Agence France-Presse
Os
conservadores da primeira-ministra Theresa May lideram as eleições britânicas
desta quinta-feira, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas no fechamento
das seções eleitorais, mas perderam a maioria absoluta.
De
acordo com pesquisa compartilhada pelas emissoras BBC, Sky e ITV, os
conservadores elegeram 314 deputados dos 650 (tinham 330), seguidos dos
trabalhistas de Jeremy Corbyn, com 266 (229), o Partido Nacional Escocês, 34
(56), e o Partido Liberal Democrata, com 14 (9).
Após a
divulgação das primeiras projeções, a libra esterlina caiu em relação ao euro,
às 18H15 de Brasília, com 88,06 pence por euro contra 86,90 pence na véspera
por volta das 18h00 de Brasília. Também caiu ante o dólar, a 1,2723 dólar por
libra contra US$ 1,2962 na quarta-feira.
Desastre
Se os
resultados da boca de urna se confirmarem, May sofrerá um revés considerável e
será obrigada a negociar para formar um governo ou acordos pontuais, enquanto o
que pretendia ao antecipar as eleições era enfrentar as negociações para a saída
da União Europeia com um Parlamento favorável.
Comparativamente,
o líder trabalhista Jeremy Corbyn melhoraria os resultados de seu antecessor,
Ed Miliband, em 2015, e sairia muito fortalecido.
Outros
grandes derrotados seriam os separatistas escoceses, que perderiam 22 deputados
de 56 e veriam consideravelmente debilitada sua aspiração a um segundo
referendo de independência em breve.
Adiantando
as eleições de 2020 May "perdeu a aposta e até é prematuro afirmar que
permanecerá como primeira-ministra", avaliou Paula Surridge, da
Universidade de Bristol.
May
permanece na melhor posição para formar o novo governo, mas as negociações
poderão atrasar o início das conversações de divórcio com Bruxelas, previsto
para 19 de junho.
O novo
Parlamento se reunirá pela primeira vez em 13 de junho.
A
campanha começou com May tendo 20 pontos de vantagem nas pesquisas, mas os
cortes no orçamento da polícia após seis anos de austeridade conservadora,
diante de três atentados em três meses, prejudicaram a campanha de May.
Corbyn, contra qualquer prognóstico
May
planejou as eleições como um plebiscito entre ela, "sólida e
estável", segundo seu lema eleitoral, capacitada para enfrentar uma União
Europeia com sede de vingança após o Brexit, e um Corbyn que até pouco tempo era
questionado até por seus deputados.
"Quero
seu apoio para liderar o Reino Unido, quero a autoridade para falar em nome do
Reino Unido, fortaleçam-me para lutar pelo Reino Unido", pediu May nas
últimas horas de campanha.
O líder
trabalhista de 68 anos se mostrou um adversário duro e afastou o foco do Brexit
para concentrar sua campanha em temas como saúde e desigualdade.
AFP
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