sexta-feira, 22 de maio de 2020

Lei que barra empresas chinesas em Bolsas dos EUA é aprovada no Senado americano

Bloomberg

Medida é mais um passo na escalada de tensão entre os dois países por causa da pandemia de coronavírus. Trump diz que culpa da doença é da China

WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade nesta quarta-feira uma lei que pode impedir que algumas empresas chinesas sejam listadas nas Bolsas de Valores do país, em meio a relações cada vez mais tensas entre as duas maiores economias do mundo.

O projeto, apresentado pelos senadores John Kennedy, republicano da Louisiana, e Chris Van Hollen, democrata de Maryland, exige que as empresas atestem que não estão sob o controle de um governo estrangeiro.
Nos EUA, se uma empresa não pode atestar que não está sob esse controle, ou se o Conselho de Supervisão Contábil de Empresas Abertas não puder auditar a companhia por três anos consecutivos para determinar que ela não está sob controle de um governo estrangeiro, os valores mobiliários da empresa são banidos das operações em Bolsa.

"Não quero entrar em uma nova Guerra Fria", disse Kennedy no plenário do Senado, acrescentando que deseja que "a China cumpra as regras".

Até agora, nenhuma medida complementar foi introduzida na Câmara dos Deputados, segundo um assessor do Senado familiarizado com o projeto.
A legislação é outro exemplo da crescente pressão contra a China no Congresso, que vinha se concentrando no comércio e em outras questões.

O clima tenso entre os dois países foi intensificado  recentemente pelos republicanos, já que o presidente Donald Trump tenta culpar a China como o principal culpado pela pandemia de coronavírus.

Trump, reiterou nesta quarta-feira seus ataques à gestão da crise na China e disse que a "incompetência" do país asiático foi o que causou um "massacre global".

Os legisladores do Partido Republicano desencadearam, nas últimas semanas, uma torrente de projetos de lei destinados a punir a China por não ser mais transparente com informações sobre a pandemia ou proativa na restrição de viagens, à medida que o coronavírus começou a se espalhar da província de Hubei, onde foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan.

Kennedy disse à Fox Business na terça-feira que o projeto se aplicaria a bolsas americanas como Nasdaq e New York Stock Exchange.

"Eu não daria as costas ao Partido Comunista Chinês nem se estivesse morto há dois dias", disse Kennedy. “Eles trapaceiam. E eu tenho uma lei para impedi-los de trapacear.”

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