Redação
Em reunião entre ministros das Relações Exteriores do
Brics, bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, destacou que o foco do país na
presidência pro tempore do bloco, função que exerce este ano, será a inovação,
economia digital e combate a crimes internacionais, como lavagem de
dinheiro e tráfico de drogas.
“Cresceu muito essa agenda que a presidência brasileira
está conduzindo. São áreas onde nós estamos chegando a projetos completos. No
caso da inovação, por exemplo, pretendemos inaugurar na Cúpula do Brics, em
novembro, lançar oficialmente o IBrics, o sistema de inovação do Brics. Houve
muita convergência em torno do tema do combate ao terrorismo, é uma prioridade
para os cinco países”, disse o ministro brasileiro.
Participaram do encontro o ministro dos Negócios
Estrangeiros da Federação da Rússia, Sergey Lavrov, das Relações Exteriores da
China, Wang Yi, de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul,
Naledi Pandor, e o vice-ministro dos Transportes Rodoviários da República da
Índia, Vijay Kumar Singh.
Araújo destacou também que os cinco países ressaltaram a
importância das conversas multilaterais.
Venezuela
De acordo com o chanceler brasileiro, a principal questão
de relações internacionais enfrentada pelo Brasil atualmente na região é a
situação da Venezuela. Segundo ele, o tema foi debatido durante a reunião e o
Brasil reiterou o apoio ao presidente interino autoproclamado do país, Juan
Guaidó.
“Nós fizemos esse apelo de que ouçam o anseio do povo
venezuelano por liberdade e por democracia, algo que para o Brasil é
extremamente próximo e dramático. Nós consideramos que a solução deve ser
centrada no governo que nós consideramos legítimo, que é o governo do Juan
Guaidó. A solução seria basicamente uma transição democrática seguida de
eleições.”
Na reunião, o ministro russo Sergei Lavrov destacou que o
tema deve ser decidido exclusivamente pelo povo venezuelano, por uma questão de
soberania. Os representantes dos outros países não mencionaram publicamente a
situação da Venezuela, mas destacaram a necessidade de que o bloco incentive os
diálogos multilaterais na busca de soluções pacíficas.
A ministra da África do Sul, Naledi Pandor destacou que é
preciso criticar ações unilaterais arbitrárias dos países na promoção de
conflitos armados e assegurar os preceitos da carta das Nações Unidas. “Quando
saem as armas, entram os investimentos”, afirmou.
Para o ministro chinês, Wang Yi, é preciso respeitar a
soberania dos países e potencializar os diálogos multilaterais no sistema ONU.
“Temos que suportar os princípios da ONU e celebrar juntos os 50 anos das
Nações Unidas. Ser contra o uso arbitrário da força e respeitar a soberania dos
países envolvidos. Nos opomos a sanções internacionais”.
O representante da Índia, Vijay Singh, pontuou que as
decisões do Brics podem criar impactos globais no sentido de alavancar a
paz e a segurança mundial.
Na parte da tarde, os ministros fazem reuniões
bilaterais, sem previsão de novas conversas com a imprensa.(ABr)
Diário do Poder
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