sexta-feira, 8 de maio de 2020

Xi Jinping colocando cabresto no povo brasileiro?

Sérgio Alves de Oliveira

Têm razão, nesse ponto, Suas Excelências ,os Senhores Presidente Jair Bolsonaro, e o Ministro das Relações Exteriores, o Diplomata Jorge Araújo, no que pertine  às restrições que essas autoridades estariam opondo ao “assédio” chinês, político, econômico e tecnológico, sobre o Brasil, onde brevemente os “chinas” pretendem instalar  uma “extensão” da sua residência, evidentemente com “animus domini”, como já fizeram em outras partes do mundo, especialmente  nos países mais carentes  do continente africano.

No eventual  sucesso desse assédio chinês ao Brasil, tão desejado e aplaudido  pelas esquerdas “tupiniquins”, e também  por algumas autoridades públicas “importantes”, como o Vice-Presidente, General Hamilton  Mourão (que nada lembra os  generais “nacionalistas” de 64), e o governador paulista, João  Dória, valeria a  pena  um pouco de exercício da imaginação.        

O dia em que esses “sem noção” caíssem  nas garras dos chineses, lamentavelmente levando consigo os demais de “arrasto”, seus destinos já poderiam ser antecipados com uma simples passagem de olhos pelas conclusões do “19º Congresso do Partido Comunista da China”, realizado em Pequim, de 18 a 24 de outubro de 2017,onde aprovaram formalmente a DITADURA  de XI Jinping, ditador  da China desde 2013, expressa no documento “Pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era”.                     

Nesse Congresso, XI Jinping “encostou”, em matéria de poderes, com Mao Tsé-Tung, o grande líder da Revolução Chinesa, fundador da República Popular da China, o ditador que governou esse país de 1949 a 1959, responsável pelo “Holodomor” chinês (espécie de “holocausto” dissimulado), projeto chamado “O Grande Salto Adiante”, responsável pela morte, por fome, de cerca de 45 milhões de chineses, incluindo canibalismo, entre  1958 e 1962, projeto esse  hoje rebatizado,com mais propriedade, como “A Grande Fome de Mao”.

Também pouco se fala no Ocidente, por razões óbvias, inclusive pelo silêncio comprado na grande mídia, do chamado “Massacre da Praça Celestial”, ocasião em que  milhares de chineses, a maioria jovens estudantes, foram brutalmente assassinados, a tiros, e atropelados por tanques de guerra, pelo “crime” de reclamarem mais abertura política, liberdade, e menos corrupção.

Mas a ditadura de Xi Jinping sobre a China é algo inédito no mundo. ”Singular”. Por força do 19ª Congresso do PCC, que aprovou “Os 14 Princípios políticos do pensamento de Xi Jinping”, o Presidente Chinês estabelece uma  ferrenha ditadura no país usando o Partido Comunista da China como mera “ferramenta”, ”instrumento” seu. O partido é o ditador da China. E Xi Jinping, o ditador do partido. Realmente o “cara” tem rara esperteza, dominando um povo  que não tem a mínima ideia do que possa ser uma democracia.

Essa “ditadura indireta” de Xi Jinping sobre a China nem mesmo chegou a ser imaginada  por Aristóteles quando, em “Política”, classificara as formas de governo em (1) PURAS (monarquia, aristocracia e democracia), e (2) IMPURAS (tirania (ou ditadura), oligarquia e demagogia (oclocracia para Políbio).

A China tem uma “democracia” deveras esquisita. O PCC é o partido hegemônico. Mas o artigo 5º da Constituição chinesa de 1982 reconhece os demais 8 “partidecos”, existentes desde antes da Revolução de 1949, mas que jamais elegeram ninguém para os níveis políticos superiores. No “tal” documento de Xi (ítem 11), só o PCC tem autoridade sobre o Exército Popular. Os “outros” nem são citados.

Mas o mais preocupante para os brasileiros está contemplado no inciso 13 desse documento: “Promover a construção de uma sociedade de futuro compartilhado com toda a humanidade”.

A busca chinesa pela liderança mundial  fica muito clara na disposição de Xi Jinping da China se tornar um modelo socialista com “uma nova opção para outros países e nações que queiram acelerar o seu desenvolvimento...”. E que “a China entrou em uma NOVA ERA em que deveria ocupar os holofotes do mundo”.

Ninguém mais que os “esquerdopatas” brasileiros reclamam por “mais democracia”, e pelo direito ilimitado de “ir e vir. Mal sabem eles, porém, que muito diferente do que se passa no Brasil, lugar onde a “libertinagem” prevalece sobre a liberdade, onde todos podem  fazer tudo que não está expressamente  proibido nas leis, na China é exatamente o contrário ,e ali todas as “liberdades”, e não as “restrições”, deverão estar  previstas nas leis.

Eu gostaria de ser um passarinho “espião” para ver  bem de longe os “progressistas” brasileiros eventualmente num futuro próximo serem submetidos  ao regime de “crédito social” dos chineses, onde todas as pessoas são permanentemente monitoradas pelos órgão de segurança do Estado, com pontuações  nos seus respectivos cadastros por atos de “dignidade” ,ou “indignidade”, conforme o caso, com premiações no primeiro caso, e retaliações ,ou castigos “sociais” , no segundo.

As “armas” para esse controle  absoluto sobre a sociedade os chineses já fabricaram, inclusive são  os campeões do mundo. Nelas,  se enquadram o “reconhecimento facial” eletrônico ,e as facilidades oferecidas pelos modernos celulares  “5G” da HUAWEI e da XIAOMI que ,juntas, em 2018 ,já fabricaram mais de metade de todos os celulares do mundo.

Com certeza os nossos “esquedopatas” implorariam, ajoelhados, pela reinstalação da chamada “ditadura militar” de 1964, achando até que “aqueles militares eram bem bonzinhos”.

(OBSERVAÇÃO: Fui inspirado a escrever esse texto a partir do artigo “Mundo: Laboratório para o macabro experimento socialista chinês”,do Professor de Filosofia, Carlos Adriano Ferraz, a quem agradeço pelos subsídios).

Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.

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