Maurício Mühlmann Erthal
O predomínio da esquerda nas faculdades de humanas se dá
fundamentalmente por pura incapacidade dos professores e alunos de
compreenderem teorias e pensadores mais complexos. A grande maioria não tem a
menor noção do que realmente pensaram ou disseram Hegel, Platão, Kant,
Nietzsche, Heidegger e tantos outros verdadeiros pensadores. Os alunos saem da
faculdade com o diploma na mão quase sempre tão vazios quanto entraram. Pior,
saem confusos.
Expostos a 100 pensadores diferentes, cada qual com 100
teorias diferentes, e também a 100 outros críticos e contestadores que
discordam ou até mesmo desprezam os 100 primeiros, só resta aos alunos sentir
uma profunda agonia e a total congestão do espírito. Semelhante a produção de
patê de foi gras, onde se entope um pato de comida até o seu fígado inchar ao
máximo por congestão forçada, o aluno impedido de uma correta digestão de
conteúdos profundos, seja por professores medíocres (a grande maioria), seja
por limites da inteligência do próprio aluno, sofre o mesmo processo. Aliás,
muitas vezes um professor seria mais útil se aconselhasse certos alunos a
experimentarem outros cursos.
Os alunos não "escolhem" o marxismo porque é a
teoria que melhor responde aos problemas políticos ou explica de forma mais
abrangente a realidade, mas porque, além de ser o que é mais oferecido, é o
único que a sua inteligência, ou falta dela, consegue captar. E pior, captam
errado, pois adotam apenas as partes que servem ao seu inconsciente guiado pelo
ódio, ressentimento e inferioridade. Aliás, quase todos sequer lêem os
principais teóricos apresentados, são simplesmente levados a 'acreditar' que
esses teóricos odeiam as mesmas coisas que eles e os adotam.
O infame Lênin escreveu um livro em que critica o
'esquerdismo', a que chama de "uma doença infantil do comunismo".
Lendo este livro vemos que o 'esquerdismo' que Lênin acusa ser mera
"doença infantil" ainda está muito acima do 'padrão' do 'esquerdismo'
brasileiro. Lênin aponta em seu livro os equívocos de quem ao menos estudou as
bases teóricas do movimento mas se equivocou, o que decididamente não é no caso
brasileiro.
Com isso não estou
supondo ser os 'esquerdismos' europeu ou americano, por exemplo, muito
superiores, de forma alguma. O que quero dizer, em princípio, é que o fenômeno
do 'esquerdismo' atual não é mais propriamente uma ameaça ideológica, com
teorias sérias, bem fundamentadas e bem embasadas, mas antes um fenômeno de
psicologia de massa, um fenômeno irracional. Por isso é tão difícil combatê-lo.
Suas teorias caducaram há décadas, inclusive as econômicas, mas ainda compõem
um vasto arsenal de mentiras usadas por mentes criminosas e mal-intecionadas
para manipular uma imensa massa de idiotas ressentidos.
A maior dificuldade em combatê-lo é o fato de não se
tratar mais de um fenômeno da razão, mas da "emoção". Nossa linguagem
política atual não faz mais referências a uma realidade externa na qual
poderíamos testar a validez das idéias, mas reportam-se apenas à sensação de
pertencimento a grupos pré-determinados que usam termos identificadores. Por
mais que alguém faça uso da construção de um raciocínio 'frio', lógico, claro e
embasado nos fatos, a simples identificação de termos contaminados por
sentimentos de ódio, por exemplo, impede e destrói toda a comunicação e apenas
reforça alguma "senha" de pertencimento a determinado grupo.
Após as três principais tentativas de se estruturar um
dos conceitos chave do marxismo, o de "luta de classes", sendo esses
o proletariado, estudantes e lumpemproletariado (séc XIX e metade do XX), o seu
modelo teórico esgotou-se completamente. O próprio fundamento teórico dos
chamados materialismo histórico e materialismo dialético, que embasaram o tal
"socialismo científico", podiam enganar alguns intelectuais
ignorantes do século XIX, quando da recente implantação do capitalismo
industrial, mas atualmente, em um século "quântico",
"atômico" e "digital" é impossível!
Tentar corrigir as "injustiças sociais" por
meio de uma revolução do proletariado seria impensável atualmente até mesmo
para o stalinista mais convicto e fanático, desde que possuidor de alguma
cultura, é claro. A tentativa recente, após a queda do muro de Berlim, de
deslocar o significado de "classe oprimida" para o planeta, criando
um apelativo "marxismo ecológico", pode até parecer para alguns uma
solução interessante, mas seduz apenas os idiotas (os que engoliram a farsa
Greta Thunberg, por ex.). E de que adiantaria reposicionar este conceito pela
quarta vez se agora todo o corpo teórico fundante que o circunscrevia já
desmoronou? Vemos inclusive que este 'falso conceito', capitalismo malvado
(masculino) versus Pacha Mama (feminino), já foi devidamente apropriado pelos
"globalistas", que inclusive há décadas cooptaram e controlam as
próprias esquerdas como armas para usá-las na implementação de um governo
mundial. E grande parte dos esquerdistas sequer percebe isso devido a sua
origem lumpemproletária desprovida de qualquer forma de inteligência e de ânimo
ressentido e rancoroso.
Este governo único é visto como uma boa solução
político-econômica por alguns grupos muito poderosos. Em tese responderia aos
desafios modernos da globalização praticada hoje em sua quase totalidade por um
'falso' capitalismo corporativo-financeiro (metacapitalismo) que precisa, para
se mover livremente, eliminar completamente a forma política e as resistências
dos Estados-nação, para isso sabotando tudo que os sustentam e lhe dão
significação como família, tradições, religiões, fronteiras, etnias, culturas,
etc.
(Não custa lembrar que globalização, a integração
comercial entre paises, se bem conduzida, é algo bom, mas que o
"globalismo" ou governo mundial, seria o maior e pior pesadelo de
toda a humanidade. Qualquer hora escreverei mais sobre isso).
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