segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dilma afunda mais depressa se Lula virar ministro

Jorge Serrão 

Agora, vamos tratar de coisa séria! A quem pertence o mandado do Presidente da República? Ao mandatário escolhido pelo povo? Ou ao povo que o elege? No Brasil, de presidencialismo imperial, com abusivos poderes estatais capimunistas, a resposta é sempre a errada. Os eleitos sempre acham que estão acima do cidadão. No entanto, no correto raciocínio constitucional, a partir do Poder Instituinte, que deveria definir as regras do jogo democrático (a segurança do Direito), o povo é o dono do mandato presidencial.

Nossos Presidentes não pensam corretamente. Nossa Presidenta exagera na dose. Batendo recordes de impopularidade, porque demonstra ser incapaz de conduzir a coisa pública com competência, seriedade e honestidade objetiva, Dilma perdeu a legitimidade para continuar no poder. Assim, na democradura tupiniquim, um sistema que tem apenas cacoetes pretensamente democráticos, no qual o Estado interfere exageradamente na vida dos cidadãos e na atividade econômica, somos obrigados a assistir a patética cena de uma mandatária vociferando que aguenta pressão, que não vai cair, nem renunciar, embora tenha perdido a governabilidade.

Os políticos fingem não constatar que a principal crise brasileira é estrutural. Ela é a mãe das outras crises: política, econômica e moral. Por isso, não basta discutir se é preciso tirar Dilma do poder, por qualquer modo que seja: impeachment, anulação eleitoral, renúncia forçada ou algum golpismo. A meta real deveria ser uma intervenção constitucional, com prazo determinado, para mudar a estrutura estatal tupiniquim, a fim de que o Estado sirva à sociedade - e não mais se sirva dela. É o único jeito de fazer do Brasil um lugar decente, honesto, justo, democrático e produtivo.

O Alerta Total assina embaixo o que escreveu um dos defensores da Intervenção Constitucional, o jurista Antônio Ribas Paiva: "Temos que optar pelo melhor para a Nação e o Brasil. Não pelo conveniente ou menos traumático. Isto seria manter o regime do crime organizado. Como ocorre desde que o General Leônidas empossou, ilegitimamente, seu amigo José Sarney na Presidência da República. Da ilegitimidade não decorre nada legítimo. A única saída verdadeira seria uma Intervenção Constitucional, com o povo exercendo seu Poder Instituinte".

A tal da Nova República, que já nasceu caduca e ilegítima, esgota-se (no sentido conotativo ou detonativo do verbo). O Brasil necessita de profundas mudanças estruturais. Elas são necessárias e urgentes não só para nós. Trata-se de uma demanda mundial. A implantação de uma democracia saudável brasileira é crucial para o equilíbrio político e econômico do planeta. O agravamento de uma crise, que cause desestruturação do País, não interessa aos poderes globalitários. Uma ruptura institucional, perto da qual estamos, tem consequências danosas e imprevisíveis, gerando desequilíbrios complicadíssimos que ameaçam a segurança e a paz na Terra.  

O panelaço da semana passada tirou Dilma de órbita. A pesquisa sobre sua impopularidade feriu de morte a autoestima dela. Apesar disto, a Presidenta não se emenda. Nem os demais políticos. Todos preferem viver em outra realidade. Por isso, não conseguem soluções para nenhuma crise. Aliás, nem querem resolver nada. Tirando alguma tensão, em função do medo de uma investigação redundar em prisão, todos permanecem na mesma zona - de conforto. Claro, mamando na teta do Estado Capimunista, que leva a sociedade à falência, mas não quebra.

Os banqueiros não deixam. A gastança continua. Os juros sustentam a farra. Ajudam a rolar a impagável dívida pública. O cidadão paga a conta, com mais impostos, taxas, contribuições e usura. A diferença, agora, é que os otários reclamam. Marcamos até um evento no dia 16 de agosto. Até porque manifestação, no Brasil do Carnaval, precisa ser, acima de tudo, uma grande festa. Alguns políticos até vão se preocupar com a gritaria festiva das ruas. Na visão deles, pode reclamar à vontade. Desde que se derrube a Dilma, mas nenhuma mudança radical, estrutural, aconteça...

As crises brasileiras estão longe de solução, embora tudo possa se resolver rapidamente, desde que rompamos com o modelito capimunista-rentista. É possível fazer isto. O problema é que a maioria ainda não tem clareza de que é preciso, antes e acima de tudo, ter vontade de romper com o passado, arrumar o presente e planejar um futuro viável, com juro baixo, muito trabalho produtivo, ensino de qualidade e investimento na base familiar, para formar cidadãos de verdade.

A Elite Moral acordou. Só falta definir a que horas vai sair da cama para trabalhar de verdade. Parar de especular é difícil. Fácil é organizar uma festança como a de domingo que vem. Dilma está convidada a sair. Mas ela não é a causa. É mais uma consequência do modelo equivocado de Nação, com abusos cometidos pelo poder central e sua máquina pública que rasga dinheiro.

Se o Brasil não implantar um sistema federalista de verdade, vai acabar dividido. As diferentes crises estão criando as pré-condições de violência e desprezo democrático para a eclosão de uma guerra civil por aqui. Os militares percebem o fenômeno com apreensão. No entanto, como o tenentismo foi derrotado na guerra ideológica pós-64, as Legiões não vão partir para nenhum tipo de intervenção. A não ser que sejam forçadas a agir, não só por clamor da sociedade, mas porque as crises vão tirar os oficiais da aparente zona de conforto - que tem nada de confortável.

Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

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Comentário do blog: não adianta apenas tirar a Dilma e colocar o Temer ou o Aécio. A diferença entre eles é que a turma do PT, além de completamente incompetente e despreparada para administrar a Empresa Brasil, ainda carrega o ranço ideológico de uma proposta falida, que está sendo abandonada até pela Coreia do Norte.
No mais, todos eles, desde 1889, pensam apenas em si. Objetivo número HUM: a chave do cofre.

Nossa Corte, composta pelo funcionalismo público (nossa aristocracia) sustentado desde D.João VI pelos impostos extorquidos da população; pela burguesia preguiçosa (ex-escravagistas); e por último pelo sindicalismo pelego (bolivarianos ???), se mantém incólume não obstante o golpe de 1889. À isso dou o nome de Monarquia Republicana.

Precisamos de uma vez por todas proclamar uma República Democrática, onde as regras sejam impostas de baixo para cima (A única saída verdadeira seria uma Intervenção Constitucional, com o povo exercendo seu Poder Instituinte" - jurista Antônio Ribas Paiva)
e não de cima para baixo como tem sido até hoje, e que mantém os privilégios e a impunidade do andar de cima.




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