terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Governo acumula dívida de R$ 623 bilhões em três anos

Leonel Rocha

Em 2012, o governo deixou de pagar R$ 177 bilhões; em 2013, R$ 219 bilhões; e em 2014, R$ 227 bilhões. Sem resolução do impasse no horizonte, rubrica “restos a pagar” se transforma em um dos folclores do orçamento

Desde 2012 o governo federal deixa de pagar boa parte dos seus compromissos. Inclusive os previstos na lei orçamentária aprovada pelo Congresso. Ao todo já são R$ 623 bilhões de despesas de custeio (mais de seis vezes o orçamento para a saúde), investimentos ou repasses para prestadores de serviços com pagamentos atrasados e sem perspectiva de que serão quitados.

Esse valor representa mais de seis vezes todo o orçamento da União para a área de saúde.

Em 2012, o governo deixou de pagar R$ 177 bilhões.
Em 2013 foram R$ 219 bilhões e em 2014 R$ 227 bilhões.
Em 2014 R$ 227 bilhões.

As despesas crescem cumulativamente, mas sem juros ou multas. A rubrica “restos a pagar” há muito se transformou em um dos folclores do Orçamento da União, uma espécie de limbo onde flutua um dinheiro virtual que, de vez em quando, vira real e é pago pelo governo. Mas sem regras, prazos ou garantia de pagamento.
O senador Acir Gurgaz (PDT-RO) propõe que Executivo e Congresso negociem um cronograma de pagamento das despesas atrasadas inscritas na rubrica restos a pagar. Governista, Acir contrariou o Tribunal de Contas da União e apresentou parecer, nesta terça-feira (22), pela aprovação com ressalvas das contas do governo referentes a 2014.

O atraso na liquidação das despesas do governo também passou a ser um dos argumentos da oposição para a rejeição das contas da gestão Dilma Rousseff – tese que cai por terra com a provável aprovação do parecer de Acir na Comissão Mista do Orçamento, que tem maioria governista. Mas essa situação é antiga e se repete sem uma proposta de resolução. No orçamento do próximo ano aprovado pelo Congresso também não está previsto o pagamento destes R$ 623 bilhões.

Congresso em Foco

E como se não bastasse, leia mais esta:

Clássica picaretagem com roteiro

Mário Sabino

Por meio do seu Grinch no Ministério da Fazenda, Dilma Rousseff pressionou o BNDES a pagar 4,8 bilhões de reais de dividendos ao governo, único acionista do banco.
Tudo certo? Não. Como lembra o Estadão, "Desde 2008, os dividendos pagos pelo BNDES e pela Caixa se transformaram numa das principais fontes de receitas extraordinárias para garantir o cumprimento das metas fiscais. Só o BNDES pagou R$ 63 bilhões em dividendos desde 2008. A política de aumento de dividendos contribuiu para a perda da credibilidade da política fiscal, por conta dos vultosos empréstimos concedidos pelo Tesouro aos bancos públicos. Esses repasses ajudaram a melhorar o lucro dos bancos e, com isso, também inflaram a distribuição de dividendos, numa manobra que ficou conhecida como transformação de “dívida em receitas” para aumentar o superávit das contas públicas."
É um caso clássico de picaretagem com roteiro: o Tesouro repassa um dinheiro de que não poderia dispor para encorpar esses bancos públicos, credores de apaniguados do lulopetismo, e depois recebe uma parte da mufunfa na forma de dividendos para cobrir rombos causados pelos repasses.

O Antagonista

Comentário do blog:  é difícil acreditar que isto esteja acontecendo sob os auspícios dos Poderes Legislativo e Judiciário. Mais parecem historinhas de 1° de abril.
Estamos pior do que eu pensava. Urge um novo Contrato Social através de um Poder Instituinte. (MBF).

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