segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Poderíamos ser grandes na ordem internacional, mas não com esses vira-latas “governando” o país

Martim Berto Fuchs

Nos meus passeios pela internet, noto que afora constar nas páginas policiais e de corrupção, não figuramos em outros quesitos no mundo globalizado. O pessoal que manipula as estatísticas à nível de governo federal, afiança que somos a 7ª economia do planeta.
Então me pergunto: - Porque não somos tratados como tal ?

Podemos começar com as explicações de Nelson Rodrigues, criador da expressão “complexo de vira-latas”. Ele usou-a para se referir ao trauma sofrido pelos brasileiros na derrota para o Uruguai no campeonato mundial de 1950 na inauguração do Maracanã.
Mas também se referiu à um complexo natural nosso, por não encontrarmos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima.

Por que líderes mundiais como foram Ronald Reagan, um artista de cinema de 2ª linha, que nos confundia com a Bolívia, ou Charles de Gaulle que afirmou não sermos um país sério, ou outros que achavam que falávamos espanhol, ou outros que afirmavam que nossa capital era Buenos Aires ?

- Por que não nos impomos e fizemos respeitar por este mundo afora ?

Os EUA para se afirmar, tiveram que guerrear com seus colonizadores. A França, Inglaterra, Alemanha, passaram a maior parte da vida guerreando com os outros e entre si, para afirmar sua hegemonia.

Nós, guerreamos diversas vezes para manter a unidade da colônia, mas não conseguimos passar de colônia.
Até 1808 sustentamos Portugal, inclusive a recuperação de Lisboa destruída pelo terremoto em 1755 e pelo incêndio que se seguiu.

Depois da nossa independência política, 1822, passamos à dependência financeira, aceitando pagar a dívida contraída pela família imperial e seus “nobres” quando da fuga para a colônia, escapando das tropas de Napoleão e mais um valor para cobrir os gastos das lutas internas pela nossa “independência”.
Nossos “negociadores”, como conta Gustavo Barroso em sua História Secreta do Brasil, aceitaram condições leoninas por parte do banco credor, dos Rothschild. Só faltou assinarem logo o segundo empréstimo para saldar o primeiro, pois do primeiro o povo mesmo não viu a cor.

Essas tibiezas das nossas ditas elites, essa acomodação às exigências dos outros, desde que sobre “algum” para elas, moldaram nosso povo, que passou a aceitar isso caninamente, como fato normal.
Tão docilmente caninos, que aceitamos há 14 anos o bolivarianismo como forma de governo, e que continua desmoralizando este país, como antes o fizeram os “aristocratas”, hoje transformados na elite do funcionalismo público, marajás do Collor, e os ex-escravagistas, que com o capital conseguido no tráfico humano, tornaram-se nossos burgueses financistas. Empresários, brasileiros, desde Irineu Evangelista de Souza, nossas elites se comprazem os afogando num mar de lama, corrupção e incompetência. Não sobrevivem.

Realmente, não temos muito do que nos vangloriar. Somos a 7ª economia (?) do planeta por inércia, porque o peso deste continente chamado Brasil é tragado em sua produção muitas vezes por pequenos países destituídos de riquezas naturais, mas que lutam, além dos interesses comerciais/financeiros que movimentam à todos, pelo povo que habita seus limites.

Nossos “governantes” preferem sentar no colo de quem lhes oferece pirulitos, desde que garantam os doces para a festa contínua em seus salões nos três podres poderes, do que enfrentar esse mundo hoje globalizado, onde quem menos corre voa.

Não somos nós que temos complexo de vira-latas e sim nossas elites, incluso as mais recentes, oriundas do sindicalismo pelego, que são vira-latas desfilando com coleiras de ouro, mas de freio curto e direcionado.

E não mudaremos isto sem mudar o Contrato Social que nos prende à essa “raça”, que se vira para si e nos joga as latas, vazias.



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