Martim
Berto Fuchs
Tenho
lido diversas propostas para solucionar a crise em que a classe política nos
colocou. Digo classe política, pois se o antigo Partido dos Trabalhadores,
rebatizado para Partido dos Empregados, públicos, está no centro do problema,
os outros, sejam da base enlameada ou da tal de oposição, não lhe ficam atrás.
Leio
proposta de doutor em economia que propõe a criação de mais estatais ainda e na
falta de dinheiro, deve-se imprimir. Nem uma palavra quanto as causas de não
termos mais dinheiro nem mesmo para pagar o(s) salário(s) (muitos recebem mais
de um) das pessoas já registradas nos diversos órgãos públicos. Provavelmente
pensa pagá-las imprimindo dinheiro.
Leio
propostas de se atrelarem os salários ao crescimento do PIB, principalmente
pelo déficit da Previdência, que aumenta ainda mais o déficit público, causando
inflação.
1.Para
os intocáveis do setor público, os marajás, isto pouco importa, pois não é do
salário que vem seus gordos contra-cheques.
2.Já
para os trabalhadores da iniciativa privada, com milhares deles ganhando
salário mínimo, caberá à eles novamente carregar o ônus da irresponsabilidade do setor
público, que ninguém quer enfrentar.
Leio
propostas de cortar parte do dinheiro destinado e distribuído para o
bolsa-família; mas não leio propostas de se cortar o gasto em propaganda
enganosa, que começou com o governo federal e se espraiou até pelas Câmaras de
Vereadores. Anualmente, são bilhões de reais, apenas para mentir e enganar
os eleitores.
Leio
propostas dos liberais, apoiadores da ação do mercado como panacéia para todos
os males; mas nem uma palavra denunciando a especulação financeira como fim em
si mesmo e a manipulação do dito mercado, que está mais para mesa de bacará, onde
a banca joga e ganha com cartas marcadas.
Nem
uma proposta clara e objetiva para reforma da previdência, para dar aos
aposentados, dignidade; apenas retirar conquistas, diminuir valores dos
aposentados da iniciativa privada e aumentar o tempo da sua contribuição.
Nem
uma proposta clara e objetiva para reforma tributária, diminuindo o cipoal de
92 tributos entre impostos, taxas, etc; apenas a preocupação em aumentar ainda
mais a arrecadação pública sobre quem já paga, para poder manter aberta a torneira do
desperdício.
Condenação eterna da Oligarquia Financeira Internacional; mas nem um passo para se independer deles. Pelo contrário, aumenta-se a taxa de juros para que eles não fujam amedrontados e assustados com a tamanha irresponsabilidade dos seus clientes favoritos, os governos.
Para
o representante do grupo do desperdício do RJ, agora alçado à posição de líder,
ajuste fiscal é criar novos impostos. Quanto ao fato de que mais gastos inúteis
hoje, são o rastilho para a inflação de amanhã, isto nem passa pela cabeça dos
keynesianos de botequim.
Presidente
de associação industrial, balbucia ignorância sobre o que fazer para reverter
fechamento de indústrias suas associadas. Enquanto elas fecham as portas, tudo
que lhe ocorre é pedir favores aos poderosos de plantão. Covardia ou medo da KGB
tupiniquim montada pelo partido do crime organizado ?
Velho
e obsoleto economista mantém a fleuma ao afirmar que o governo deve colocar
dinheiro público (?) à disposição de quem precisa, seja para consumir, seja
para investir; não aprendeu até hoje, que prestação em loja e sem emprego é
Serasa na certa e que empréstimo para empresas, mesmo à taxa zero, em economia
paralisada, é impagável. Apenas adia a falência e aumenta o rombo.
Sindicatos
patronais são dirigidos pelos principais burgueses da nossa Corte, sempre ao
lado, e associados, com quem detém a chave do cofre.
Centrais
sindicais dos trabalhadores das empresas multinacionais e sindicatos dos
empregados públicos sem trabalho, agora que conseguiram acesso às benesses da
Corte, esqueceram das suas funções básicas.
E
há as propostas de intervenção militar, agora amparadas pelo artigo 142 da
nossa “Constituição Cidadã”, o que lhe dá legalidade. Intervenção considerada salvadora e saneadora,
mas sem se exigir que explicite o dia seguinte. À princípio, pelo jeito, lhe
caberá apenas trocar as moscas.
Sobra
covardia aos nossos empresários que não reagem à altura contra os criminosos
que tomaram de assalto o governo federal e falta vergonha na cara aos políticos
ditos de oposição, que mediante os “afagos” que recebem com dinheiro público,
alegre e irresponsavelmente se corrompem.
Se
nossos cientistas políticos, economistas e formadores de opinião acham por bem
mais uma vez apenas escorar a casa que está caindo, e com isso transferir o
problema para mais adiante, medida que vem sendo adotada há décadas, sigam em
frente. Não parece que vocês tenham filhos e netos com os quais se preocupar,
pois devem estar todos eles bem pendurados nos cabides do setor público.
Pedir
que tomem coragem e enfrentem pelo menos uma vez o descalabro do Estado
brasileiro, é pedir demais. Preferem continuar se masturbando com suas teses de
laboratório nos seus palcos acadêmicos, montados nos teatros das universidades
públicas, sustentadas com o trabalho dos dispensáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário