terça-feira, 9 de outubro de 2018

Dólar despenca mais de 3% e Bolsa sobe 6% com euforia do mercado após primeiro turno

HELOÍSA MENDONÇA

Vantagem de Jair Bolsonaro em relação ao petista Fernando Haddad anima investidores que torcem por candidato mais reformista

resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil deixa o mercado financeiro eufórico na manhã desta segunda-feira. O dólar comercial opera em queda de 3,76% em relação ao real, negociado a 3,716 reais. É a menor cotação da moeda norte-americana desde agosto. Às 10h30, o Ibovespa, principal índice de ações do Brasil, avançava 5,46%, a 87.291 pontos, após bater 6%. As ações de estatais, como a Petrobras, e bancos sustentam a forte alta.

A grande vantagem do candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), que obteve 46% dos votos contra 29% de Fernando Haddad (PT), anima os investidores que torcem por um candidato mais reformista para ocupar o Palácio do Planalto. Segundo a consultoria política Eurasia, a chance de vitória do candidato de extrema direita é de 75%.

"O otimismo se apoia também na perspectiva que o candidato terá apoio de uma robusta bancada na Câmara e Senado para encaminhar suas propostas", diz o economista André Perfeito, da corretora Spinelli. O PSL formou uma forte bancada, de 52 deputados, a segundo maior (menor apenas que a do PT).

Parte da preferência do mercado financeiro por Bolsonaro também é explicada pela escolha de um coordenador economista liberal: o economista Paulo Guedes. Em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta segunda, o candidato do PSL afirmou que a ideia é estar ao lado dele. "Tenho conversado com a equipe economia: eu dou os ingredientes, quem faz o bolo são eles. Entender de economia no Brasil não é fácil", disse.

A atenção do mercado ao longo do mês de outubro estará voltada para o segundo turno das eleições na avaliação da XP Investimentos. "Com a vitória de Bolsonaro, acreditamos que o Ibovespa possa ganhar força, impulsionado por uma percepção de risco menor e uma potencial revisão positiva de resultados nos próximos anos", diz o relatório da empresa de investimento.

EL PAÍS

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