Martim Berto Fuchs
Estado é Contrato
“O Governo é instituído para o bem comum; para a
proteção, segurança, prosperidade e felicidade das pessoas; e não para o lucro,
honra ou interesse privado de um homem, família ou classe de homens; portanto,
se o povo tem o direito incontestável, inalienável e irrevogável de instituir
um governo, tem também o direito de reformar, alterar ou mudar totalmente o
mesmo, quando sua proteção, segurança, prosperidade e felicidade exigirem. John Adams”
1. Criação de um fórum para debate público, com conclusões previstas para antes das eleições de 2018, de um ante-projeto para:
primeiro, uma modificação radical nas regras, centenas de
vezes remendadas, mas que nunca mudaram a essência da servidão à que estamos
sujeitos em relação ao Estado;
segundo, implantação de um novo Contrato Social, fundado na
participação da sociedade na instituição
dos seus termos, em cima de práticas que comprovaram sua eficácia, sem dogmas e
ideologias nati-mortas, nem marketing de partidos políticos (extintos
definitivamente), lobbies que corrompem ou grupos de pressão, tudo isso facilmente
identificado.
2.
Considerando que nosso Congresso não moverá uma palha para viabilizar a
implantação de um novo Contrato Social – Estado é Contrato -, porque os prejudicados,
para o bem do país, serão eles, os políticos, devemos nos preparar
psicologicamente para aceitar como inevitável uma Intervenção Constitucional*, proposta defendida pelo Dr. Antônio
José Ribas Paiva - prevista no Artº 142 da Constituição - para antes das
eleições de 2018, como única forma de viabilizar a implantação destas novas
regras de convivência da sociedade com seu governo eleito, uma vez que mesmo o
dispositivo atual de colher 1,5 milhões de assinaturas para um projeto de iniciativa popular, é
descaracterizado pelo Congresso quando analisado, seja este ou os anteriores.
Pouco diferem, pois todos foram constituídos num sistema político viciado.
3. Povo. Quando falo em povo, vontade
popular, poder do povo (demo-cracia), considero povo todas as pessoas e não
apenas os pobres e analfabetos, proletários “sem
culotes”, sempre citados e cinicamente usados pelos políticos profissionais,
de todos matizes, de 4 em 4 anos, para
se reeleger e manter o status que só
à eles beneficia.
4. Definido um
ante-projeto de Capitalismo Social, partir para implementação das suas etapas,
começando pela imediata eleição (sem
mais partidos) para o Poder Constituinte,
que oficializará este ante-projeto.
5. Com a nova Constituição
já em vigor, os interventores continuarão no comando do país até o complemento
da imediata eleição (sem mais
partidos) para o Poder Parlecutivo
(legislativo/executivo) e a conseqüente posse dos eleitos.
Algumas considerações sobre os alicerces
do projeto de Capitalismo Social
1. Ser humano. Desde seu início unicelular que o ser humano vem
evoluindo, acabando por constituir o Estado, cujas regras instituídas pelos
mais fortes dos seus - não necessariamente os mais evoluídos, acabaram por
subjugá-lo.
2. Estado. Deixa de ser um fim em si mesmo. Um novo Contrato tem que
ser instituído, onde o Estado deve existir para servi-lo (povo) - não confundir
com sustentá-lo-, e não para escravizá-lo. Servi-lo no sentido de zelar e
implementar as regras que justamente o povo instituirá, com seus direitos e seus deveres equilibrados e não
distorcidos a favor de poucos. Estado forte e democrático (força do direito),
não confundir com Estado ditatorial (direito da força).
3. Trabalho. Não existe desenvolvimento sem trabalho. Uma ressalva: não
confundir emprego com trabalho. No Brasil, o setor público, através dos seus
políticos, emprega 11 milhões de pessoas. Trabalho, que é o que desenvolve um
país, tem apenas para a metade desse número.
Cinco milhões e meio de pessoas são pagas
com o dinheiro dos impostos, apenas para cumprir horário, quando cumprem.
Trabalho se dá de muitas
formas, principalmente através de empresas. Em vez de empresas estatais
(socialismo/comunismo) e de empresas privadas no modelo em funcionamento, as
empresas passarão à denominação de sociais, dirigidas pelos sócios
controladores ou por profissionais contratados, mas onde o lucro, quando houver
- após repassado o devido ao Estado para permitir seu funcionamento de forma
racional e dentro da Lei-, será dividido entre capital e trabalho em partes
iguais: 50% para os acionistas e 50% para seus trabalhadores, sendo que a
expressão seus trabalhadores engloba desde o Diretor Presidente até o
trabalhador de menor salário.
3.1. Regime de Trabalho. Será o mesmo para todos os trabalhadores, sejam os das empresas sociais ou dos órgãos
públicos. Uma CLT atualizada, moderna, sem ranços ideológicos, e que não transforme
trabalhadores em parasitas, nem incite o trabalhador contra a empresa, entrará
em vigor.
