terça-feira, 6 de setembro de 2016

Nós temos um problema

Martim Berto Fuchs

Um Estado inchado e injusto com a sociedade. Não é recorrência, pois ele poderia não ser tão grande e mesmo assim as Leis que o fazem funcionar serem injustas.

Reinventá-lo não é tarefa fácil. De um lado os socialistas querem aumentá-lo para nele empregar todos seus filiados e apoiadores. Como pagar a conta ? Não lhes interessa.
De outro, os empresários ditos liberais – principalmente aqueles que participam da Corte -, querem mantê-lo assim como está, apenas cuidando para que a contabilidade não entre no vermelho, como acontece toda vez que os socialistas, ou, os nacionalistas ditos desenvolvimentistas, conseguem a chave do cofre, ou dela se aproximam.

As injustiças são muitas. Começaram no Império e de lá para cá só fazem aumentar. Nossas elites, que se apropriaram do Estado, sempre mantiveram a sociedade dividida em duas classes sociais, tanto quando na ativa como depois de aposentados:

Brasileiros de 1ª classe: as pessoas que estão empregadas no setor público.
Brasileiros de 2ª classe: as pessoas que trabalham na iniciativa privada.

1.Enquanto na ativa, os da 1ª classe ganham até 4 vezes mais que os da 2ª classe, ocupando os mesmos cargos, sem contar que os privilegiados da 1ª classe ainda tem o emprego garantido, independente de trabalharem ou não, e das crises que eles geram.
2.Quando aposentados, a diferença aumenta, pois enquanto os da 1ª classe mantém os mesmos salários, os da 2ª classe tem seus salários mais limitados ainda.

Seja Presidente desta pocilga o Michel Temer, o Luíz Inácio, o Serra, o Aécio, o Alckmin, a Marina – me recuso citar a incompetente e desonesta há  pouco defenestrada, ou qualquer outro(a), NENHUM deles ousará mexer nesta centenária injustiça: os membros da nossa Corte, os 3 grupos que a compõe, simplesmente não querem; portanto, não permitirão e ponto final.

Logo, o Brasil não mudará, será novamente remendado, um tapa buracos apenas para não afundar. Vão tirar alguns direitos justamente de quem está pagando a conta com seu trabalho, e manter as duas classes assim como estão: uma usufrui e a outra paga. O resto é lero.

Enquanto isto, a cultura que vigora no Brasil entre os jovens e também nos não tão jovens, é a de procurar emprego nos anúncios de concurso público. Não importa muito para qual cargo, desde que tenha a garantia de emprego para o resto da vida, mesmo que sem trabalho (melhor ainda), uma ótima aposentadoria, e ... o resto que se expluda.

Queremos mesmo mudar este estado de coisas ? Honestamente ? Então vamos debater um novo Contrato Social, partindo de um nova premissa. Sair da Monarquia Republicana ou República Monárquica e ingressar numa República Democrática, onde a palavra democracia (Poder do Povo) seja levada a sério e não grosseiramente falsificada.

Capitalismo Social é uma proposta nova, com começo, meio e fim. Qual a outra ?
o – o

A coluna do Cláudio Humberto – Diário do Poder - nos traz um exemplo, apenas um dos milhares que podemos encontrar nos jornais, colunas e sites diários, mostrando onde estão os problemas, sempre contornados, jamais enfrentados:

Demissões voluntárias na Petrobras não chegam
A Petrobras acha que atingiu a meta, com 11,7 mil adesões ao plano de demissão voluntária, investindo R$ 4 bilhões para economizar R$ 30 bilhões até 2020. Não basta, nem contando 30 mil terceirizados já demitidos. E o pior é que nada indica que os inscritos manterão a intenção de aderir. A Petrobras ainda pagará salários a 303.000 efetivos e terceirizados, número maior que os 262.000 empregados das gigantes e rivais Shell, Exxon e a British Petroleum (BP) somadas.

Lucro é diferença
A Exxon emprega 83.500 pessoas em mais de cem países, e registrou lucro de US$ 32,5 bilhões em 2014, contra US$ 1 bilhão da Petrobras.

Triste comparação
A petroleira Royal Dutch Shell paga salários a 94.000 funcionários nos 90 países onde opera, e lucrou US$ 14 bilhões também em 2014.

Postos de gasolina
A Petrobras opera 7.000 postos no Brasil e em meia dúzia de países. A Royal Dutch Shell soma 44 mil postos mundo afora.



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