João Luiz Mauad
Numa decisão controversa, a Justiça fluminense proibiu a
comercialização, exposição e divulgação do livro “Mein Kampf (Minha luta)”, de
Adolf Hitler, no Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o site G1, na referida decisão o juiz avalia que
“a questão relevante a ser conhecida por este juízo é a proteção dos direitos
humanos de pessoas que possam vir a ser vítimas do nazismo, bem como a memória
daqueles que já foram vitimados. A obra em questão tem o condão de fomentar a
lamentável prática que a história demonstrou ser responsável pela morte de
milhões de pessoas inocentes, sobretudo, nos episódios ligados à Segunda Guerra
Mundial e seus horrores oriundos do nazismo preconizado por Adolf Hitler”.
Diz o velho brocado que decisão judicial não se discute,
cumpre-se ou recorre-se. Provavelmente, a esta altura, alguém já deve ter
apelado, e a indigitada sentença deverá ser revista pelos tribunais superiores.
Pelo menos, assim esperam os amantes da liberdade. Até porque “Mein Kampf” não
é um livro qualquer. Embora seja literatura de baixa qualidade, a obra é um
documento histórico e mesmo científico, já que é uma das poucas fontes
disponíveis a quem quiser dissecar a mente de um dos maiores psicopatas que a
humanidade já conheceu.
A decisão do juiz é, no mínimo, incoerente, pois o argumento
apresentado só se sustentaria caso o magistrado proibisse também uma série de
outras obras, que não apenas incitam a violência e atentam contra os direitos
humanos mais sagrados, como também já foram utilizadas, ao longo da história,
para ajudar a promover diversos massacres e genocídios.
Quando Osama bin Laden declarou guerra contra o Ocidente, em
1996, ele citou o comando do Alcorão para cortar as cabeças dos infiéis.
“Massacre os idólatras, onde quer que os encontre, prenda-os, cerque-os, faça
emboscadas em todos os lugares” são algumas instruções de Alá ao profeta Maomé
(Alcorão, 9: 5). E Ele continua: “Faça guerra contra os infiéis e os hipócritas
… O inferno será sua casa!”. Alguém duvida que os sequestradores, ao embarcarem
nos respectivos aviões, em 11 de setembro de 2001, tinham esses trechos do
Livro Sagrado em suas mentes? Que as instruções que eles seguiam vinham
prioritariamente do Alcorão?
E o que dizer da Bíblia? Há passagens no Antigo Testamento tão
ou mais sangrentas que as do próprio Alcorão. No Livro de Samuel, por exemplo,
Deus ordena, com todas as letras e sem meias palavras, um autêntico genocídio
contra o povo amalequita. “Destrói totalmente tudo que eles têm, não os poupe”,
diz Ele a Saul, através do profeta Samuel. “Matarás homens e mulheres, meninos,
crianças e bebês, bois e ovelhas, camelos e jumentos.” No fim, como Saul
cometeu o pecado terrível de não cumprir exatamente aquela ordem, Deus retirou
dele o seu reino.
Segundo o historiador Philip Jenkins, autor de alguns livros
sobre o tema, a história do cristianismo está cheia de referência aos
amalequitas. Durante as Cruzadas, na Idade Média,
os Papas católicos os compararam aos muçulmanos. Nas grandes guerras religiosas
nos séculos XVI, XVII e XIX, protestantes e católicos acreditavam que do outro
lado estavam os amalequitas, os quais deveriam ser totalmente destruídos. O
mesmo raciocínio vale para os confrontos entre colonizadores americanos e os
índios locais.
Com base nas evidências acima, será que deveríamos proibir
também o Alcorão e a Bíblia, em nome dos direitos humanos e da memória das
vítimas pregressas de tantos massacres? Acho que nem o magistrado concordaria
com isso.
Talvez o juiz não tenha se dado conta, mas sua decisão, no
fundo, é comparável ao episódio conhecido como Bücherverbrennung, famigerada prática da propaganda
nazista de recolher e queimar livros que não se adequavam à ideologia e ao
espírito do nacional-socialismo.
Instituto Liberal
Artigo publicado originalmente em O Globo
(15/02/2016)
Comentário do
blog: sem esquecer a queima dos livros de
Alan Kardec – Doutrina Espírita - ocorrida em Barcelona em 1861, ordenada pelo
bispo da Igreja Católica.
Quanto
ao livro escrito por Hitler quando preso, “Minha Luta”, chama atenção um
aspecto pouco, quase nada, debatido publicamente, de que a Alemanha em 1923
estava literalmente liquidada, muito pior do que o Brasil de hoje.
Como
o governo comandado por Hitler conseguiu transformar a economia do país, de
falida em potência mundial, ao ponto de guerrear com os países hegemônicos da época
?
O
João Santana do PT deles – Goebbels - popularizou a crença de que uma mentira
muitas vezes repetida torna-se uma verdade (Propaganda - Edward Bernays), mas
isto apenas, lá como aqui, não teria bastado para mudar a realidade da economia
alemã.
Lá,
na década de 20 do século passado, um país em ruínas passou, detalhe, em luta
contra a Oligarquia Financeira Internacional, de falido à potência.
Aqui,
passamos de eterno país do futuro para melancólico país do presente. Nem nosso “Goebbels”
tupiniquim, João Santana, deu jeito, tanto
que perdeu o emprego.(MBF).
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