4. Capital internacional. Não sei quando foi criada a expressão
Oligarquia Financeira Internacional, mas sua história remonta ao século XIV.
Os primeiros acumuladores de capital foram os
italianos, que na época significava dizer os venezianos e genoveses. Formavam a
oligarquia financeira do período compreendido entre meados do século XIV até
meados do século XVI, aproximadamente 220 anos.
Perderam essa hegemonia
para os holandeses, que a mantiveram de meados do século XVI até meados do
século XVIII, aproximadamente 180 anos.
Chegou a vez do Império
Britânico, que dominou as finanças, praticamente sozinho, desde meados do
século XVIII até o primeiro quarto do século XX, aproximadamente 130 anos.
À partir dali, a hegemonia
financeira passou aos norte-americanos, não obstante os principais banqueiros
europeus, principalmente da casa Rothschild, continuarem associados nesta
acumulação de capital; isto há aproximadamente 100 anos.
Essas quatro hegemonias
foram conseguidas por particulares que em primeiro lugar lograram associar/dominar
seus governos em proveito próprio. Mas, mesmo enriquecendo particularmente
faziam com que, paralelamente, seus
países e seu povo também usufruíssem deste acúmulo de capital, conseguido por
todos os meios lícitos e ilícitos. Neste jogo de perde/ganha, muitos perderam
para poucos ganharem.
5. Capital. Usando uma expressão consagrada por Joelmir Betting, que para
formarmos o capital necessário teremos que nos levantar do chão puxando os
próprios cabelos, Capitalismo Social propõe transformar os trabalhadores nos
nossos próprios capitalistas, através da criação do FIPS – Fundo de Investimento e Previdência Social, para alavancar
as empresas sociais brasileiras e garantir aposentadoria digna para todos eles.
6. Outros capitais. Dos rentistas internacionais e nacionais, ou, dos
acumuladores de capital, ou, da Oligarquia Financeira Internacional, continuará
sendo buscado capital, principalmente para as grandes obras do poder público e
mesmo para as grandes empresas sociais; mas criteriosamente, seletivamente, e
tratado com o respeito que o capital merece e que nossos atuais e anteriores “governantes”
nunca tiveram.
7. Poder Judiciário. Este projeto não trata do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Tribunais. Apenas faz saber que não podemos mais
continuar com o sistema de indicações políticas para o preenchimento dos cargos
nesta área. Há que se chegar a um consenso quanto à ocupação dessas vagas e me
parece que o melhor meio é o concurso público, levado à efeito por terceiros.
Apenas uma certeza: como está não pode e não deve continuar.
*Intervenção Constitucional
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina,
sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem.”
Em toda intervenção
corre-se o risco da permanência dos interventores. E nada mais certo para isto
acontecer do que os apeados do poder partirem para a contra-ofensiva, terrorista,
como em 1964, para, como então, sob a argumentação da defesa dos pobres (eles
os “pobres”), tentarem implementar o socialismo, ou, economia e propriedade na
mão do Estado coletivista (sendo eles o Estado), mas à custa da liberdade, da
individualidade e do livre-arbítrio.
A proposta de Karl Marx
foi implementada por alguns russos em 1917, que só conseguiram seu intento pelo
apoio da Oligarquia Financeira Internacional; pois de onde surgiu o dinheiro
para o empreendimento ?
O marxismo falhou sob
todos os prismas que se olhe, menos um: serviu para chamar atenção do mundo
para a exploração do trabalhador. Como diagnóstico estava certo, como receita
matou o paciente.
Os países que tentaram
implementá-lo falharam, pois ele é anti-natural; só funciona se o ser humano
regredir ao seu estágio animal, irracional, onde poder-se-ia por repetição –
lavagem cerebral -, incutir conceitos, regras
e obediência.
Agora é a vez de
aperfeiçoar o capitalismo, começando por livrá-lo da dependência tóxica dos
cartéis da especulação financeira, igual ou piores que os cartéis das drogas.
Não por acaso, trabalham de comum acordo.
Quando o mercado é manipulado
pelos cartéis da especulação financeira, ele não é livre, ele não regula oferta
e procura, ele é “regulado”. Muitos pagam e pagam caro para que poucos
usufruam. Na mesma proporção que a renda se concentra, a pobreza se alastra. Não
é deste capitalismo que tratamos nesta proposta.
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concursados
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Início do projeto: junho
de 1975, quando defini como Capitalismo Social
1° esboço impresso: 1984
2° esboço impresso: 1992
1ª edição, revisada e não
editada: 18/02/1996
2ª edição, revisada e não
editada: 26/05/2006
3ª edição, revisada e não
editada: 03/10/2010
4ª edição: revisada e
editada na criação deste blog em 04/12/2011
5ª edição: revisada e
editada neste blog em 02/08/2012
6ª edição: revisada e
editada neste blog em 02/02/2016.
capitalismo-social.blogspot.com.br
capsoc.rd@gmail.com
Martim Berto Fuchs.
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