Flavio Pereira
“Passado a fase das análises emotivas, o que restou do
impeachment do prefeito de Caxias do Sul-RS, Daniel Guerra, foi
um fato preocupante: a facilidade como uma decisão política da maioria dos
vereadores — com os quais o prefeito negava negociar apoio –, baseada em mera
discordância de atos administrativos da rotina da prefeitura, interrompeu uma
gestão que não teve até o seu desfecho, qualquer acusação de corrupção. Um
precedente perigoso aconteceu em Caxias do Sul. Apenas por não simpatizarem com
o chefe do Executivo ou não encontrarem abertura para a “ocupação de espaços no
governo”, expressão politicamente correta para definir a troca de cargos por
apoio, a partir de agora vereadores podem destituir um prefeito.
“Decisão meramente política
Recordando. Daniel Guerra sofreu impeachment por estas
razões: negou o uso da Praça Dante Alighieri para realização da tradicional
Bênção dos Freis Capuchinhos. Fechou para reforma o Postão 24h sem consultar o
Conselho de Saúde e negou autorização para a Parada Livre do movimento LGBT no
Centro da cidade. Algum caso de corrupção ou mau uso de recursos públicos?
Nada. Daniel Guerra apenas não negociava apoios com os vereadores em troca de
cargos na prefeitura. Isso foi fatal.”
Comentário-MBF: que precedente perigoso. O povo elege, e
os políticos por não serem agraciados com benesses, demitem sem mais nem menos.
Isto tem que ser revisto.
Jornal O Sul
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