Martim Berto Fuchs
A
inoperância dos liberais associados aos monarquistas sem opção, resultou na
revolução de 30. Não adianta eles falarem que o Brasil estava melhor sob sua
administração, que, insatisfeitos por D.Pedro II autorizar sua filha libertar
finalmente os escravos, ameaçando-lhes as finanças em uma primeira instância, deram
um golpe (15 de novembro de 1889) e tomaram a si o poder.
O
liberalismo, assim como desenvolvido no Brasil e na maior parte do mundo, progrediu
e progride porque está baseado no trabalho escravo dos menos capazes
intelectualmente, daqueles que tem mais a oferecer com o físico do que com o
intelecto. Estes, quando por algum motivo não mais conseguem trabalhar, ou
perdem a capacidade de produzir o exigido, são descartados. O liberalismo é
igual uma corrida de obstáculos, mas onde os que vão ficando pelo caminho são
ignorados.
Esse
quadro levou os tenentes liderados por Getúlio Vargas a interromper as
administrações liberais do período 1889/1930, introduzindo a legislação
trabalhista, infelizmente copiada do fascismo e não do modelo alemão, que já
vinha se aperfeiçoando desde Bismarck.
Nossos
liberais se adaptaram a ela rapidamente através das corporações patronais,
cujos dirigentes se associaram sem nenhum pudor ao poder estatizante, enquanto as
corporações laborais serviram de apêndice ao populismo que se seguiu.
A
proposta comunista/socialista/bolivariana, não passa de uma alternativa comprovadamente
fracassada ao proposto pelo liberalismo clássico. Uma proposta que falha na
parte econômica, como a socialista, não tem cacife para dar vida digna à
população.
E assim
estamos nós no Brasil, entre a cruz e a espada. Não somos nem um país com proposta
liberal, nem com proposta socialista. Este arremedo de capitalismo de Estado
que aqui se pratica, tem nos levado ao fundo do poço. Corrupção é só uma conseqüência
de uma proposta mal elaborada.
Não
obstante os dois lados, que no Brasil se fundem, afirmarem constantemente que
trabalham pela democracia, isto é tão falacioso que nem eles acreditam; serve no
entanto aos seus propósitos, quais sejam, de se manterem no centro do Poder - custe o que custar ao país -, sustentados com recursos públicos.
Democracia,
poder do povo, nada tem a ver com o que se pratica no cotidiano da nossa
política, política, que deveria ser o caminho para resolver esta questão.
Os dois
lados em conflito não tem proposta para resolver o impasse, pois não abrem mão
das suas visões atávicas. Esta “democracia” com que eles nos brindam, da minha
parte, agradeço e dispenso. Se é tudo que conseguem nos oferecer, então temos
que passar a régua e começar de novo, nem que para isto tenhamos que aposentar a
visão estereotipada das nossas elites, e impor uma nova ordem, que prime pela
eficiência no trabalho e pela justiça no social, perseguindo sempre o
desenvolvimento econômico, baseado primeiramente em recursos próprios.
O que
não podemos mais é sustentar parasitas de ambos os lados: liberais,
monarquistas e conservadores de um lado, e comunistas, socialistas e bolivariasnos
de outro, ambos os lados abusando do termo democracia, mas hipocrita e comprovadamente apenas em proveito próprio e das suas claques.
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