Francesco
Canepa
O Banco Central Europeu não vai ajudar a Itália se seu governo ou
setor bancário ficar sem dinheiro, a menos que o país garanta um resgate da
União Europeia, disseram à Reuters cinco fontes familiares com o pensamento do
BCE.
Os custos de financiamento da Itália deram um salto no mercado
financeiro desde que seu novo governo divulgou planos de elevar o déficit
orçamentário no fim do mês passado, desafiando regras da UE e trazendo de volta
preocupações sobre sua imensa dívida pública.
As fontes, presentes em uma cúpula econômica na Indonésia, disseram
que a Itália ainda pode evitar uma crise da dívida se seu governo mudar de
rumo, mas não poder contar com o banco central para acalmar investidores ou
capitalizar seus bancos.
Isso acontece porque as regras da UE não permitem que o BCE ajude um
país a menos que já esteja firmado um "programa" de resgate - o
jargão político para um resgate em troca de reformas econômicas dolorosas de
austeridade, uma opção que o governo italiano rejeitou de forma veemente.
Qualquer tentativa de contornar essas regras prejudicaria a
credibilidade do BCE de forma irreversível, além de minar a aceitação de uma
união monetária em países credores, como a Alemanha, disseram as fontes.
"É um caso teste para mostrar que a Europa e o seu mecanismo
funcionam", disse uma das fontes presente ao encontro anual do Fundo
Monetário Internacional no resort indonésio de Nusa Dua.
Se a Italia garantir um plano de resgate, o BCE poderia então comprar
seus títulos no mercado via transações monetárias (Outright Monetary
Transactions), uma ferramenta de política não usada até o momento e divulgada
em 2012 para afastar especulações sobre uma quebra do euro.
Um porta-voz do BCE preferiu não comentar.
Reuters
- Terra
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