Armando Burd
Nos anos
em que não há eleições, partidos políticos perdem a oportunidade de usar o
dinheiro público, quer dizer, originado dos impostos, e destinado às suas
fundações ou institutos para uma missão indispensável: a formação e
aperfeiçoamento de lideranças. A lei prevê que 20 por cento do Fundo Partidário
devem ser direcionados a esse fim. Portanto, em 2018, do total de 780 milhões
de reais, chegaram às fundações ou institutos 156 milhões de reais. Partidos
preferem usar em despesas muitas vezes obscuras e, em consequência, pagar
pequenas multas. Fica assim…
Custo alto
A
população tem duplo prejuízo: 1º) sustenta fundações e institutos inoperantes;
2º) não vê candidaturas em número razoável com sustentação necessária para
busca de soluções dos graves problemas de municípios, estados e do país.
Vão
à pescaria
Quando se aproxima o período do
registro de candidaturas, partidos saem em busca de nomes, nada mais do que
nomes, que possam trazer votos.
Receita
tradicional
Parcela dos que concorrem acabam
eleitos porque vencem a batalha da autopromoção. Prevalece a ambição pessoal,
alimentada pela captação artificial de seguidores que se deixam encantar pelo
marketing.
Falta
instrução
No momento de elaborar, analisar ou
votar o orçamento, a maioria dos eleitos chama os técnicos. Avaliação do
endividamento e decisões sobre financiamentos também repassa a terceiros. Há
rapidez apenas na concessão de favores que garantem votos na eleição seguinte.
É um panorama que os dirigentes não mudarão. Cabe à opinião pública forçar. Inexiste
outro caminho.
Sem carona
Coligações
estarão proibidas nas eleições aos legislativos este ano. Por isso, partidos
menores temem perder representações nas câmaras municipais em função da
cláusula de barreira, que exige número mínimo de votos para obtenção de vagas.
Algumas siglas ainda tentarão tirar coelhos da cartolas.
Em busca de novos ares
Jovens
integrantes do PC do B querem a troca do nome, apesar da resistência da ala
tradicional. Sairia a identificação de Partido, como muitos outros já fizeram,
e passaria a se chamar Comuns.
Por que
não, se a China Comunista abraçou o capitalismo?
Zona nebulosa
A
Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul deveria coordenar
o levantamento da situação dos sistemas de Previdência mantidos pelas
prefeituras. Técnicos que conhecem o assunto consideram se tratar de uma
bomba-relógio, envolvendo inúmeras circunstâncias: 1) há muitas prefeituras que
não criaram fundos para o pagamento de aposentadorias futuras; 2) prefeitos não
cobraram dos funcionários para serem cordiais e garantirem apoios em campanhas
eleitorais; 3) os valores recolhidos foram insuficientes; 4) ocorreram
aplicações equivocadas dos recursos de fundos, que nunca mais retornarão.
Diferenças
Já foi
bem mais fácil para o presidente da República buscar apoio na Câmara. Em 1986,
o governo tinha como aliados 260 deputados federais do PMDB e 118 do PFL,
somando 378 votos. O total era de 487 parlamentares de 12 partidos.
Agora,
há 30 partidos e o governo conta com 56 deputados do PSL, divididos com a saída
do presidente Jair Bolsonaro. As aprovações de projetos se dão com base no
conteúdo e no convencimento.
Diagnóstico não mudou
Almir
Pazzianotto foi ministro do Trabalho, de 1985 a 1988. Em meio aos problemas da
gestão Sarney, fez alerta que serve até hoje: “Numa recessão sobrevivem as
empresas, sobrevive o governo mas não sobrevivem os empregos.”
Tarefa difícil
A
redução do déficit da Previdência Social depende do aumento do índice de
emprego no país.
Ficou só na promessa
Maílson
da Nóbrega, a 6 de janeiro de 1988, assumiu o Ministério da Fazenda. Sua
primeira declaração: “Daqui para frente não haverá nenhum milagre nem solução
heroica como congelamento de preços para solucionar a crise econômica. Vai
valer mesmo é o arroz com feijão.”
A
receita foi muito indigesta para a população. A inflação atingiu 980 por cento
naquele ano.
O Sul
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