Reuters
Discussão entre
Democratas e Republicanos sobre acusações contra o presidente foi amarga e
marcou a divisão do Congresso e do país
Uma Câmara dos Deputados amargamente dividida nos Estados
Unidos mergulhou nesta quarta-feira (18) num duro debate de impeachment antes
da votação histórica sobre duas acusações contra o presidente Donald Trumpde abusar de seu
poder e obstruir o Congresso.
Veja a seguir alguns destaques das controvérsias entre
parlamentares democratas e republicanos antes da votação.
A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy
Pelosi, abriu seis horas de debate sobre o impeachment na Casa, controlada pelo
Partido Democrata, afirmando: "Hoje é uma lição cívica nacional, embora
uma triste lição."
"Eu abro o debate de maneira solene e triste sobre o
impeachment do presidente dos Estados Unidos. Se não agirmos agora, estaríamos
sendo negligentes em nosso dever", disse a líder democrata, chamando o
Congresso dos EUA de "guardiões da Constituição".
INEVITABILIDADE
O deputado Doug Collins, principal republicano no Comitê
Judiciário, disse que os democratas começaram a planejar o impeachment de Trump
antes mesmo de suas negociações com a Ucrânia, que formam o núcleo do caso de
impeachment, se tornarem públicas em setembro.
"Para os democratas, o que importa é política, não
fatos", afirmou Collins no plenário da Câmara.
NÃO SE PODE
ESPERAR
O presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold
Nadler, disse que o impeachment não é uma tentativa de derrubar a vitória de
Trump em 2016. Mas ele declarou que as ações de Trump ameaçam a integridade das
eleições de novembro de 2020.
"O Congresso não pode esperar até a próxima eleição
para tratar dessa conduta", disse ele.
Atualmente, existem 15 candidatos disputando a indicação
do Partido Democrata para enfrentar Trump em novembro de 2020. Cinco deles são
senadores dos EUA que atuarão como jurados no julgamento de impeachment.
PATRIOTAS DEVEM
PREVALECER
O deputado republicano Clay Higgins, que no ano passado
derrotou seis oponentes na Louisiana para ganhar um segundo mandato com o apoio
de Trump, alertou que "os Estados Unidos estão sendo gravemente feridos
por essa traição", referindo-se aos procedimentos de impeachment.
"Nunca entregaremos nossa nação a políticos de
carreira e burocratas. Nossa República precisa sobreviver a essa ameaça. Os
americanos patriotas precisam prevalecer", disse Higgins.
PERIGO CLARO E
PRESENTE
A deputada democrata Veronica Escobar disse que o
impeachment representa "uma grande tragédia e um momento de verdade"
para Trump.
"Testemunhamos o presidente dos Estados Unidos
abusar de seu cargo público para obter ganhos políticos pessoais e convidar
governos estrangeiros a interferir em nossas eleições", disse Escobar,
acrescentando que as evidências mostram que ele é um "perigo claro e
presente" para eleições justas e segurança nacional.
JULGAMENTO
ENGANOSO
O deputado republicano Barry Loudermilk disse que Jesus
foi tratado com mais justiça antes de sua crucificação do que os democratas
trataram Trump durante o processo de impeachment.
"Durante esse julgamento, Pôncio Pilatos concedeu
mais direitos a Jesus do que os democratas concederam a esse presidente nesse
processo", afirmou Loudermilk.
R7
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