segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

4 - Escolas como empresas sociais

Martim Berto Fuchs

Em Capitalismo Social proponho que as escolas, em todos os graus, sejam administradas pela iniciativa privada, sendo que as atuais escolas públicas, nos 3 graus, sejam transformadas em empresas sociais e tenham do seu corpo docente e funcionários atuais os sócios majoritários das mesmas.
Critico a situação e atuação das escolas públicas, sem esquecer que as escolas privadas também são passíveis de críticas. A fiscalização sobre as mesmas simplesmente não existe, o que seria obrigação do poder público através do Ministério e das Secretarias Estaduais e Municipais. Mas o setor público brasileiro, não apenas no setor da Educação, perdeu completamente a ética, a moral, e o senso de  realidade.

Hoje, infelizmente, muitas escolas privadas são constituídas e autorizadas a funcionar sem os mínimos requisitos para um ensino de qualidade. São apenas um negócio, sem outro desiderato que não seja o lucro. No entanto, é do setor público a obrigação de corrigir esses desvios. Ao menos isto ele deveria fazer.

Nas escolas públicas de todos os graus a situação é mais complicada. Quem vai fiscalizar as escolas públicas ? As Secretarias abarrotadas de cabos eleitorais ? Tenho até medo de reclamar, pois podem criar mais um Comitê de Fiscalização para fiscalizar os fiscais, o que ensejaria a oportunidade de contratar mais alguns milhares de “companheiros” ainda não contemplados. Sem contar da existência do famigerado E.C.A., que discricionariamente instituiu direitos, e solertemente esqueceu deveres.

Começando pelo principal problema que sempre afetou o Brasil - o empreguismo no setor público -, este mesmo fator, que é sinônimo de corrupção, em grande parte determina o fracasso do ensino no Brasil, cuja triste conseqüência podemos ver no gráfico acima.

De todos Ministérios, Secretarias e departamentos que constituem o organograma funcional do setor público, está na Educação o maior número de parasitas pendurados nas suas diversas folhas de pagamento. Supera até os vergonhosos e criminosos números da Câmara Federal e do Senado.

Este é o fator principal - empreguismo é corrupção – que exclui uma grande parcela dos jovens de freqüentar a escola, pois a verba que deveria estar direcionada para bancar o estudo de quem não pode pagar, é criminosamente desviada para sustentar a grande família dos políticos: cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos.

Exemplos temos aos milhares, todos iguais e chocantes, por onde se examina. Universidades como a USP em São Paulo, seguidamente está encabeçando manchetes, não para receber elogios, mas para merecer as críticas dos articulistas. Como se alguma coisa positiva fosse acontecer em função dessas matérias, verdadeiras mas inócuas, pois apontam apenas as conseqüências de causas que são olimpicamente ignoradas pelos responsáveis.

COM A QUANTIDADE DE PESSOAS JÁ EXISTENTES NAS FOLHAS DE PAGAMENTO DO SETOR PÚBLICO ÍTEM EDUCAÇÃO, PODEMOS NO MÍNIMO DOBRAR  O NÚMERO DE ESCOLAS NO BRASIL, SEM QUE SE PRECISE CONTRATAR.

Sem dúvida, essas escolas públicas transformadas teriam que reciclar seus trabalhadores, pois hoje temos 70% da folha de pagamento na área administrativa, não obstante o advento da informática, e apenas 30% nas salas de aula, quando a proporção teria que estar invertida.

Além desta “metamorfose”, teriam que lidar com os salários fora da realidade que os marajás das escolas públicas conseguem.
Detalhe: menos os que estão nas salas de aula lecionando, a minoria, o que acaba sendo usado como motivo das greves marcadas anualmente e com bastante antecedência no calendário dos sindicatos pelegos, cuja principal tarefa é justamente essa: greve com baderna, para conseguir aumento para todos, aí incluído os inúteis, que são a maioria, e a socialização do país (tudo na mão do Estado e o Estado sendo eles).

Observação: se as escolas públicas transformadas em empresas sociais mantiverem sua atual folha de pagamento, seja em valores ou quantidade de pessoas, fecharão as portas antes de abrir.

Em Capitalismo Social, ao setor público na área de educação caberia exercer uma fiscalização rigorosa sobre todas escolas do país, em todos níveis, fiscalização que obviamente não estaria contaminada pelo empreguismo e pela conseqüente corrupção.

Quanto as mensalidades, alunos ou seus responsáveis pagariam o total, parte, ou não pagariam, na proporção direta das suas declarações de renda.

Não haveria os filhos dos ricos membros da nossa Corte estudando de graça, às custas dos contribuintes pobres, e nem haveria criança sem escola. E não estaríamos disputando a lanterna nas competições internacionais de conhecimento.

Terminariam as greves cíclicas e infalíveis, glória das gestões do sindicalismo pelego e que jamais abordaram o problema empreguismo, pois se esse fosse resolvido, terminariam as greves e a razão de ser dessas caricaturas de sindicatos.

O Brasil seria outro. E tudo isso é possível, pois não faltam verbas à disposição do setor Educação; falta vergonha na cara por parte dos seus “gestores”.




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