quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Pobreza e Populismo — Produtos do Socialismo

Wagner Hertzog

Aonde quer que tenha sido implementado, o socialismo gerou um nível inenarrável de desgraças, sofreguidão e mortandade. Não obstante, é impressionante ver como essa ideologia ainda é difundida como se pudesse melhorar a vida das pessoas, ou possuísse a capacidade milagrosa de solucionar problemas. Seus adeptos estão sempre dispostos a negar enfaticamente, com ultrajante intransigência e fervorosa veemência, todos os horrores que o socialismo causou ao mundo. Para eles, o importante é continuar difundindo a ideologia, difamando o capitalismo com um discurso infantil e presunçoso, e exercer uma fé irracional no estado e no governo, confiando que estes algum dia resolverão todos os problemas da humanidade. E claro, igualmente importante é rotular como "inimigos imperalistas" todos aqueles que rejeitam o discursinho populista pré-fabricado, que culpa o inimigo externo por tudo, divide a população entre nós e eles, exalta políticos — indivíduos que nada produzem — como salvadores da humanidade e promove com brutalidade autoritária a estadolatria como a única crença a ser seguida. 

As pessoas que aceitam esse tipo de discurso, evidentemente, não apenas perderam completamente a capacidade de raciocinar por si próprias, como foram completa e sistematicamente doutrinadas. Não raro torna-se completamente impossível chamá-las de volta à razão. E não que esse pessoal não absorva conhecimento, eles leem livros. Mas leem os livros errados. Absorvem muito conhecimento teórico, e nada de conhecimento factual concreto. Leem livros de teoria, mas não de história. Leem livros sobre como eles acham que o socialismo deveria ser, mas não sobre como o socialismo realmente foi e é na prática. Por essa razão, tornam-se sonhadores idealistas, que rejeitam enfaticamente a realidade. 

Não importa aonde seja reproduzido, o discurso socialista é sempre o mesmo. O capitalismo é considerado um deplorável e atroz vilão, que deve ser suplantado a qualquer custo. Socialistas recusam-se a admitir como concretos os resultados do socialismo na prática, que resultaram em verdadeiras carnificinas por inanição. Afinal de contas, a escassez é o resultado inevitável de um sistema de economia planejada. 

Como o socialismo sempre dá errado, a produtividade e a economia em determinado ponto entram em colapso. Como resultado, o nível de miséria aumenta drasticamente (mas não para os autocratas que estão no poder, é claro). Invariavelmente, quando tudo começa a dar errado, os mandatários apontam outros problemas como as causas primárias do colapso que está prejudicando a sociedade. Evidentemente, eles jamais irão culpar o socialismo. Portanto, criam espantalhos e cortinas de fumaça, para tentar justificar todos os problemas que estão acontecendo. 

Na China de Mao, por exemplo, o ditador comunista mandou matar todos os pardais — mais especificamente o passáro conhecido como pardal-montês — porque o governo ditatorial colocou neste pobre bichinho a culpa pela qual a produção de alimentos não estava sendo suficiente. O pardal-montês come sementes, e o governo tentou culpá-lo pelo fato das colheitas não estarem sendo abundantes. É verdade que o pardal-montês come sementes, mas isso não ocorre a ponto de prejudicar plantações inteiras. A campanha para a erradicação do pardal-montês foi concomitante a campanha para o extermínio de ratos, moscas e mosquitos. Elas ficaram coletivamente conhecidas como A Campanha das Quatro Pestes. 

O resultado do extermínio dos pardais foi verdadeiramente catastrófico para os chineses, pois desequilibrou fatalmente todo o ecossistema. Posteriormente, as plantações passaram a ser devastadas por colossais nuvens de gafanhotos. Os pardais se alimentavam de gafanhotos, mas como foram quase extintos em decorrência da campanha promovida por Mao, os camponeses ficaram impossibilitados de conter esta praga, que passou a dilacerar plantações. Como resultado, a fome entre os chineses apenas aumentou.    

Um sistema de economia planejada não pode dar certo, porque os burocratas não tem como levar em consideração todas as variáveis de uma determinada atividade, quiçá de todas as atividades existentes no mercado. Apenas as pessoas envolvidas em uma determinada atividade tem conhecimento suficiente para alocar recursos de forma eficiente, e tomar decisões de maneira a maximizar a produtividade e reduzir os desperdícios. Para tanto, elas devem ter autonomia e independência para tomar decisões; não devem, jamais, ficar reféns de burocratas ou depender das deliberações do estado, que, via de regra, serão sempre arbitrárias e contraproducentes. 

Na China de Mao, culparam-se os pardais, na União Soviética de Stálin, culparam-se os cúlaques, na Venezuela de Nicolás Maduro, culpa-se o imperalismo. Dezenas de muitos outros exemplos poderiam ser citados. Nas ditaduras marxista-leninistas, criam-se bodes expiatórios para evitar apontar o verdadeiro culpado da tragédia, o socialismo. O catalisador de todas as catástrofes de que padecem as sociedades que tem o infortúnio de viver nestes regimes é o sistema de planejamento central da economia, que faz toda a produtividade do mercado entrar em colapso. 

A verdade é que não importa aonde venha a se manifestar, o socialismo sempre começa com populismo e sempre acaba em pobreza. Não importa aonde venha a criar raízes, o socialismo se transforma em uma abominável e deplorável doença, que consome, mata e destrói tudo o que está a sua frente.

Re-União

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