Martim Berto Fuchs
Em 16
p.p. reproduzi
artigo do Jornal O Tempo, mostrando como é falho o argumento de que
necessitamos de partidos políticos para abrigar as diversas “ideologias” que
transitam em nosso carcomido universo político.
Dia 18 p.p. o
jornal O Globo, em trabalho digno de época de olimpíada, mostra a esbórnia que
é nossa política; de que os partidos nada tem a ver com ideologias e sim com a corrida à chave
do cofre. Para isso vale tudo. Ideologia é ideologia, mas negócios são à parte,
e a política brasileira é um negócio
como qualquer outro, onde se procura enriquecer às custas do dinheiro
extorquido da população.
Detalhe: se faltar dinheiro para sustentar o empreguismo (roubo), o assalto direto e o desperdício, aumenta-se a taxa dos impostos atuais, ou criam-se novos. Simples assim, pois a sociedade sempre aceitou e continua aceitando.
Fábio Vasconcelos
“RIO — O rompimento da
aliança entre PMDB e PT no plano federal, após o processo de impeachment, está
bem distante do que vem acontecendo na disputa municipal. O PT é hoje o partido
que mais participa das coligações lideradas por candidatos a prefeito do PMDB.
O dado reflete o peso das questões locais no processo de decisão das lideranças
políticas. Mas nessa constelação de alianças que, muitas vezes, envolve quase
todos os partidos, existem também alguns padrões. Por ter lançado o maior
número de candidatos e ter buscado uma maior variabilidade nas suas alianças, o
PMDB é o centro em torno do qual convergem todas as demais legendas.
A história das
alianças dos partidos para a disputa pelas prefeituras está representada no
gráfico de rede ao lado que, na versão web, explora os dados de forma
interativa. A partir de um software de análise de rede, o Núcleo de Dados do
GLOBO calculou a força das legendas na mobilização de parceiros e produziu a
rede das coligações. Os resultados revelam que o PT está presente em quase 30%
das coligações que apoiam candidatos do PMDB. Em valores absolutos (648), é a
maior participação de uma legenda no apoio a um candidato que encabeça uma
coligação no país. Proporcionalmente, contudo, o apoio do DEM aos candidatos do
PSDB é o mais alto registrado entre as dez principais associações. O DEM está
presente em 36% das alianças em torno dos tucanos.
A FORTE RELAÇÃO DO DEM COM O PSDB
A FORTE RELAÇÃO DO DEM COM O PSDB
O gráfico de rede aponta uma outra característica do nosso
sistema partidário na disputa municipal. Com exceção de PCO, Novo, PSTU e PCB,
todos os demais partidos apresentam algum grau de relação entre si. Cada
círculo no gráfico representa os candidatos do partido que lideram as coligações;
as conexões, por sua vez, indicam quais legendas são suas aliadas. Quanto maior
o círculo, maior as conexões do partido nas disputas.
A emaranhada e complexa rede de apoios demonstra, portanto, que adversários em um município podem ser fortes aliados em uma cidade vizinha. A intensidade dessas relações partidárias aparece em outro dado: a espessura das linhas do gráfico. Quanto mais grossa, mais os partidos apoiam o candidato do seu parceiro político. Além do PT, destaca-se o apoio do DEM aos candidatos do PMDB. Em quase 27% das coligações que apoiam o PMDB, há a presença do DEM. A parceria entre os dois partidos indica a nova proximidade no plano federal. É o caso também dos candidatos do PT e do PCdoB. Em aproximadamente 37% das alianças de apoio aos candidatos do Partido dos Trabalhadores há a presença do PCdoB, seguido do PDT, dois parceiros políticos tradicionais do PT.
A profusão de coligações — são mais de 13 mil em todo o país — mostra algo esperado na disputa política. Os partidos buscam ampliar o seu arco de alianças para aumentar as chances de vencer, reduzindo o espaço dos adversários. Mas nessa lógica em que pesam mais aspectos locais, com parcerias até então pouco comuns nacionalmente, há de tudo um pouco, inclusive mega-alianças. A maior coligação foi registrada na cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais. Nada menos do que 24 partidos apoiam a candidatura de Andre Luiz Coelho Merlo, do PSDB. Os três outros candidatos — do PEN, PRB e PT — concorrem sozinhos.”
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