terça-feira, 13 de junho de 2017

O preço que pagamos pela nossa “democracia”

Martim Berto Fuchs

A inoperância dos liberais associados aos monarquistas sem opção, resultou na revolução de 30. Não adianta eles falarem que o Brasil estava melhor sob sua administração, que, insatisfeitos por D.Pedro II autorizar sua filha libertar finalmente os escravos, ameaçando-lhes as finanças em uma primeira instância, deram um golpe (15 de novembro de 1889) e tomaram a si o poder.

O liberalismo, assim como desenvolvido no Brasil e na maior parte do mundo, progrediu e progride porque está baseado no trabalho escravo dos menos capazes intelectualmente, daqueles que tem mais a oferecer com o físico do que com o intelecto. Estes, quando por algum motivo não mais conseguem trabalhar, ou perdem a capacidade de produzir o exigido, são descartados. O liberalismo é igual uma corrida de obstáculos, mas onde os que vão ficando pelo caminho são ignorados.

Esse quadro levou os tenentes liderados por Getúlio Vargas a interromper as administrações liberais do período 1889/1930, introduzindo a legislação trabalhista, infelizmente copiada do fascismo e não do modelo alemão, que já vinha se aperfeiçoando desde Bismarck.

Nossos liberais se adaptaram a ela rapidamente através das corporações patronais, cujos dirigentes se associaram sem nenhum pudor ao poder estatizante, enquanto as corporações laborais serviram de apêndice ao populismo que se seguiu.

A proposta comunista/socialista/bolivariana, não passa de uma alternativa comprovadamente fracassada ao proposto pelo liberalismo clássico. Uma proposta que falha na parte econômica, como a socialista, não tem cacife para dar vida digna à população.

E assim estamos nós no Brasil, entre a cruz e a espada. Não somos nem um país com proposta liberal, nem com proposta socialista. Este arremedo de capitalismo de Estado que aqui se pratica, tem nos levado ao fundo do poço. Corrupção é só uma conseqüência de uma proposta mal elaborada.

Não obstante os dois lados, que no Brasil se fundem, afirmarem constantemente que trabalham pela democracia, isto é tão falacioso que nem eles acreditam; serve no entanto aos seus propósitos, quais sejam, de se manterem no centro do Poder - custe o que custar ao país -, sustentados com recursos públicos.

Democracia, poder do povo, nada tem a ver com o que se pratica no cotidiano da nossa política, política, que deveria ser o caminho para resolver esta questão.

Os dois lados em conflito não tem proposta para resolver o impasse, pois não abrem mão das suas visões atávicas. Esta “democracia” com que eles nos brindam, da minha parte, agradeço e dispenso. Se é tudo que conseguem nos oferecer, então temos que passar a régua e começar de novo, nem que para isto tenhamos que aposentar a visão estereotipada das nossas elites, e impor uma nova ordem, que prime pela eficiência no trabalho e pela justiça no social, perseguindo sempre o desenvolvimento econômico, baseado primeiramente em recursos próprios.

O que não podemos mais é sustentar parasitas de ambos os lados: liberais, monarquistas e conservadores de um lado, e comunistas, socialistas e bolivariasnos de outro, ambos os lados abusando do termo democracia, mas hipocrita e comprovadamente apenas em proveito próprio e das suas claques.

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