Bloomberg
Medida é mais um
passo na escalada de tensão entre os dois países por causa da pandemia de
coronavírus. Trump diz que culpa da doença é da China
WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos aprovou por
unanimidade nesta quarta-feira uma lei que pode impedir que algumas empresas
chinesas sejam listadas nas Bolsas de Valores do país, em meio a
relações cada vez mais tensas entre as duas maiores economias do mundo.
O projeto, apresentado pelos senadores John Kennedy,
republicano da Louisiana, e Chris Van Hollen, democrata de Maryland, exige que
as empresas atestem que não estão sob o controle de um governo estrangeiro.
Nos EUA, se uma empresa não pode atestar que não está sob
esse controle, ou se o Conselho de Supervisão Contábil de Empresas Abertas não
puder auditar a companhia por três anos consecutivos para determinar que ela
não está sob controle de um governo estrangeiro, os valores mobiliários da
empresa são banidos das operações em Bolsa.
"Não quero entrar em uma nova Guerra Fria",
disse Kennedy no plenário do Senado, acrescentando que deseja que "a China
cumpra as regras".
Até agora, nenhuma medida complementar foi introduzida na
Câmara dos Deputados, segundo um assessor do Senado familiarizado com o
projeto.
A legislação é outro exemplo da crescente pressão contra
a China no Congresso, que vinha se concentrando no comércio e em outras
questões.
O clima tenso entre os dois países foi
intensificado recentemente pelos republicanos, já que o presidente Donald
Trump tenta culpar a China como o principal culpado pela pandemia de
coronavírus.
Trump, reiterou nesta quarta-feira seus ataques à gestão
da crise na China e disse que a "incompetência" do país asiático foi
o que causou um "massacre global".
Os legisladores do Partido Republicano desencadearam, nas
últimas semanas, uma torrente de projetos de lei destinados a punir a China por
não ser mais transparente com informações sobre a pandemia ou proativa na
restrição de viagens, à medida que o coronavírus começou a se espalhar da
província de Hubei, onde foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan.
Kennedy disse à Fox Business na terça-feira que o projeto
se aplicaria a bolsas americanas como Nasdaq e New York Stock Exchange.
"Eu não daria as costas ao Partido Comunista Chinês
nem se estivesse morto há dois dias", disse Kennedy. “Eles trapaceiam. E
eu tenho uma lei para impedi-los de trapacear.”
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