Claudia Renata Mestieri
Maria,
Pedro, Ana e José, são brasileiros natos, vindos ao mundo respectivamente em
Porto Alegre ( Rio Grande do Sul), Salvador ( Bahia), Rio de Janeiro ( Rio de
janeiro) e Manaus ( Amazonas).
Todos
são descendentes de negros, mas pela alta miscigenação das populações
brasileiras, tem também em seu sangue antepassados índios, europeus e
asiáticos.
Maria é
clara como os europeus, filha de lavradores gaúchos. Pedro é negro, filho de
pescadores baianos. Ana, como boa carioca, tem um pouco de todos os povos, visíveis
em sua pele bronzeada, seus cachos alourados, mas com os olhos puxados...Sua
mãe é faxineira e trabalha duro também... José tem a pele clara dos
portugueses, os cabelos lisos e escuros dos índios e descende da negra mais
querida de Manaus: D. Luiza Quituteira.
Todos
são pobres, filhos de trabalhadores brasileiros com as mesmas necessidades,
projetos e sonhos. Todos querem ser médicos. Todos se qualificaram, mas há
apenas uma vaga: POR QUE Maria, Ana e José, que são tão pobres quanto Pedro,
tão afro-descendentes quanto Pedro, tão brasileiros quanto Pedro, terão que
ceder seus sonhos para Pedro, exclusivamente pela maior quantidade de melanina
que este tem em sua pele?
Não
podemos retirar dos jovens brasileiros a sensação de igualdade, a noção de
mérito e principalmente a certeza de que a cor da pele em nada traduz a
essência do ser humano. E nem seus méritos...
Facebook – 14/NOV/13.
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