Martim
Berto Fuchs
Imposto, porque nossos políticos não farão reforma alguma.
Salvo que sejam “muito bem gratificados”, e mesmo assim, as sinecuras com que
se locupletam atualmente permanecerão, ostensivas, ou camufladas.
Todos que já leram meus artigos e comentários sabem que sou
contra a existência de partidos políticos no sistema eleitoral. Não os
considero necessários para que se exerça o processo democrático do sufrágio
universal. Indispensável, numa
democracia, é o sufrágio universal, mas não obrigatoriamente que a
representação seja exercida por eles. Isto é dogma, além de que a prática no
Brasil mostrou e demonstrou que é um sistema que tem nos mantido no
subdesenvolvimento, mas já com 3 trilhões de reais em dívidas. E pior, à uma taxa criminosa de 14,25% a.a.. Alemanha juro ZERO.
Vejamos, temos partidos políticos desde o Império. À cada
grande encrenca, eles são extintos e novos são formados, e as mesmas pessoas que mandavam antes, se reacomodam e continuam mandando. Mudam alguns textos nos
ditos programas, tornando-os mais atuais, e incluem assuntos que estão momentaneamente
na moda.
Esses modismos às vezes permitem até a criação de um novo
partido, não obstante já fazerem parte de outros programas partidários. O papel
aceita tudo.
Interessante notar, que alguns desses novos partidos
preocupam-se por criar programas onde o tema anti-corrupção seja destaque, como
se no decorrer do tempo, com novos filiados sendo caçados nos diversos
municípios brasileiros - se quiserem ganhar eleições, filiando aqueles
que já detém alguma liderança -, fosse possível isolar os que tem a
corrupção no DNA. Quando um corrupto é
eleito, só mesmo o STF para tirá-lo, e olhe lá. Não é fácil. Temos
exemplos bem recentes.
Mas, admitamos em nossa República Representativa – pouco
democrática -, que a representação continue sendo exercida através de partidos.
A maior parte dos defensores da existência deles concorda com um ponto: que
sejam poucos.
Assim sendo, começaríamos pelo óbvio. São três correntes
básicas: direita, centro e esquerda. Poderíamos aumentar para 5 ou até sete
partidos, à saber:
Com 3 partidos
Esquerda
|
Centro
|
Direita
|
Com 5 partidos
Esquerda
|
Centro Esquerda
|
Centro
|
Centro
Direita
|
Direita
|
Com 7 partidos
Extrema
Esquerda
|
Esquerda
|
Centro Esquerda
|
Centro
|
Centro
Direita
|
Direita
|
Extrema Direita
|
Não sei
quem escreveria os programas dentro de uma proposta dessas, mas teríamos como
certo que a extrema
esquerda seria totalmente socialista: tudo na mão do Estado, sem
propriedade privada, e partido único.
Já na outra ponta, extrema direita, nada na mão do
Estado, tudo na mão da iniciativa privada, e a governança determinada por uma
junta de notáveis, pois só os bem preparados, de acordo com a crença deles,
podem e devem assumir o governo.
Seja como for, nenhum desses 3, 5 ou
7 partidos conseguirá maioria absoluta no primeiro turno, se assim for disposto
a escolha do chefe do executivo. Ou então, como era antes, ganha o candidato do
partido que conseguir o maior número de votos, em um só turno.
Seguir-se-ia toda uma legislação
eleitoral, que também não sei quem definiria, pois cada brasileiro é um técnico
e tem suas próprias convicções, dependendo até onde já participou, estudou ou pelo menos leu
sobre a história política e econômica para formar suas crenças no que para ele
é certo ou errado.
Seja como for, os desacertos nos
Congressos, seja o nacional, os estaduais ou municipais, continuariam. Até hoje
esse processo político, representação pelos partidos, desde o Império, exigiu a
compra de votos. Por que isto mudaria, sejam 3, 5 ou 7 partidos, se este é um
problema cultural ? E há como impedir que os eventuais “donos” dos partidos
sejam justamente os mais “hábeis em negociações” ? Ou, que exercitem melhor o
“é dando que se recebe” ?
Defendo há muitos anos o sufrágio
universal, democracia, mas sem a intermediação de partidos políticos; mesmo
porque, falar em partidos ideológicos no Brasil é um tanto desconexo com a
realidade que sempre nos cercou.
Por exemplo: os partidos liberais,
se bem me lembro, do último que se tem notícia, o PL, o então dono do mesmo,
Álvaro Valle, vendeu. De tanta corrupção, por muito pouco ter a ver com a
filosofia liberal, os compradores mudaram o nome; aliás, uma prática constante
quando se trata de política. Por exemplo, cada vez que um Ministério está na
mira da Justiça – só na mira, pois não acontece nada -, ele tem seu nome
alterado, o que no Brasil é chamado de reforma.
Os partidos de esquerda, desde que a
URSS começou seu trabalho de doutrinação na América do Sul, já tiveram muitos
nomes e muitos donos. Hoje temos alguns que se mantém na vitrine, graças ao
fato de serem penduricalhos de outros que conseguem se sobressair. Vida
própria, salvo em uma ou outra grande cidade, não tem, e se não se apoiarem em outros,
simplesmente desaparecem.
Mas custam caro, todos eles, muito caro, não só pelo custo mensal ou anual, Fundo Partidário por exemplo, mas pelo estrago que sempre causaram e continuam causando ao país, seja nas suas finanças ou na sua cultura.
Mas custam caro, todos eles, muito caro, não só pelo custo mensal ou anual, Fundo Partidário por exemplo, mas pelo estrago que sempre causaram e continuam causando ao país, seja nas suas finanças ou na sua cultura.
Também um sistema político,
representativo, democrático, sem a
participação de partidos políticos, para ser implementado, só se for imposto.
Volto ao assunto em outro artigo.
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