Jornal Nacional
Municípios, estados
e governo federal, juntos, têm 11,4 milhões de postos de trabalho. Aumento no
contingente de servidores está concentrado nos municípios
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
divulgou nesta sexta-feira (6) o resultado de um estudo que analisou dados dos
últimos 30 anos, e a conclusão é que o número de funcionários públicos no
Brasil mais que dobrou.
O cidadão, que paga impostos, quer serviços públicos de
qualidade. Mas reclamações vão de Norte a Sul do país. No Rio, a falta de
segurança tira o sono do carioca. Em Picos, no Piauí, faltam vagas na única
emergência da cidade.
Entre o cidadão e o funcionário que presta o serviço
estão os administradores: municípios, estados e governo federal que, juntos,
têm 11,4 milhões de postos de trabalho.
Nas últimas três décadas, o funcionalismo público no país
mais do que dobrou. O setor privado cresceu menos. Só em 2017 foram gastos
quase R$ 751 bilhões com funcionalismo público.
Como estão distribuídos esses servidores e onde houve o
maior aumento? A resposta chama a atenção. Apenas um em cada grupo de dez
funcionários está na esfera federal. O crescimento está concentrado nos
municípios, que têm seis entre dez servidores públicos do país.
Em 1986, as prefeituras tinham 1,7 milhão de servidores.
Em 2017, 6,5 milhões, um aumento de 276%.
“Esse é um mandamento constitucional, por exemplo,
universalizar acesso à saúde, acesso à educação, uma série de políticas de
assistência social, criação de novas políticas como políticas ambientais”,
disse Felix Lopes, pesquisador do Ipea.
O salário médio no setor público é de R$ 4.200. Houve
crescimento real de 23% em três décadas. No setor privado, esse valor até caiu
um pouco, de R$ 2.500 para R$ 2.400.
No Executivo estão as remunerações mais baixas; no
Legislativo, elas já dão um salto; e, no topo, estão os salários do Judiciário.
O levantamento do Ipea pesquisou as remunerações até o
teto constitucional, R$ 35 mil. Os extras e gratificações que formam os
supersalários não entraram.
“Eu acho que a gente precisa fazer avaliação e melhorar a
qualidade do gasto público para avaliar a necessidade de reduzir ou não a quantidade
de pessoal. A gente precisa gastar melhor, a gente precisa melhorar a
eficiência e a qualidade desse gasto público”, afirmou a pesquisadora da FGV
Ibre Vilma da Conceição Pinto.
O Globo
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