Da Redação
Local é alvo mais recente do impasse
de 44 dias entre o governo do presidente Macron e sindicatos opostos às
mudanças no sistema de aposentadorias
PARIS —
Visitantes foram impedidos de entrar no Louvrenesta sexta-feira, após
grevistas que protestam contra a reforma da Previdência proposta pelo
presidente Emmanuel Macronbloquearem as entradas do museu mais visitado do
mundo.
O museu é
o alvo mais recente do impasse de 44 dias entre o governo de Macron e
sindicatos opostos aos seus planos. Nesta sexta-feira, muitos visitantes
planejavam prestigiar uma exposição especial de Leonardo da Vinci,
inaugurada em outubro por ocasião dos 500 anos da morte do artista italiano.
No dia
11 deste mês, o governo francês concordou em retirar
"provisoriamente" a parte mais controvertida da reforma
da Previdência, que previa aumentar em dois anos a idade mínima para a
concessão de aposentadoria integral, de 62 para 64 anos. Segundo o governo,
depois do recuo, "não há razão" para as greves que paralisam o país.
Parte dos sindicatos, no entanto, ainda considera distante o fim do impasse.
Nas
últimas semanas, o governo fez uma série de concessões a policiais e militares,
bem como para os pilotos e controladores de tráfego aéreo, permitindo que eles
continuem se aposentando mais cedo. A reforma do sistema previdenciário é um
dos projetos mais ambiciosos de Macron e inclui o fim dos 42 regimes especiais
atuais e o estabelecimento de um novo sistema de cálculo das aposentadorias,
único e por pontos.
Os
funcionários do Louvre se juntaram a outros funcionários públicosgrevistas do
setor cultural, que foram vaiados por alguns turistas frustrados na fila de
espera. Segundo o museu, os ingressos já comprados para esta sexta seriam
totalmente reembolsados.
Em torno
de 100 manifestantes impediram os visitantes de entrarem no museu, incluindo a famosa
pirâmide de vidro localizada no pátio central, onde exibiam cartazes e gritavam
palavras de ordem contra Macron.
— Fechar
o Louvre para impedir que turistas entrem é muito importante porque é museu
mais visitado do mundo — disse Christophe Benoit, funcionário do Ministério da
Cultura francês que participava do ato, ao New York Times.
Ele
reconheceu que alguns visitantes ficaram "muito bravos", mas afirmou
que "nós sentimos que não há outra maneira de fazer com que nossas vozes
sejam ouvidas".
Até o momento,
é incerto por quanto tempo os manifestantes, uma mistura de funcionários do
Louvre e de grevistas de outros setores, irão continuar bloqueando as entradas.
Funcionários do museu já haviam feito manifestações menores, como o fechamento
de algumas salas do museu, de acordo com Christian Galani, um dos manifestantes
desta sexta-feira.
— É a
primeira vez que fechamos completamente o museu, o que faz com que seja mais
visível — disse Galani, que trabalha como segurança noturno no Louvre.
Na
quinta-feira, dezenas de milhares de pessoas voltaram
às ruas da França para uma nova jornada de protestos contra a reforma
da Previdência proposta por Macron. Em Paris, em torno de 250 mil pessoas se
manifestaram pacificamente, segundo dados do sindicato CGT.
— É
irritante vir a Paris e encontrar o Louvre fechado, mas apoio o pessoal — disse
Elaine, uma turista brasileira, à agência Reuters.
O Globo Mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário