Soeren Kern
A
Austrália e os Estados Unidos estão liderando uma campanha para que seja
adotada uma investigação independente sobre as origens da pandemia do
coronavírus. Altas autoridades dos dois países querem esclarecer se o vírus se
originou na natureza ou em um laboratório chinês. Eles também estão pedindo ao
governo chinês que explique como lidou quando do início do surto na cidade de
Wuhan.
Na
Europa, onde a pandemia matou mais de 100 mil pessoas e causou uma devastação
econômica numa escala jamais vista desde a Segunda Guerra Mundial, líderes
políticos mantêm um silêncio ensurdecedor quanto à exigência da China prestar
contas. Embora algumas autoridades europeias tenham concordado em princípio de
que em algum momento no futuro deveria haver investigação, a maioria parece
temer na base em desafiar a China abertamente.
A
evasiva dos líderes europeus é um reflexo não só da fraqueza geopolítica da
Europa e da extraordinária dependência econômica da China, mas também de um
vácuo moral no qual eles se recusam a defender os valores ocidentais.
Dias
depois das autoridades europeias se curvarem à pressão da China e moderarem os termos de um relatório da UE sobre a
investida chinesa de se distanciar da culpa quanto à pandemia do coronavírus, o
embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, deu sinal verde para que o governo chinês adaptasse um
artigo opinativo assinado por ele e pelos 27 embaixadores dos Estados Membros
da UE, para marcar o 45º aniversário das relações diplomáticas com a China.
A UE autorizou o Ministério das Relações Exteriores da
China a remover do artigo referências a respeito das origens e disseminação do
coronavírus, publicado no China Daily, um diário em inglês de propriedade
do Partido Comunista da China.
Um
porta-voz da UE salientou que a UE permitiu que a China revisasse o
artigo opinativo porque Bruxelas "considerava importante comunicar as
prioridades políticas da UE, principalmente sobre mudanças climáticas e
sustentabilidade..."
Enquanto
isso, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen apoiou pedidos para que fosse realizada uma investigação
sobre a origem do coronavírus, mas ela evitou mencionar a China e teve o
cuidado de não entrar em detalhes, como por exemplo quem deveria conduzir a
investigação ou quando ela deveria ser realizada.
Gatestone Institute
14 de
maio de 2020
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