terça-feira, 27 de setembro de 2016

Não tem perigo de melhorar

Martim Berto Fuchs

Qualquer órgão público que for examinado, qualquer um, tem excesso de pessoal. Sem falar na quantidade de órgãos criados apenas para acomodar apaniguados, pois outra serventia não tem. Aliás, tem sim: aporrinhar a paciência do cidadão com “burrocracia”. Como eles não tem o que fazer, inventam papéis para que preenchamos e paguemos taxas.

Dias 22 e 24 p.p. comentei sobre os dados do INPI, mas não coloquei valores. Como a Folha de São Paulo fez uma reportagem sobre o custo do serviço de comunicação da Câmara e do Senado, resolvi fazer as comparações.

INPI-Instituto Nacional de Propriedade Industrial : 1.026 pessoas

Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil  = R$ 134.203.896,20
Aposent. RPPS, Res. Remuner. e Ref. Militar   = R$ 47.055.402,10
Obrigações Patronais  = R$ 26.028.474,32
Demais Elementos do Grupo  =  R$ 10.431.441,62
Soma  = R$ 217.719.214,24 em 2014.

Pessoal na atividade fim  =  200 trabalhadores.
Pessoal “administrativo” =  826, sendo que não precisaria mais de, vamos exagerar, 100 pessoas para este mister.
Cálculo simples: 726 podiam ser dispensados, sem que ninguém notasse sua falta.
O único que iria sentir a diferença seria nosso bolso.

Importante: se houvesse seriedade no setor público - que não há -, com o mesmo valor consumido hoje, onde demoram até 11 anos para atender um pedido de análise de patente, o INPI poderia atender seus clientes no prazo máximo de HUM ano e não 11.


RANIER BRAGON
DÉBORA ÁLVARES
Folha de São Paulo - Brasília

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reúnem um contingente de 1.212 funcionários em suas estruturas de comunicação, segundo levantamento feito pela Folha.
Capitaneados pela TV Câmara e pela TV Senado, que registram baixos índices de audiência, os órgãos custarão pelo menos:

R$ 103 milhões neste ano,
excluídos os gastos com a folha de pessoal daqueles que são concursados e comissionados.
O pelotão de mais de 1.200 servidores é composto de jornalistas, produtores, editores, cinegrafistas, fotógrafos, auxiliares, técnicos de TV e rádio e outros vinculados à atividade de comunicação.
E está dividido em duas "classes", a dos concursados e comissionados, cujos salários vão de R$ 14,3 mil a R$ 27,4 mil, e a dos terceirizados, com contracheques de R$ 1.300 a R$ 10,8 mil.

A Secom do Senado, Casa com 81 parlamentares, é a mais robusta, com 662 funcionários. A estrutura é formada pela TV Senado, Rádio Senado, "Jornal do Senado" (impresso) e Portal do Senado, além de outros órgãos ligados à comunicação institucional, como relações públicas e canais de relacionamento com o público.
A Câmara, composta por 513 deputados, tem 550 trabalhadores, que se dividem na TV Câmara, Rádio Câmara, Portal da Câmara e outros órgãos de comunicação.
Na Casa, 88 funcionários exercem funções típicas de jornalistas. Há outros 81 com formação superior em comunicação social em atividades diversas. O Senado não informou o total de jornalistas.

Apesar dos números do quadro, a programação inclui pessoas de fora. O Senado, por exemplo, pagou mais de R$ 95 mil à escritora Margarida de Aguiar Patriota pela produção e apresentação na Rádio Senado do programa "Autores e Livros".

ALCANCE
Recentemente, o jornal norte-americano "The New York Times", um dos mais prestigiados do mundo, informou ter 1.300 pessoas em toda sua operação jornalística.

Já a TV Globo, que pertence ao maior grupo de comunicação do Brasil, diz ter 700 equipes de jornalismo em 123 emissoras pelo país.
A Globo aparece em primeiro no ranking dos canais de TV aberta e paga com maior audiência, conforme aferido pela Kantar Ibope Media em abril de 2016 –16,3 pontos (cada ponto representa cerca de 240 mil domicílios nas 15 principais regiões metropolitanas).

Apesar de o mês ter sido o da autorização pelos deputados da abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, a TV Câmara ficou na posição 49 do ranking (0,07 ponto).
A TV Senado, na 57a posição (0,05 ponto).

Não há informação pública sobre a audiência das rádios do Poder Legislativo. Câmara e Senado dizem não ter contrato de aferição de audiência. Já o jornal impresso do Senado tem tiragem diária de 5.500 exemplares, distribuídos gratuitamente em Brasília. A Câmara extinguiu seu jornal impresso em abril.

O domínio "leg.br", que inclui os portais da Câmara e do Senado, está na 195ª posição entre os sites mais visitados do Brasil de acordo com estimativa da Alexa, serviço métrico de audiência na web.”

O que a Folha não comentou, foi que esse pessoal pediu para o presidente do senado para ser dispensada do ponto. Estão certo eles, pois não tem nada para fazer. Para que ir até lá ? Basta ir no dia 30 buscar o salário.

Michel Temer e sua equipe vão novamente atacar o bolso da iniciativa privada. Já somos 12 milhões de desempregados, mas eles simplesmente não tem coragem de demitir os milhões de inúteis, de parasitas, que povoam as folhas de pagamento do setor público, nos Três Poderes e nos três níveis.

Um dos motivos é justamente que toda grande família desses políticos que devem tomar as decisões, estão entre os inúteis, entre os parasitas.
E lá se vai pelo menos 25% de toda arrecadação pública, só para pagar o salário de pessoas completamente dispensáveis.

Duzentos milhões por ano para um órgão que não funciona, mais cem milhões para outro que poderia ser dispensado quase em sua totalidade, pois ninguém olha o que eles não fazem, e lá vai se indo nosso rico dinheirinho.

Não tem perigo de melhorar.







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