sem medo de exagero,
do assasssinato triplamente qualificado da economia brasileira. Peço perdão por
ser tão enfático mas é absolutamente disso que se tratou.
A reportagem, que só li pelo meio do
dia depois de ter escrito o primeiro artigo publicado hoje, é jornalismo da
melhor qualidade, raríssimo hoje em dia. Não ha nenhum “especialista” dando
interpretações; ha apenas fatos que contam como, passo a passo, Dilma Rousseff
foi cavando o rombo de mais de 100 bilhões de reais que ameaça destruir a
economia brasileira, sustentando na base do terrorismo o rumo de desastre
apesar de todos os alertas que recebeu de sua própria equipe técnica, numa
história apurada dentro da melhor técnica jornalística em meses seguidos de
trabalho paciente de garimpo e aferição de fatos e coleta e depuração de
informações para contextualiza-los.
Baseia-se em relatórios elaborados
por técnicos do Tesouro e em relatos impressionantes do ambiente de terror que
se foi instalando dentro do núcleo central das manipulações que levaram este
governo até as portas doimpeachment em função da truculência com
que Arno Agustin, o “soldado” ou “tarefeiro” do partido a quem
ela entregou o Tesouro Nacional para manipula-lo a ponto de por tudo que os 204
milhões de brasileiros construíram com o suor de seus rostos à mercê dos seus
absurdos delírios ideológicos, primeiro, e das subsequentes maquinações
criminosamente irresponsáveis para que as consequências deles não a levassem a
perder o poder, que agravaram o problema até muito além do limite da perda de
controle.
O principal desses relatórios já
alertava o governo em julho de 2013 de que o país estava caminhando para uma
desclassificação de rating certa “num prazo máximo de dois
anos” em função do desastre fiscal de grandes proporções que se estava
configurando. A reação de Dilma e Agustin foi de ameaças contra
esses profissionais, tratados como “traidores”, e o redobrar das ações desviantes
por eles apontadas. Uma nova versão do documento foi feita em setembro de
2013 mostrando o agravamento da situação, mas tudo foi tratado por Dilma e seu
agente dentro do Tesouro Nacional como “atos de rebelião” dos escalões
inferiores.
Antes disso, desde
as primeiras manobras de “contabilidade
criativa” do ministro Mantega em 2012, que já
respondiam à recusa reiterada de corrigi-los, os desvios vinham sendo
sucessivamente apontados pelos técnicos do Tesouro e dos bancos estatais
envolvidos nas manobras.
Essas falsificações
foram, portanto, assumidas dolosamente, enquanto qualquer tentativa de dete-las
era recebida como “traição”, como “tentativa de prejudicar os pobres”
e por essa picada afora. O terrorismo chegou a tal ponto que os técnicos
criaram uma comissão para tratar do “problema de relacionamento humano”
criado dentro do Tesouro Nacional para reunir coragem para levar a reclamação,
em nome de todos, ao foco emissor desse “problema de relacionamento”:
Arno Agustin em pessoa, o homem a quem a “presidenta“, como ele gostava
de chama-la com marcado sotaque gaúcho, ligava frequentemente mais de 15 vezes
seguidas.
O resumo é que as
pedaladas fiscais não configuram apenas “crime
de responsabilidade” punível com impeachment, conforme inscrito
na lei e no pedido de abertura do processo feito pelo fundador do PT, Helio
Bicudo, e pelo jurista Miguel Reale Junior. O que ha de mais impressionante
nesta reportagem, acompanhada da íntegra de todos os documentos a que se
refere, é a riqueza dos detalhes que iluminam profusamente o tipo de desvio de
personalidade e comportamento que criou a sequência de acontecimentos que, sem
medo de imprecisão na comparação retórica, resultaram em nada menos que o
assassinato triplamente qualificado da economia brasileira, vitimada sem
possibilidade de defesa e por motivo torpe conscientemente assumido pelos
autores do crime.
Se ainda havia quem alimentasse
dúvidas honestas sobre a extensão e a qualidade dos crimes deste governo, os
pormenores revelados por Leandra Peres neste trabalho de profundidade
excepcional e qualidade jornalística impecável, acaba com todas elas. É uma
peça que tem valor histórico, além de valor jurídico.
Dilma Rousseff é um perigo para a
sociedade e uma ameaça à segurança pública que não apenas tem de ser apeada do
poder o quanto antes num ato de legitima defesa da sociedade brasileira como
também, de ser impedida pela polícia de causar mais danos posto que, mesmo
diante do tamanho do desastre que produziu, mostra sinais claros de psicopatia
prometendo reiteradamente reincidir nos seus crimes.
VESPEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário