Eu tenho lido o que Felipe Miranda
(Empiricus) escreve e acho que ele está certo com referência ao Brasil
mas errado em relação ao resto do mundo. Ele prevê uma crise mundial
catastrófica através do colapso dos bancos centrais do mundo. Pode ser que isto
aconteça na União Europeia onde vigora um sistema político que sempre impediu o
pleno desenvolvimento do continente europeu, que é a tal social democracia.
Este sistema é um derivado do marxismo comunismo sem o totalitarismo,
permitindo eleições livres para a composição dos governos nos diversos países
da UE.
A grande falha desse sistema é
considerar como coitadinhos todos aqueles que não conquistaram o sucesso em
suas vidas e tentar suprir suas necessidades e desejos com a criação de
diversos programas sociais financiados com o dinheiro de quem trabalha e
produz. O máximo que este sistema consegue com grande êxito é aumentar
dramaticamente o número de desocupados e onerar os gastos do governo, levando
países a situações dramáticas como as enfrentadas hoje pela Espanha, Portugal
e, em fase final de falência total, a Grécia.
O melhor programa de inclusão social
e redução da pobreza é uma combinação de educação de qualidade para todos com a
geração de empregos através do desenvolvimento econômico, e isto só é possível
nos sistemas capitalistas democráticos. Fora disto é amarrar cachorro com
linguiça. Ai está o grande segredo de países como os Estados Unidos, o Canadá,
a Austrália, a Nova Zelândia e, na Europa, apenas Alemanha, Noruega e
Dinamarca. Todos os paises da União Europeia sob o domínio da social democracia
estão cambaleantes.
Como o Brasil nunca experimentou o
capitalismo puro e a democracia verdadeira e se transformou em um imenso
laboratório de experiências fracassadas, não precisa ser um grande economista
para prever o que vai acontecer nos próximos anos. Eu não sou economista e
previ tudo o que o Felipe Miranda está prevendo agora já em 2002 quando o Lula
assumiu seu primeiro mandato. E olhe que o sistema implantado pelo PT no Brasil
é infinitamente pior do que a social democracia, é uma cleptocracia combinada
com oclocracia.
O grande problema da maioria dos
economistas brasileiros é achar que tudo se resume à economia, ao monetarismo,
sem enxergar que a economia é uma ferramenta da administração e, portanto,
sua auxiliar. Eu iria mais longe afirmando que a economia é o principal
complemento da administração. Por isto, pecam quando fazem suas análises,
sempre incompletas. O problema do Brasil não é apenas econômico, mas
principalmente de gestões administrativas que sempre foram péssimas, nunca
voltadas para o conjunto do desenvolvimento do país como um todo. Todas as
vezes em que surge uma crise, o blá blá blá dos economistas se restringem às
medidas monetaristas como aumento dos juros, câmbio, etc., sem se lembrar de
que o problema maior está na falta de uma boa estrutura produtiva que envolva
mão de obra qualificada, infraestrutura adequada e poupança interna suficiente
para não depender de empréstimos externos.
O problema também está no gigantismo
da máquina pública, no governo inchado, caro e ineficiente. Está também numa
economia estatizada em seu sistema de produção energética, motor principal de
toda a economia. Não é por acaso que os brasileiros sempre pagaram pelos
derivados de petróleo e pela energia elétrica os preços mais altos do mundo.
Eu não vejo os economistas
brasileiros falando sobre a reestruturação do estado, o corte de
despesas, o enxugamento da máquina pública, a abertura do mercado para o
exterior, a inserção do país em um bloco econômico importante e a
assinatura de acordos comerciais com países que realmente tenham algo a
oferecer. Além de estar amarrado ao Mercosul, a aliança dos falidos onde querem
inserir mais países falidos da América do Sul, o Brasil nunca avança em
negociações internacionais como a rodada de Doha e com a União Europeia, que já
vão para mais de dez anos.
De forma, meu caro Mr. Anthony, que
não adianta subir os juros, desvalorizar o real, aumentar impostos e taxas,
como o Joaquim Levy está fazendo, sem mexer no principal. Eu comparo a situação
do Brasil atual a daquele paciente que está na UTI e ao invés dos médicos lhe
aplicarem um antibiótico junto com um energético estão lhe aplicando um veneno
que só servirá para abreviar a agonia.
E se você tiver dinheiro sobrando,
siga o conselho do Felipe Miranda, aplique tudo no exterior. Aqui na Australia
eu lhe sugiro comprar imóveis.
Otacílio Miranda Guimarães é Cidadão
Brasileiro residente na Austrália.
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
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